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sábado, 8 de julho de 2023

No #JornalDaCultura deste sábado (08) você vai ver: presidente Lula faz reunião na Colômbia e pede compromisso de países amazônicos para zerar desmatamento.

 


BOLSONARISTAS, SILVIO SANTOS E MACEDO JÁ FAZEM O L!

 


Presidente Lula participa da sessão de encerramento da Reunião Técnico-Científica da Amazônia

 


"VAZA CUECA" É CONSTRANGIMENTO PARA MORO E LAVAJATISTAS

 


Bruno Dantas reage a plano de ataque de Deltan e chama Lava Jato de 'bando de pistoleiros de aluguel'


Mensagens obtidas pela Operação Spoofing revelam que ministro foi alvo de um plano de ataque de Deltan Dallagnol, que articulava uma entrevista "dura" e "agressiva" para criticá-lo

Bruno Dantas e Deltan Dallagnol
Bruno Dantas e Deltan Dallagnol (Foto: TCU | ABr)

247 - Após tomar conhecimento das mensagens obtidas pela Operação Spoofing e divulgadas pelo Jornal GGN, que dão conta de que o procurador Deltan Dallagnol, da Operação Lava Jato, planejou um ataque ao ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), Dantas reagiu e pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) as cópias de todos diálogos na íntegra.

O ministro do TCU afirmou que averiguará a veracidade dos diálogos e já avalia processar o ex-juiz suspeito Sergio Moro e Deltan devido ao conteúdo revelado pelas mensagens. Dantas ainda chamou os envolvidos na Lava Jato de "bando de pistoleiros de aluguel".

“Pedirei ao STF cópia de todos os diálogos para avaliar providências legais. Se forem verdadeiros, comprovam o incesto havido na Lava Jato e revelam um bando de pistoleiros de aluguel recebendo uma encomenda de assassinato de reputação”, declarou o ministro, informa o GGN.  

https://www.brasil247.com/brasil/bruno-dantas-reage-a-plano-de-ataque-de-deltan-e-chama-lava-jato-de-bando-de-pistoleiros-de-aluguel

Tony Garcia vira um dos assuntos mais comentados no Twitter depois que 247 divulgou grampos; saiba como ele gravou Moro -

 

Joaquim de Carvalho

O empresário foi agente infiltrado do então juiz e gravações divulgadas agora foram feitas em 2005

Tony Garcia volta ao local onde grampeou Moro
Tony Garcia volta ao local onde grampeou Moro (Foto: Eduardo Matysiak)

Tony Garcia está na lista dos assuntos mais comentados do Twitter desde a madrugada deste sábado.

O empresário foi para o top trendings depois que o 247 divulgou, com exclusividade, três trechos das gravações que ele realizou em 2005.

Tony Garcia era um empresário e político influente no Paraná até novembro de 2004, quando, no dia 9, foi preso por ordem de Sergio Moro.

Tony Garcia foi levado em um camburão até a superintendência da Polícia Federal no Paraná, que na época funcionava na rua Ubaldino do Amaral, Alto da Glória, Curitiba.

Não havia necessidade, mas Tony Garcia foi algemado e jogado na parte de trás no camburão. Quando chegou à Superintendência, havia repórteres de rádio, jornal e TV na frente do prédio.

Normalmente, o carro da Polícia entrava pela garagem, mas, neste dia, parou em frente, para que a imprensa fizesse o registro. Tony Garcia não tem dúvida de que foi Moro quem avisou a imprensa.

"Era o modus operandi dele", afirmou. Ali começava o escracho. Mas não só. Tony Garcia foi jogado em uma cela no porão do prédio, onde uma janelinha com grade,  de 50 centímetros por 30, era a única entrada de sol.

Havia mais duas pessoas presas com ele. Ele era rico, tinha sido casado com a filha do ex-governador Ney Braga e participado de jantares com chefes de estado, inclusive o papa João Paulo II, que era também líder religioso.

Moro avisou a imprensa para humilhar Tony: pressão para ele colaborar
Moro avisou a imprensa para humilhar Tony: pressão para ele colaborar(Photo: Reprodução)Reprodução

"Eu vivia em palácios e Moro me mandou para o calabouço", afirmou. Na prisão, o advogado lhe levou cópia das principais partes do processo, que ele leu e, cinco dias depois, ao ouvir a proposta de se tornar réu-colaborador, aceitou na hora.

Chegou à Justiça Federal no carro da Polícia e saiu de lá no veículo do advogado. Em vez de voltar para o calabouço, foi levado para uma casa da Secretaria de Segurança Pública do Estado, onde passou a ocupar uma suíte.

Em outra suíte do mesmo prédio, no andar de cima, estava Alberto Youssef, que também era colaborador de Moro. "Pude mobiliar o meu quarto, com a minha cama, colchão, frigobar, televisão, e receber visitas na hora que eu quisesse. Andava pelo quintal. Já era outra vida", contou.

O 247 gravou mais de doze horas de entrevista com Tony Garcia, na casa dele e em outros locais de Curitiba, como seu escritório e a frente do prédio da Justiça Federal. A entrevista será usada no documentário "Um juiz fora da lei - Os crimes de Moro e a Máfia de Curitiba".

O próprio Moro foi se encontrar com Tony Garcia dois dias depois de ele se instalar no prédio da Secretaria de Segurança Pública. Tony se recorda de que eram 7 da manhã, ele estava acordando.

Segundo ele, Moro perguntou se estava tudo em ordem e o orientou a comprar um gravador, para começar a registrar conversas com alvos pré-determinados. Muitos tinham foro por prerrogativa de função e o um juiz de primeira instância não poderia nem sequer autorizar investigá-los, muito menos conduzir pessoalmente a investigação.

No entanto, autorizado pelo então juiz, Tony Garcia aceitou ser esse agente infiltrado. Há muitos detalhes sobre como agia. Neste momento, registre-se que, alguns meses depois, Tony começou a usar o gravador nas próprias conversas com o juiz. Os detalhes serão mostrados no documentário.

A conversa em que Moro combina a sentença com ele foi feita através desse gravador, que ele usava preso à cintura, por dentro da calça. Não foi, portanto, uma conversa por telefone, ao contrário do que tem sido divulgado na rede social.

Até porque Moro tinha autorizado a interceptação de todas as linhas de Tony Garcia, e o então jui sabia que, se falasse por telefone com o empresário, a conversa seria gravada pela Polícia Federal.

"Quando ele me chamava para conversar, me recebia sozinho em seu gabinete. Quando eu pedia para falar com ele, Moro colocava na sala uma assessora, de nome Flávia (que hoje está lotada no gabinete de Rosângela Moro, na Câmara dos Deputados)", lembra.

Nesse dia da conversa sobre a sentença, Tony Garcia ligou o gravador antes e só o desligou depois que saiu da sala. Tanto que, quando o aparelho for periciado, haverá conversa com outras pessoas, como os funcionários da secretaria da 2a. Vara Federal, cujo titular era Moro.

Quando eu fui com Tony Garcia revisitar os endereços referenciais de sua ação como agente infiltrado, perguntei se ele achava que o dia da caça tinha chegado. Ele respondeu: "Sim, chegou o dia da caça. Mas não só. Chegou o dia de mostrar ao mundo quem é Sergio Moro. Eu fui o laboratório dele, o laboratório da Lava Jato".

Tony gravou também conversas com procuradores da república, principalmente Januário Paludo e Carlos Fernando dos Santos Lima.


https://www.brasil247.com/blog/tony-garcia-vira-um-dos-assuntos-mais-comentados-no-twitter-depois-que-247-divulgou-grampos-saiba-como-ele-gravou-moro

General Heleno mentiu ao Congresso sobre uso de aviões da FAB pelo clã Bolsonaro


Marcos Corrêa/PR
General heleno e o presidente Jair Bolsonaro Presidente da República Jair Bolsonaro, durante gravação de discurso para a 75ª Assembleia Geral da ONU


 atualizado 


Um cálculo matemático básico e uma checagem simples em documentos oficiais dá o resultado: o general Augusto Heleno Ribeiro, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo de Jair Bolsonaro, mentiu ao Congresso Nacional ao afirmar que, até outubro de 2019, só tinham ocorrido “dois apoios de deslocamento” a familiares do então presidente da República.

A prova de que o ministro não disse tudo está em dados oficiais do próprio GSI aos quais o Metrópoles teve acesso. O número correto é o quádruplo do que ele informou: foram, na verdade, oito voos.

O Ofício 463/2019 foi enviado por Augusto Heleno no dia 4 de outubro de 2019 à Câmara, em resposta a um requerimento de informação feito pelo então deputado federal Marcelo Calero sobre o uso de dois helicópteros oficiais para levar parentes do então presidente ao casamento de seu filho 03, o também deputado federal Eduardo Bolsonaro. A festa ocorreu no Rio de Janeiro, no dia 25 de maio daquele ano.

Heleno respondeu aos questionamentos de Calero citando normas que permitiam que as aeronaves fossem empregadas. Ao final, afirmou que, “mesmo com essa prerrogativa, o transporte de membros da família do senhor presidente não tem sido rotineiro, tendo ocorrido, até a presente data, somente dois apoios de deslocamentos da primeira-dama em aeronave da FAB, no trecho Brasília-Rio de Janeiro-Brasília”.

As planilhas oficiais do GSI, porém, mostram que o número não estava correto (veja galeria abaixo). Até a data do documento assinado pelo general, Michelle Bolsonaro já havia feito ao menos sete voos classificados na categoria “DISP PR” – é quando as aeronaves estão à disposição para serviços de interesse da Presidência.

Assinatura eletrônica do general Augusto Heleno Ribeiro em documento enviado à Câmara dos Deputados sobre voos da família Bolsonaro em aviões da FAB

A assinatura de Heleno no documento enviado à Câmara dos Deputados Reprodução

Planilha do GSI mostra voos de Michelle Bolsonaro em jatos da FAB

A primeira parte da planilha com os voos de Michelle no período: viagens ao Rio Reprodução

Planilha do GSI mostra voos de Michelle Bolsonaro em jatos da FAB

A segunda parte da planilha: ao lado, a lista de convidados nos voos da primeira-dama Reprodução

Na resposta ao Congresso, Heleno afirmou que Michelle havia usado aviões da FAB em apenas dois deslocamentos

Assinatura eletrônica do general Augusto Heleno Ribeiro em documento enviado à Câmara dos Deputados sobre voos da família Bolsonaro em aviões da FAB

A assinatura de Heleno no documento enviado à Câmara dos Deputados Reprodução

Planilha do GSI mostra voos de Michelle Bolsonaro em jatos da FAB

A primeira parte da planilha com os voos de Michelle no período: viagens ao Rio Reprodução


O cálculo feito pela reportagem, com base em dados oficiais mantidos em sigilo até dias atrás, inclui viagens feitas desde o segundo mês de governo, em 2019.

Em fevereiro daquele ano, houve voos de Michelle nos dias 22 e 24 entre Brasília e Rio. A finalidade oficial que consta das planilhas é vaga: “apoio primeira-dama”. Na internet, há registros da participação de Michelle em um culto na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, no período. Em outro fim de semana, já em maio, ela usou jatos da FAB nos dias 10 e 12, no mesmo trecho. Novamente, esteve na igreja, sem sinais de compromissos oficiais.

Em junho, ela foi para o Rio no dia 28. Voltou para Brasília em 1º de julho. Na ocasião, participou do evento Vida Vitoriosa, da Igreja Batista. O sétimo voo foi feito um dia antes do casamento de Eduardo Bolsonaro. Em 24 de maio, ela saiu de Brasília às 8 horas e pousou às 9h30 na Base Aérea do Galeão, no Rio. Já o oitavo voo levou ao Rio Jair Renan Bolsonaro, o filho 04 do então presidente, que queria visitar a mãe no interior do estado.

“Nada tenho a explicar”, diz general

Na resposta enviada ao Congresso, o general Heleno afirmou ainda que as viagens foram feitas “sem o dispêndio adicional de recursos públicos”, dando a entender que Michelle aproveitou aeronaves que já estariam, por razões oficiais, indo para o mesmo destino que ela. Os chamados voos “DISP PR”, no entanto, não estão nessa categoria.

O ofício enviado ao Congresso pelo general, apesar de mencionar textualmente “dois apoios de deslocamentos”, é impreciso ao não esclarecer se os dois apoios se referem a dois voos simplesmente ou a duas viagens de ida e volta entre o Rio e Brasília, o que significaria quatro voos. Ainda assim, mesmo que estivesse se referindo a dois deslocamentos completos, com as aeronaves indo ao Rio e voltando para Brasília, Heleno passou longe do número real.

Procurado, o ex-ministro limitou-se a responder que o transporte dos familiares do ex-presidente atendeu “ao aspecto sigilo e segurança” e que não tem o que explicar. “Não estou mais no GSI, não tenho mais acesso à documentação e nada tenho a explicar”, disse Augusto Heleno.

Com base em dados oficiais do GSI relativos aos quatro anos em que Bolsonaro esteve no Palácio do Planalto, a reportagem mapeou mais de 70 viagens da família — todas feitas sem que o próprio Bolsonaro estivesse a bordo.

Para além de informações sobre essas viagens, como detalhes dos deslocamentos e as listas detalhadas dos passageiros convidados, mensagens de um grupo de WhatsApp usado como canal oficial de comunicação pelos funcionários do GSI encarregados de providenciar os jatinhos revelam que os pedidos eram tratados como verdadeiras ordens — tudo sob a coordenação de altos oficiais das Forças Armadas que chefiavam o setor.

https://www.metropoles.com/brasil/investigacao/general-heleno-mentiu-ao-congresso-sobre-uso-de-avioes-da-fab-pelo-cla-bolsonaro

BOMBA: Tony Garcia mostra diálogo com Sergio Moro falando de “acordo”


Créditos: Montagem/Reprodução
POLÍTICA


Desta vez, ao que parece, o ex-juiz e hoje senador Sergio Moro (União-PR) terá dificuldades para provar que em seus anos de magistratura agia de maneira “normal”, dentro da lei e respeitando o que se espera de funcionários públicos que exercem tal função. Uma conversa pelo telefone divulgada pelo empresário paranaense Tony Garcia mostra o então “chefão” da Lava Jato conversando naturalmente com ele, então seu réu na 13ª Vara Federal de Curitiba, e tratando abertamente de “acordos”.

No diálogo, Moro parece arrogante e despreocupado, ante um Garcia implorando para que “o acordo seja cumprido” e pedindo para que o juiz não fique divulgando na mídia suas sentenças e condenações, porque isso estaria destruindo sua vida. O agora senador parece não ligar muito para as súplicas do empresário e diz que “precisa divulgar” porque se não o fizer “o pessoal vai ficar cobrando”, numa conversa absolutamente absurda e incompatível entre o homem que julgava processos da esfera federal e um de seus acusados que estava sob julgamento.

Leia uma parte da transcrição da conversa abaixo e ouça o telefonema a seguir.

Tony Garcia – “Agora, eu sei que o senhor comentou... Mas doutor Sergio, é o seguinte... Preciso só lhe fazer uma pergunta pra ver como vamos lidar com isso... Nós estamos chegando nos ‘finalmente’, e uma coisa só que me preocupa: quando for a sentença, seja qual for e tal, isso aí, o senhor vai dar publicidade nisso daí?"

Sergio Moro – “É, veja, eu sei que tu é uma pessoa publicamente exposta, né... Aí, assim, o que acontece? Se eu não divulgar, o pessoal vai ficar cobrando... Então eu prefiro divulgar, entendeu, informa de maneira...”

Tony Garcia – “Eu era, agora não sou mais, nem concorrendo eu tô nas eleições, nada, doutor Sergio... Doutor Sergio, veja, pra eu cumprir esse acordo, pra eu fazer tudo, eu vou depender muito do que estou reestabelecendo da minha vida... A perda que causa na vida da gente esse tipo de coisa, o senhor não pode imaginar... Agora, eu só quero fazer o seguinte: se tem uma maneira de nós sentarmos com o senhor, com Ministério Público, nós, a defesa e tudo, de a gente ver uma maneira, doutor Sergio, que não me deixe uma coisa, uma empresa ou alguma coisa assim... Eu não sei como que é feito isso, porque envolveu empresa como organização criminosa, como isso, como aquilo...”

Sergio Moro – “Não, o que importa é o senhor... “

Tony Garcia – “Isso, não, não... que envolvia empresa... Não, não... falaram, citaram nome, o Paulo Pimental citou o Baltimore, tudo”

Sergio Moro – “É, essa empresa (inaudível)...”

Tony Garcia – “Eu sei, mas nessa, quando dá...”

Sergio Moro – “Não vou tocar no nome da Baltimore...”

Tony Garcia – “Não vai ser tocado em nome de empresa, nada disso? Vai ser tocado no nome da minha pessoa?"

Sergio Moro – “Sim... Do que foi decidido do consórcio Garibaldi...”

Tony Garcia – “Uhum... No setor de comunicação, quando é meu nome, você sabe o que acontece, né... Primeira página”

Sergio Moro – “É... Eu vou divulgar, esse conteúdo eu vou divulgar porque na verdade é um processo que é uma grande publicidade aí por conta de sua exposição pública, né... E assim, acho que tá sendo divulgado porque...”

Tony Garcia – “Mas doutor, vou pedir pro senhor, encarecidamente, que seja de uma maneira que não me macule de tal maneira que eu não possa mais trabalhar para conseguir, inclusive, cumprir e deixar esse ônus da Baltimore, que eu não queria...”

Sergio Moro – “Eu vou provavelmente divulgar uma informação sucinta... Que foi condenado... E também devo divulgar no caso das condenações, termos... E provavelmente ter que deixar meio público aí, e falar alguma coisa... Falar alguma coisa que a pena foi ‘x’... Eu vou tratar como

 dano, por exemplo...”

Tony Garcia – “É... É alguma coisa que não acabe comigo comercialmente, né... Pra eu poder continuar a trabalhar, é só isso que eu vou pedir ao senhor 

https://revistaforum.com.br/politica/2023/7/8/audio-bomba-tony-garcia-mostra-dialogo-com-sergio-moro-falando-de-acordo-139128.html

 Ouça a conversa gravad

APÓS FIM DE BOLSONARO, OUTROS FANTASMAS VÃO QUERER NOS ASSOMBRAR. QUE VENHAM!

 



Opiniões do Villa: Reforma tributária, aproximação de Lula com Venezuela e mais |

 


Villa: Governistas pedem investigação do presidente do BC | OPINIÕES DO VILLA - 06/07/2023

 


Novas mensagens indicam pressão de Moro sobre Lava Jato por extradição

 

Jamil Chade - 

Jamil Chade e Leandro Demori*

Colunista do UOL e especial para o UOL

06/07/2023 08h00


Mensagens inéditas obtidas com exclusividade pelo UOL indicam que Sergio Moro, quando ainda era juiz da 13ª Vara Federal em Curitiba, pressionou os procuradores da Operação Lava Jato para que pedissem a extradição de um executivo da Odebrecht considerado peça-chave na investigação e que havia sido preso na Suíça.

Moro, porém, teria concordado em atrasar o pedido para ajudar os investigadores brasileiros e suíços que trocavam informações e documentos por canais não oficiais, o que é irregular. A reportagem está sendo publicada em colaboração com a newsletter A Grande Guerra.


A intromissão do ex-magistrado e hoje senador pelo União Brasil faz parte da troca de mensagens informais de Orlando Martello, um dos procuradores envolvidos na operação, com colegas e autoridades suíças.

O caso envolvia Fernando Migliaccio, um dos responsáveis pelo departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht —a área da companhia responsável pela distribuição de propina. Ele foi detido em Genebra em fevereiro de 2016 e retornou ao Brasil no fim daquele ano para colaborar com a Justiça e fechar um acordo de delação premiada.

A prisão de Migliaccio foi considerada como um ponto chave no destino da Lava Jato ao conseguir identificar pagamentos da Odebrecht para políticos em diferentes países.

De acordo com as conversas, Moro tinha amplo interesse no personagem detido, mas aceitou retardar o pedido de extradição dele.

Você se lembra que eu já solicitei a extradição do Migliaccio? Eu fiz isso por causa do pedido do juiz. O Sergio Moro estava me pressionando a fazer isso. Você acha que o pedido de extradição tem algum efeito em nosso pedido de MLAT [Tratado de Assistência Legal Mútua] para ouvi-lo lá na Suíça? Se sim, talvez possamos suspendê-lo (como o Vladmir lhe disse hoje), mas apenas por um curto períodoOrlando Martello, procurador, em mensagem a autoridades de Berna em 17 de março de 2016

Os procuradores da Lava Jato, por exemplo, souberam de maneira extraoficial da existência de informações na Suíça de que o executivo Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empresa que leva o nome da família, teria ordenado o pagamento de propinas em diferentes lugares do mundo.

O procurador Orlando Martello, que atuou na Lava Jato - Junior Pinheiro/Folhapress - 31.mar.2015 - Junior Pinheiro/Folhapress - 31.mar.2015
O procurador Orlando Martello, que atuou na Lava Jato Imagem: Junior Pinheiro/Folhapress - 31.mar.2015

Alguns dias antes, em 9 de março de 2016, o procurador suíço Stefan Lenz, que comandava as investigações sobre a Lava Jato no país europeu, escreveu no grupo de membros da operação no Brasil.

"Temos provas (emails apreendidos) de que Marcelo [Odebrecht] está diretamente envolvido e deu ordens a Fernando [Migliaccio] para fazer pagamentos ilícitos."

Não apenas a informação foi passada de maneira informal como a mensagem de Lenz sugere uma combinação para que os suíços pudessem ajudar.

"Vocês devem fazer um [pedido de] Assistência Mútua Legal para interrogá-lo na Suíça e ter acesso a todos os dados que apreendemos", sugeriu. "Discutiremos isso o mais rápido possível", pediu.

Menos de duas horas depois, o procurador Orlando Martello respondeu confirmando que o pedido estava realizado. "Olá Stefan, está pronto. Ele será traduzido hoje com urgência. Eu o envio com antecedência para você", disse.

Stefan Lenz, procurador do Ministério Público da Suíça - Divulgação/ Ministério Público do Peru - Divulgação/ Ministério Público do Peru
Stefan Lenz, procurador do Ministério Público da Suíça Imagem: Divulgação/ Ministério Público do Peru

Isso é apenas parte das revelações que constam de um diálogo mantido por mais de três anos entre os procuradores dos dois países, no aplicativo de celular Telegram. As mensagens fazem parte do material apreendido pela Polícia Federal na operação Spoofing, que investigou o hackeamento das contas de Moro e dos procuradores da Lava Jato.

As conversas aconteceram em inglês, de modo paralelo pelo Telegram, e não foram registradas em documentos oficiais.

Os procuradores suíços e brasileiros trocavam informações quase diariamente para tratar das ações envolvendo os suspeitos de pagamento de propinas da Odebrecht, antecipando documentos, decisões e combinando linhas de atuação, antes mesmo que os canais oficiais fossem usados para a transferência de pedidos de cooperação internacional.

A prática é irregular, já que a transmissão de informações apenas pode ocorrer com base em solicitações formais de um Estado ou do Poder Judiciário e precisa ser feita por canais oficiais. Mas não foi isso que aconteceu.

O que dizem os envolvidos

Procurada pelo UOL, a assessoria de imprensa de Moro informou que ele não comentaria. O procurador suíço Stefan Lenz não respondeu aos questionamentos da reportagem.

Já Orlando Martello disse não reconhecer nem recordar das mensagens. E que a "troca de informações com autoridades estrangeiras é comum" (leia mais abaixo).

O ex-procurador da República Deltan Dallagnol - Divulgação - Divulgação
O ex-procurador da República Deltan Dallagnol Imagem: Divulgação

Prisão é comemorada por procuradores

No dia 17 de fevereiro de 2016, Lenz foi ao grupo para avisar da prisão de Migliaccio em Genebra.

"Ele tentou retirar seus bens e esvaziar um cofre. Para nós, ele é um dos principais envolvidos nos pagamentos feitos pela Odebrecht por meio das contas mantidas no PKB Privat Bank! Estou realmente ansioso para conhecer esse cara! Manterei vocês atualizados", disse o suíço.

A prisão causou euforia entre os então procuradores brasileiros Roberson Pozzobon e Deltan Dallagnol. Procurado pelo UOL, o ex-procurador e deputado federal cassado Deltan não respondeu os questionamentos da reportagem.

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Imagem: Arte UOL
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Imagem: Arte UOL

Minutos depois, Lenz de fato avisa que os procuradores brasileiros seriam informados oficialmente da prisão por um adido presente na Embaixada da Suíça em Brasília, identificado apenas como Marco.

"Por meio do Marco, nós o informaremos oficialmente sobre a prisão. Vocês poderão então tomar as medidas necessárias para solicitar a extradição dele para o Brasil. O procedimento provavelmente levará algum tempo e poderemos discutir outras etapas. Como ele é brasileiro, podemos até discutir a transferência de sua investigação para o Brasil, e não apenas transferiríamos os documentos, mas também ele próprio", disse Lenz.

Naqueles minutos que sucederam o anúncio informal, o grupo iniciou um trabalho de troca de informações para combinar de que maneira seria realizado o procedimento de perguntas e como fazer para mantê-lo o maior tempo possível detido.

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Imagem: Arte UOL

Mas, nesta mesma mensagem, as trocas de informações já eram explícitas, principalmente sobre sua ligação com a construtora.

Segundo Lenz, "Migliaccio pediu permissão à polícia para ligar para Maurice Ferro ou Monica Odebrecht para que eles arranjassem um advogado suíço. As ligações não foram (esperamos) permitidas (foi a polícia de Genebra que o prendeu em nosso nome)".

Filha de Emílio Odebrecht —patriarca do grupo empresarial—, a advogada Mônica Bahia Odebrecht é casada com Maurício Ferro, ex-vice-presidente jurídico da Odebrecht.

Neste momento, segundo as mensagens, Marco avisa que iria "preparar uma mensagem oficial", mas ela seria enviada através do equivalente ao Departamento de Justiça da Suíça. A movimentação visava promover uma espécie de aquecimento das conversas ilegais.

O fato de que o suspeito pediu para ligar para Monica Odebrecht também foi comemorado pelos procuradores brasileiros, já que confirmaria, segundo eles, a existência de uma relação entre o detido e a cúpula da empreiteira.

Numa mensagem no grupo, um dos integrantes brasileiros identificado apenas como Paulo comemora.

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Imagem: Arte UOL

Apenas dois dias depois é que a Lava Jato seria oficialmente informada sobre a prisão. No dia 19 de fevereiro, Orlando Martello escreveu:

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Imagem: Arte UOL

No dia 20, uma vez mais Orlando Martello procura Lenz:

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Imagem: Arte UOL

Quatro horas depois, a notícia era positiva para os brasileiros.

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Imagem: Arte UOL

A troca informal de dados e inteligência sobre os casos continua.

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Imagem: Arte UOL

Compartilhamento informal de documentos

Dois dias depois, Lenz apela para que o pedido de extradição de Migliaccio fosse adiado. Mas mantinha os pedidos pelo envio clandestino de informações.

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Imagem: Arte UOL

Deltan pede que um outro procurador brasileiro, apenas identificado por Douglas, encaminhe, pelo chat do Telegram, os documentos aos suíços.

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Imagem: Arte UOL

Procuradores de ambos os lados insistiam em acertar os detalhes de como ocorreria o pedido de extradição.

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Imagem: Arte UOL

O suíço autorizaria que a informação chegasse a Moro.

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Imagem: Arte UOL

Informação "apenas para o seu uso"

No dia 26 de fevereiro de 2016, as autoridades suíças voltaram a usar a comunicação informal para detalhar o que tinham encontrado com Migliaccio.

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Imagem: Arte UOL

Em retribuição, o procurador que comandava a Lava Jato passou mais detalhes sobre o suspeito.

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Imagem: Arte UOL

O papel de Moro

Ao longo da conversa, fica evidenciado como Moro, ainda na condição de juiz, era citado como um fator de pressão.

Ainda em fevereiro de 2016, o procurador Orlando Martello escreveria ao suíço Stefan Lenz.

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Os suíços deixaram claro que a pressão de Moro teria uma consequência negativa.

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Duas horas depois, o procurador brasileiro informa aos suíços que havia conversado com Moro e que ele estaria de acordo com a decisão dos investigadores em cancelar a ordem de extradição.

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Imagem: Arte UOL

Naquele mesmo dia, o procurador brasileiro confirmaria que havia feito um acordo com Moro.

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Imagem: Arte UOL

"Sergio Moro estava me pressionando"

Duas semanas depois, em 17 de março de 2016, Orlando Martello voltaria ao grupo no celular para explicar aos suíços o motivo pelo qual acabou fazendo o pedido de extradição. Sua explicação: estava sendo pressionado por Moro.

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Imagem: Arte UOL

Outro lado

Procurado pela reportagem, o procurador Orlando Martello afirmou: "Não reconheço e também não me recordo das mensagens".

"Registro que o juiz pode determinar de ofício (por iniciativa própria) a extradição das pessoas presas por sua ordem, bem como pode - e deve - zelar pelo cumprimento de sua execução, caso outro órgão tenha se encarregado de realizá-la. Esclareço ainda que a extradição pode demorar meses, de modo que, não raro, o MPF tem interesse em ouvir a pessoa presa no exterior para dar celeridade à sua investigação", declarou.

Martello declarou ainda que "a troca de informações com autoridades estrangeiras é comum, imprescindível e ocorre todos os dias, seja por telefone, e-mail ou qualquer outra forma expedita de comunicação, sobretudo quando os dois lados têm investigações em curso, inclusive com quebra de sigilo".

"Isso é incentivado pelos manuais de cooperação, tem respaldo legal e é essencial para tornar a investigação eficiente. Todas as provas utilizadas nas investigações, inquéritos e processos brasileiros, porém, foram transmitidas pelos canais oficiais."

*Esta apuração é uma parceria do UOL com a newsletter A Grande Guerra. 

https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2023/07/06/lava-jato-moro-mensagens-procuradores-extradicao.htm

'Mudança climática saiu do controle', diz ONU após recorde de calor

 


Colunista do UOL

07/07/2023 

Jamil Chade - 


Diante da semana mais quente já registrada, a ONU soa o alerta mundial e aponta: "as mudanças climáticas estão fora de controle".

Na terça-feira, a média da temperatura no mundo foi de 17,18 graus Celsius, superando o índice do dia anterior, que já havia sido um recorde.


Nos sete dias entre quarta-feira da semana passada e o dia 5 de julho, a Universidade de Maine ainda destacou que a temperatura média havia sido acima de qualquer outro momento que se tem registro, nos últimos 44 anos.

Os dados levaram a ONU a reforçar a mensagem aos líderes internacionais sobre a urgência de uma resposta. Para os cientistas da entidade, não se trata mais de um cenário de futuros problemas. Mas de uma nova realidade que terá consequências imediatas para a saúde e até mesmo para as economias.

"Se persistirmos em atrasar as principais medidas necessárias, acredito que estaremos caminhando para uma situação catastrófica, como demonstram os dois últimos recordes de temperatura", disse António Guterres, secretário-geral da ONU.

"A situação que estamos testemunhando é a demonstração de que as mudanças climáticas estão fora de controle", alertou.

Nesta semana, a Organização Meteorológica Mundial ainda destacou que todos os indícios apontam que as temperaturas vão continuar batendo recorde. Isso depois que o mês de junho ter sido já o mais quente de que há registo. "O aquecimento excepcional em junho e no início de julho ocorreu quando começava a desenvolver-se o fenómeno de El Niño, que se prevê que aumente o calor tanto na Terra como nos oceanos e leve a temperaturas mais extremas e ondas de calor marítimas", afirmou Chris Hewitt, director dos Serviços do Clima da OMM.

De acordo com a entidade, as condições do El Niño se desenvolveram no Pacífico tropical pela primeira vez em sete anos, "preparando o terreno para um provável aumento nas temperaturas globais e padrões climáticos e meteorológicos perturbadores".

Uma nova atualização da Organização Meteorológica Mundial (OMM) prevê que há 90% de probabilidade de o evento El Niño continuar durante a segunda metade de 2023. "Espera-se que ele seja, no mínimo, de intensidade moderada", disse.

"O início do El Niño aumentará muito a probabilidade de quebra de recordes de temperatura e provocará calor mais extremo em muitas partes do mundo e no oceano", disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.

"A declaração de um El Niño pela OMM é o sinal para que os governos de todo o mundo mobilizem os preparativos para limitar os impactos sobre nossa saúde, nossos ecossistemas e nossas economias", disse ele. "Os avisos antecipados e as ações de antecipação de eventos climáticos extremos associados a esse grande fenômeno climático são vitais para salvar vidas e meios de subsistência", completou. 

https://noticias.uol.com.br/colunas/jamil-chade/2023/07/07/mudanca-climatica-saiu-do-controle-diz-onu-apos-recorde-de-calor.htm

Dinheiro esquecido: brasileiros ainda têm R$ 7,1 bi a receber

 atualizado 

Getty Images
Imagem colorida de notas de dinheiro

Banco Central divulgou nesta sexta-feira (7/6) que há R$ 7,1 bilhões a serem resgatados do montante de “dinheiro esquecido” no Sistema de Valores a Receber (SVR).

Os dados são referentes ao mês de maio, segundo o BC. Veja aqui o passo a passo para resgatar os valores.

Sistema de Valores a Receber indica os recursos esquecidos por pessoas físicas, inclusive as já falecidas, em bancos ou outras instituições financeiras.

A maior parte dos recursos diz respeito a pessoas físicas. 

Segundo o BC, são R$ 5,7 bilhões referentes a 36,6 milhões de CPFs. O R$ 1,4 bilhão restante diz respeito às pessoas jurídicas, em recurso pertencente a 2,8 milhões de CNPJs.

796 mil pessoas têm mais de R$ 1.000 esquecidos

O BC afirma que cerca de 62,8% dos resgates tendem a ser de valores pequenos, de até R$ 10, enquanto 25,2% são valores entre R$ 10 e R$ 100.

Só 1,8% dos CPFs com recursos esquecidos têm para resgatar montante acima de R$ 1000,01. 

São ao todo 796,5 mil pessoas nesse grupo. Um mesmo beneficiário que tenha recursos em mais de uma instituição tem os valores somados, segundo o BC.

Ao todo, os brasileiros já resgataram R$ 4,2 bilhões em recursos esquecidos no Sistema de Valores a Receber, de acordo com os números até a última data de atualização. 

https://www.metropoles.com/negocios/dinheiro-esquecido-brasileiros-ainda-tem-r-71-bi-a-receber

Memes do Pato arrependido

 


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