Em depoimentos simultâneos, PF vai 'testar' consistência das falas de Cid e questionar Bolsonaro e aliados
Mauro Cid deu depoimento de mais de 10 horas para a PF na segunda-feira (28), e há expectativa de ter apresentado novas provas no caso. Nesta quinta, PF vai ouvir Bolsonaro, Cid e outras pessoas.
Por Camila Bomfim
PF optou por depoimentos simultâneos, entre outros motivos, para evitar combinação de respostas
Além de Bolsonaro e Mauro Cid, serão ouvidos Michelle Bolsonaro e advogados
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Ao tomar depoimentos simultâneos nesta quinta-feira (31) no caso das joias da Presidência, a Polícia Federal tem uma estratégia: testar falas anteriores de Mauro Cid e questionar o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados.
Vão prestar depoimento ao mesmo tempo:
- Jair Bolsonaro: ex-presidente
- Michelle Bolsonaro: ex-primeira-dama
- Mauro Cid: ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
- Mauro Lourena Cid: pai de Cid, general da reserva que foi colega de Bolsonaro na Aman
- Frederick Wassef: advogado de Bolsonaro
- Marcelo Câmara: assessor especial de Bolsonaro
- Osmar Crivellati: assessor de Bolsonaro
Na segunda-feira (28), Cid passou cerca de 10 horas depondo à Polícia Federal e, segundo investigadores, colaborou com a PF. Suas declarações têm potencial de virar delação premiada.
O teor do depoimento do Cid, mantido em altíssimo sigilo, servirá de base para perguntas a todos os depoentes.
Assim, a PF busca avançar nas informações que Cid deu ou mesmo pegar os depoentes em contradição.
Além disso, como o depoimento de Cid ainda está em segredo, as informações podem pegar Bolsonaro e aliados de surpresa, impossibilitando a combinação de versões.
Além da possibilidade de avançar nas informações de Cid ou contrapor os depoentes, o teor do depoimento do ex-ajudante de ordens, por estar em segredo, tem o condão de ser uma informação completamente nova, pegando Bolsonaro e seus aliados de surpresa, sem chance de combinarem versões.
O caso das joias

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Na sexta-feira (11), a Polícia Federal deflagrou a operação Lucas 12:2, sobre a suposta tentativa, capitaneada por militares ligados ao então presidente Jair Bolsonaro, como o advogado Frederick Wassef, que já defendeu a família Bolsonaro, e o ex-ajudante de ordens Mauro Barbosa Cid, de vender ilegalmente presentes dados ao governo por delegações estrangeiras.
A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Na quinta-feira (17), Moraes determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
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