O ex-embaixador Rubens Ricupero conversou com os colunistas Alberto Bombig e José Roberto de Toledo sobre o caso das joias árabes enviadas como presente ao governo de Jair Bolsonaro.
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O ex-embaixador Rubens Ricupero conversou com os colunistas Alberto Bombig e José Roberto de Toledo sobre o caso das joias árabes enviadas como presente ao governo de Jair Bolsonaro.
Avaliação é de que o caso não atinge a imagem do partido e que não haveria ganho político ao fazer uma defesa pública de Bolsonaro
247 - O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, estreou no Twitter nesta sexta-feira (10) e saiu em defesa do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), alvo de pedidos de cassação após usar a tribuna da Câmara dos Deputados para dar declarações transfóbicas no Dia Internacional das Mulheres. Não se encontra, no entanto, nenhuma declaração de Costa Neto acerca do escândalo das joias sauditas, nem em seu perfil no Twitter e nem na imprensa.
O presidente da sigla não defendeu e nem defenderá Bolsonaro, segundo apuração de Malu Gaspar, do jornal O Globo. "O silêncio sobre o caso das joias obedece a um cálculo político bem definido. O presidente do PL e seu grupo tem repetido nos últimos dias que o escândalo atinge diretamente Jair Bolsonaro e diz respeito à sua passagem pela presidência da República e não ao partido, e que por isso não caberia às Valdemar se meter nesse vespeiro".
Na prática, Valdemar rifa Bolsonaro, que é visto como um nome que será, mais cedo ou mais tarde, declarado inelegível pela Justiça.
O foco do PL parece ser neste momento a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, vista como possível nome para disputar o Senado ou até a Presidência da República em 2026.
A ala mais extremista do PL pressiona Valdemar para que ele faça uma defesa pública de Bolsonaro, mas a parcela mais 'moderada' da legenda entende que não há ganho político em se expor para salvaguardar o ex-ocupante do Palácio do Planalto.
Líderes do PL admitem que a questão das joias está derretendo a popularidade de Bolsonaro.
Interlocutores de Valdemar ainda dizem que o PL esperava que Bolsonaro retornasse à cena política para liderar a oposição ao governo Lula (PT). Entretanto, ele segue nos Estados Unidos. Portanto, assim como Bolsonaro não demonstra disposição para trabalhar pelo PL, o PL também não tem motivo para abraçar uma crise que - pelo menos por enquanto - não atingiu o partido.
https://www.brasil247.com/brasil/presidente-do-pl-valdemar-assiste-em-silencio-ao-escandalo-das-joias-e-rifa-bolsonaro
Ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União (TCU), listou uma série de perguntas para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, esclarecerem
Leonardo Ribbeiro da CNN
em Brasília
O ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União (TCU), listou uma série de perguntas que precisam ser respondidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, no caso das joias recebidas pelo governo da Arábia Saudita.
Em despacho assinado nesta quinta-feira (09), o ministro, que é relator do processo que apura o caso na Corte de Contas, questiona quais providências foram tomadas para o pagamento dos tributos, caso as joias tenham sido recebidas em caráter pessoal.
Nardes também pergunta se as joias em questão seriam “presentes personalíssimos da ex-primeira-dama ou do ex-presidente da República”. E ainda indaga se realmente houve orientação para “envio de servidor em avião da Força Aérea Brasileira para tentar buscar nova leva de presentes encaminhados pelo governo saudita”.
Conforme adiantado pela CNN, na mesma decisão, o TCU determinou ao ex-presidente que preserve intacto, na qualidade de fiel depositário, até ulterior deliberação desta Corte de Contas, abstendo-se de usar, dispor ou alienar, todo o acervo de joias objeto do processo em exame.
Em outro ponto do despacho, o ministro Augusto Nardes dá prazo de 15 dias para que a Receita e a Polícia Federal compartilhem com o TCU informações relativas a investigações sobre o caso. O ministro não dá prazo para que Bolsonaro e Albuquerque respondam as indagações.
Perguntas ao ex-presidente Jair Bolsonaro:
Perguntas ao ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque:
Por Valéria Oliveira e Marcelo Marques, g1 RR — Boa Vista
A Polícia Federal retomou o controle da comunidade Homoxi, uma das regiões com maior presença de garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. Imagens mostram os acampamentos dos invasores queimados por agentes especializados da corporação. Fora do território, a polícia queimou nesta semana um avião usado pelos garimpeiros para chegar ao território.
Na ação em Homoxi, os agentes também queimaram maquinários usados na extração de minérios de garimpeiros que insistiam em explorar ilegalmente a região completamente degrada pela ação dos invasores, informou a PF.
Homoxi é a região onde dezenas de garimpeiros se aglomeravam na pista conhecida como Jeremias na tentativa de conseguir aviões ou helicópteros para sair do território logo que governo federal intensificou as ações para a retirada dos invasores.
Imagem mostra antes e depois de avião usado por garimpeiros após ser destruído pela PF — Foto: PF/Divulgação
Fora da Terra Yanomami, nesta semana a PF também queimou um avião monomotor próximo a uma pista clandestina usada pelos garimpeiros para ir ao território Yanomami. A ação foi no município do Cantá, ao Norte de Roraima.
O avião estava escondido no meio da mata e foi destruído com uso de explosivos. A destruição da aeronave, segundo PF, ocorreu após fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) atestarem os indícios de que o monomotor era usado em ilícitos ambientais.
Maior território indígena do Brasil, a Terra Yanomami enfrenta uma crise humanitária sem precedentes, com casos graves de indígenas com malária e desnutrição severa - problemas agravados pelo avanço de garimpos ilegais nos últimos quatro anos.
Desde o dia 20 de janeiro, a região está em emergência de saúde pública devido ao cenário de desassistência. O governo Federal atua para frear a crise com envio de profissionais de saúde, cestas básicas e desintrusão de garimpeiros do território por meio de ações conjunta entre o Ibama, PF, Funai, Força Nacional, Polícia Rodoviária Federal e outros órgãos de segurança..
A invasão do garimpo predatório, além de impactar no aumento de doenças no território, causa violência, conflitos armados e devasta o meio ambiente. A ação aumenta o desmatamento, poluição de rios devido ao uso do mercúrio, e causa prejuízos para a caça e a pesca. Tudo isso, impacta nos recursos naturais essenciais à sobrevivência dos indígenas.
https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2023/03/11/pf-retoma-controle-de-area-em-comunidade-tomada-por-garimpeiros-na-terra-yanomami.ghtml
O abaixo-assinado digital pela cassação do deputado federal bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG) pelo crime de transfobia superou a marca de 260 mil assinaturas na manhã deste sábado (11/3).
A petição foi proposta na quinta-feira (9/3) pela deputada federal Erika Hilton (PSol-SP), uma das primeiras mulheres trans no Congresso Nacional.
Na terça-feira (8/3), em pleno Dia Internacional da Mulher, Nikolas fez discurso transfóbico na tribuna do plenário da Câmara dos Deputados. No Brasil, transfobia é crime, com pena prevista de até três anos de reclusão.
A fala do deputado com maior votação em Minas Gerais foi criticada por parte de deputados e até do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
“Em breve chegaremos nas 300 mil assinaturas. E seguiremos nos mobilizando até quarta que vem, para entrega-las junto do pedido de cassação”, teclou Erika Hilton pelas redes sociais.
Também pela internet, Nikolas se defendeu alegando que defendeu as mulheres da perda de espaço para transsexuais. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, defendeu o parlamentar mineiro.
https://www.metropoles.com/brasil/abaixo-assinado-por-cassacao-de-nikolas-ferreira-supera-260-mil-nomes
11/03/23 - O BRASIL ESTÁ UMA AGITAÇÃO SÓ! O fim do bolsonarismo parece que será repleto de muitas emoções.
Preparem-se!
"Isso pertence à União, e não ao Jair Bolsonaro".
Convidado da bancada do Jornal da Cultura, o youtuber e historiador Marco Antonio Villa afirmou que o ex-presidente Bolsonaro (PL) tentou dar uma "carteirada" e se apropriar de um bem público.
No dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou como pandemia a emergência causada pelo coronavírus; especialistas avaliam o que é preciso para o encerramento da epidemia global
No dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a emergência causada pelo coronavírus atingiu o patamar de uma pandemia.
Nas duas semanas anteriores àquela data, o número de casos de Covid-19 fora da China havia aumentado 13 vezes e o número de países afetados havia triplicado. No momento da declaração, o mundo contabilizava 118 mil casos e 4.291 mortes em pelo menos 114 países.
“A OMS tem avaliado esse surto o tempo todo e estamos profundamente preocupados com os níveis alarmantes de disseminação e gravidade e com os níveis alarmantes de inação. Portanto, avaliamos que a Covid-19 pode ser caracterizada como uma pandemia”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, em comunicado à imprensa nesta mesma data três anos atrás.
À época, a OMS foi criticada pela demora em declarar a emergência global como uma pandemia.
“Pandemia não é uma palavra para usar levianamente ou descuidadamente. É uma palavra que, se mal utilizada, pode causar medo irracional ou aceitação injustificada de que a luta acabou, levando a sofrimento e morte desnecessários. Descrever a situação como uma pandemia não altera a avaliação da OMS sobre a ameaça representada por esse vírus. Não muda o que a OMS está fazendo e não muda o que os países devem fazer”, afirmou Adhanom.
Nos últimos três anos, o mundo se viu diante de um vírus respiratório novo, capaz de provocar quadros clínicos com impactos que vão além dos danos ao sistema respiratório.
A sociedade lidou com fechamentos de fronteiras e diferentes níveis de confinamento ou restrição à circulação. Passou a entender de maneira mais profunda o significado de termos técnicos que, até então, permaneciam restritos aos ambientes de laboratório como variante, cepa ou imunidade de rebanho. Foi desafiada pelo fortalecimento de discursos anticiência, pelo negacionismo às vacinas e sobre os reais riscos de uma nova doença.
Houve a queda progressiva no número de casos e de mortes pela doença com o avanço da vacinação no mundo. E, em 2023, a sociedade vive um cenário mais próximo da realidade que conhecíamos no pré-pandemia.
Mas a pandemia acabou?
Em mais de uma ocasião ao longo de 2022, o diretor-geral da OMS afirmou sobre os riscos da percepção equivocada de que a pandemia de Covid-19 chegou ao fim.
“A percepção de que a pandemia de Covid-19 acabou é compreensível, mas equivocada. Uma variante nova e ainda mais perigosa pode surgir a qualquer momento, e um grande número de pessoas permanece desprotegido”, disse Tedros Adhanom à imprensa em junho.
Três meses depois, o chefe da OMS mostrou um discurso mais otimista ao citar que, no início de setembro, o número de mortes semanais relatadas por Covid-19 havia sido o menor desde março de 2020.
“Nunca estivemos em melhor posição para acabar com a pandemia. Ainda não chegamos lá, mas o fim está à vista. Um maratonista não para quando a linha de chegada aparece. Ela corre mais forte, com toda a energia que lhe resta. Nós também devemos. Podemos ver a linha de chegada. Estamos em uma posição vencedora. Mas agora é o pior momento para parar de correr”, destacou.
Especialistas consultados pela CNN avaliam uma proximidade do fim da pandemia. No entanto, enfatizam também a necessidade de se completar o esquema vacinal contra a doença e que algumas medidas de prevenção devem ser incorporadas ao comportamento social.
Cada dia estamos mais perto do fim desse momento pandêmico. Hoje, temos vacinas eficazes para a redução de casos graves e controle dessa doença. Temos agora sendo disponibilizada uma vacina atualizada bivalente contra a variante Ômicron, e temos antivirais que também estão sendo disponibilizados para o controle do vírus. O cenário já está se tornando muito mais favorável para o fim dessa pandemia
Paola Resende, pesquisadora da Fiocruz
A pesquisadora Paola Resende, do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), afirma que o encerramento da pandemia depende da melhoria do cenário epidemiológico a nível global.
“Mas o fim só vai se dar em um contexto global. Não adianta no nosso país o número de caso estar mais baixo, com aumentos sazonais, sendo que em outras regiões do mundo esse vírus ainda está causando óbitos e um alto número de hospitalizações. Precisamos atingir em um contexto global uma diminuição da gravidade dessa pandemia para que aí sim a Organização Mundial da Saúde possa ter segurança para o decreto do fim dessa emergência global”, afirma.
Para o pesquisador Júlio Croda, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o fim da pandemia está próximo, mas depende de ampliação do acesso igualitário à vacina.
“Estamos próximos do fim da pandemia, sim. Para que isso ocorra, é importante que a gente tenha uma maior porcentagem da população mundial vacinada. Que a gente consiga diminuir a desigualdade no que diz respeito ao acesso à vacina, principalmente para os países pobres e para as populações mais vulneráveis, porque isso diminui a letalidade da doença e o número de óbitos diários”, diz Croda.
O avanço na vacinação contra a Covid-19 no Brasil e no mundo refletiu em uma redução progressiva no número de casos e de óbitos pela doença.
Globalmente, quase 4,5 milhões de novos casos e 32 mil mortes foram relatados no último período de 28 dias contabilizado pela OMS, de 6 de fevereiro a 5 de março. Os dados representam uma queda de 58% e 65%, respectivamente, em comparação com os 28 dias anteriores. Até o dia 5 de março, mais de 759 milhões de casos foram confirmados e mais de 6,8 milhões de mortes foram relatadas em todo o mundo.
No Brasil, os dados mais recentes do Ministério da Saúde contabilizam mais de 37 milhões de casos confirmados e 699.310 óbitos pela doença.
Os altos índices de cobertura vacinal no Brasil e no mundo, especialmente em países desenvolvidos, permitiram a flexibilização de restrições e medidas de prevenção.
Houve o fim de bloqueios, como o lockdown, a liberação da obrigatoriedade no uso de máscaras em ambientes fechados e em transportes públicos e a queda da exigência do comprovante de vacinação para a entrada em ambientes de convívio social.
“Após três anos aprendendo e convivendo com esse vírus, e graças à vacinação, nós conseguimos voltar a uma vida quase normal, sem mais necessidade do uso de máscaras indiscriminadamente. Sim, mantendo a necessidade da vacinação, só que, mais uma vez, as vacinas foram vítimas do seu sucesso. Por que as pessoas deixaram de ter a percepção da gravidade da Covid-19”, afirma a médica infectologista Rosana Richtmann, do Hospital Emílio Ribas, de São Paulo.
A opinião é compartilhada pelo médico infectologista Álvaro Furtado, do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).
“Depois de três anos, existe um cansaço da população com relação às medidas de prevenção, um relaxamento natural. A percepção de risco diminui. A própria sensação de vulnerabilidade acaba diminuindo, porque as pessoas acham que não há mais casos, que tudo se concentrou nos últimos três anos”, diz ele.
“Há muita resistência a completar esquema vacinal, a usar máscara e manter as medidas de prevenção. Tudo isso acaba propiciando esses pequenos aumentos de casos, especialmente depois de grandes eventos e de festas, como estamos observando após o Carnaval”, analisa Furtado.
Com a pandemia de Covid-19, novos hábitos passaram a fazer parte do cotidiano, como o uso de máscaras no transporte público. O costume, que já era adotado em países como a China e o Japão, foi incorporado por diversos países para reduzir a circulação do coronavírus.
O alto índice de cobertura vacinal, com reflexos em melhorias no cenário epidemiológico, permitiu a retirada progressiva da obrigatoriedade do uso de máscara em ambientes fechados, no transporte público e, mais recentemente, em aviões e aeroportos.
No entanto, especialistas ressaltam que, apesar dos índices positivos, alguns hábitos adquiridos durante a pandemia devem ser mantidos, com o objetivo de reduzir a incidência das doenças respiratórias.
“Apesar da vacinação, o vírus ainda circula. Então, algumas regras de etiqueta são fundamentais. Se você estiver com quadro respiratório, não saia de casa. Se você precisa sair, vista uma máscara. Assim, você não vai colocar em risco as outras pessoas”, afirma Rosana.
“Se você estiver em algum local e tiver alguma tosse ou espirro, sempre cubra o nariz e a boca, de preferência na região do cotovelo. Assim, você vai contaminar o ambiente muito menos em comparação com o uso das mãos”, completa.
Além do uso de máscaras diante de sintomas respiratórios, a chamada etiqueta respiratória inclui medidas como higienização das mãos e objetos com regularidade, trabalhar de casa, evitar contato físico e compartilhamento de objetos pessoais e aglomerações em caso de sinais sugestivos de infecção – veja as recomendações aqui.
A proteção oferecida pelas vacinas contra a Covid-19 está associada ao esquema vacinal completo. Imunizantes como a Pfizer, AstraZeneca e Coronavac, disponíveis no Brasil, contam com esquema primário de duas doses, além de aplicações de reforço de acordo com fatores como idade e condição de saúde.
Receber apenas a primeira dose de imunizantes com esquema primário de duas doses confere uma imunidade parcial contra a infecção pelo coronavírus. O Ministério da Saúde estima que cerca de 19 milhões de brasileiros tomaram apenas uma dose contra a Covid-19 e podem estar vulneráveis ao agravamento da doença.
Evidências indicam que pessoas totalmente vacinadas têm menos probabilidade de infecção, incluindo assintomática, de adoecer de forma grave e de transmitir o vírus a outras pessoas.
“As pessoas devem manter a sua vacinação em dia, completar os seus esquemas e fazer as vacinas atualizadas para a população de risco, principalmente os mais velhos, os de maior risco, exatamente pra gente manter a nossa condição de proteção para doenças graves e morte. Quanto mais a gente mantiver uma população devidamente vacinada, menor vai ser o impacto na saúde individual, mas principalmente na saúde coletiva e no nosso sistema de saúde”, diz Rosana.
Na linha de frente contra a Covid-19 no Hospital das Clínicas desde o início da pandemia, o médico Álvaro Furtado afirma que ainda são observados casos graves, principalmente entre não vacinados e pessoas com esquema vacinal incompleto.
Nos hospitais, o que estamos vendo são mais casos graves de internação entre pessoas que têm comorbidades, idosas ou que tem alguma alteração imunológica. Essas pessoas ainda estão internando e evoluindo para forma grave da doença. Isso acontece em uma intensidade muito menor do que há dois ou três anos. Vemos uma movimentação menor, mas constante, de casos graves, especialmente nessas pessoas que têm esquema vacinal incompleto, acima de 65 anos ou com comorbidades como diabetes, obesidade e disfunção imunológica
Álvaro Furtado, médico infectologista do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP)
No início de 2020, o mundo ainda não tinha ideia de como um vírus novo, capaz de provocar uma doença até então desconhecida em humanos, poderia trazer impactos significativos para os sistemas de saúde de diversos países.
O SARS-CoV-2 expôs fragilidades do mercado global em saúde. Logo nos primeiros meses da pandemia, uma competição entre os países acirrou a busca por equipamentos de proteção individual (EPIs), como máscaras, luvas e toucas médicas, além da corrida por respiradores.
O cenário se agravou com a concentração de cerca de 90% da produção global de EPIs pela China, que decretou medidas rígidas de restrição e lockdown em grandes metrópoles, prejudicando a produção e exportação dos produtos.
O sanitarista Gonzalo Vecina, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e ex-diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), avalia que o enfrentamento à pandemia destacou a importância do investimento em saúde pública.
Acho que a principal lição que a pandemia deixou é a da importância de ter um sistema de atenção à saúde de base universal e financiado com recursos públicos. Essa noção de que a saúde é um bem público e, por isso, deve ser responsabilidade do Estado oferecer um sistema de atenção à saúde. Acho que esse foi o principal legado deixado pela pandemia
Gonzalo Vecina, sanitarista e professor da USP
O pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Júlio Croda afirma que os retornos às atividades sociais foram alcançados com a vacinação, fruto do investimento em ciência e tecnologia.
“Talvez a grande lição seja a importância de se falar e do investimento em ciência para responder às demandas de novas pandemias muito rapidamente. Tanto no que diz respeito a vacinas como a tratamentos. Ou seja, o investimento em ciência é fundamental para que a gente possa desenvolver novas vacinas e novos medicamentos. É importante o investimento em ciência para entendermos no futuro como lidar melhor com esses eventos de emergência de saúde pública”, diz.
O especialista defende que governos estabeleçam medidas em preparação a uma resposta mais rápida diante de uma nova pandemia. “Essa preparação envolve ter insumos estratégicos, uma comunicação mais adequada e uma vigilância ativa para a detecção de forma mais rápida de tendência de aumento de número de casos”, pontua.
Apesar das lições colocadas à mesa pela pandemia, especialistas pontuam que os países, incluindo o Brasil, podem estar despreparados para a emergência de uma nova pandemia.
O sanitarista Gonzalo Vecina afirma que a preparação para novas pandemias requer o reforço de estratégias de vigilância. Ele cita como exemplo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, instituição com ampla capacidade de sequenciamento e identificação de microrganismos com potencial de causar infecções em humanos.
“O Brasil está atrasado no reconhecimento da utilização de genômica como um instrumento para identificar novos patógenos. Nós não temos isso, precisamos ter um centro de controle de doenças federal com força e com capacidade de articular uma rede de identificação genômica, uma rede que não só vai controlar as epidemias, mas também as zoonoses. Precisamos acompanhar o que acontece no mundo animal, no mundo vegetal, porque são diversas as fontes que isso pode acontecer”, afirma Vecina.
Para Júlio Croda, da Fiocruz, ainda faltam investimentos em preparação de resposta a emergências.
“Ainda temos um material técnico, vamos dizer assim, insumos estratégicos, que não são adequados. As equipes não são bem treinadas. Nosso serviço de vigilância não consegue identificar em tempo oportuno um aumento expressivo de casos de maneira eficaz para prevenir o espalhamento de uma doença ou de uma possível nova pandemia”, diz.
“Não estamos melhor preparados para novas pandemias porque não fazemos uma vigilância genômica adequada, não temos sistema de informação adequado para essa resposta e não temos capacitação adequada no território para que essa resposta ocorra de forma eficiente”, conclui.
A lista completa de responsáveis pelo escândalo das joias pode aumentar nos próximos dias.
Em meio à preocupação com a escalada do caso, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados começaram a avaliar que mais pessoas envolvidas deveriam dar explicações por sua responsabilidade no episódio.
Ex-assessores de Bolsonaro passaram a cobrar a omissão de Célio Faria Junior, que era chefe de gabinete de Bolsonaro quando os diamantes chegaram ao Brasil, em outubro de 2021, vindos da Arábia Saúdita.
Ele teria se omitido ao longo do tempo em que ocupou o cargo. Faria assumiu em março de 2020 — ficou na por dois anos. A ausência de Faria junto a Bolsonaro nos últimos dias causou irritação no núcleo próximo ao ver que o tenente-coronel Mauro Barbosa Cid foi o único "fritado" com o episódio.
Cid, como ajudante de ordens, estava abaixo de Faria na hierarquia.
Segundo relatos da coluna, Cid também foi responsável por organizar outros presentes recebidos por Bolsonaro como um fuzil, uma pistola e algumas joias com nióbio trazidas do Japão.
Faria Júnior é economista e servidor público civil vindo da Marinha. Ele participou da transição no fim de 2018 e chegou ao Palácio do Planalto em 2019. O primeiro cargo dele foi como chefe dos assessores especiais de Bolsonaro
No fim de 2020, foi promovido a chefe do gabinete pessoal do presidente. Depois, em março, chegou a ser ministro da Secretaria-Geral da Presidência.
Faria também é muito próximo ao ex-ministro Bento Albuquerque, outro pivô do caso.
Ele teria apresentado e sugerido o nome do ministro a Bolsonaro.
O ex-ministro foi quem trouxe as joias da Arábia Saudita que depois foram apreendidas e avaliadas em R$ 16 milhões e que seriam um presente para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
No mesmo período, Faria e sua mulher, a economista Vanessa Lima, tiveram um salto patrimonial e financeiro.
Além dos cargos na Presidência, o casal também conseguiu obter três postos como conselheiros em empresas públicas.
A renda mensal dos dois juntos passou a R$ 76 mil brutos.
Procurado pelo coluna, Faria disse que não participou de uma tratativa do tema e que o problema não chegou a ele na época do governo.
"As questões burocráticas e protocolares eram tratadas diretamente pelos setores responsáveis. Nesse caso existe um gabinete adjunto de Documentação Histórica que era o responsável por tratar esses temas pelo gabinete pessoal. Pelo que verifiquei após tomar conhecimento do tema, e agora somente, as tratativas se deram de maneira oficial, por escrito, em documentos oficiais trocados entre o MME e o gabinete adjunto de Documentação Histórica", afirmou Faria.
Segundo interlocutores do ex-presidente, o tenente-coronel Mauro Cid foi chamado por Bolsonaro em meados de dezembro do ano passado para uma conversa e recebeu a missão de resgatar um presente do então chefe do Executivo que estava na Receita Federal.
Em seguida, Cid telefonou para Julio Cesar Vieira Gomes, ex-oficial da Marinha do Brasil, e então secretário que chefiava a Receita Federal.
Foi apenas nessa conversa, segundo os aliados de Bolsonaro, que o tenente-coronel tomou conhecimento de que se tratava de um conjunto de joias.
Na versão deles, quando o ex-presidente pediu que o presente fosse retirado, não foi mencionado que se tratava de diamantes que tinham sido presenteados pelo governo da Arábia Saudita. Bolsonaro teria dito simplesmente que tinha "algo" para ele.
Ao falar com Gomes, Cid ouviu que se tratava de um conjunto de joias.
No entanto, segundo assessores de Bolsonaro, não foi mencionada qualquer dificuldade para a retirada dos diamantes.
Cid teria feito ofícios à Receita Federal requisitando o material e, a partir disso, enviou alguém de sua equipe para Guarulhos em 29 de dezembro de 2022 para fazer a retirada.
Foi escolhido o primeiro-sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva. O sargento, porém, foi barrado na tentativa.
Silva chegou a telefonar para Cid e para o ex-chefe da Receita Federal para tentar fazer com que as joias fossem entregues, o que não ocorreu.
Nesse meio tempo, uma funcionária recebeu ordens de servidores na coordenação da Ajudância de Ordens da Presidência para pedir ao Departamento de Documentação Histórica do Gabinete da Presidência da República para lançar os diamantes no sistema.
As informações vieram do depoimento de uma servidora à PF, segundo o blog do jornalista Valdo Cruz, do G1.
A coluna apurou com assessores de Bolsonaro que os trâmites foram acelerados devido ao fim do mandato já que Bolsonaro viajou aos EUA no dia 30 de dezembro.
https://noticias.uol.com.br/colunas/juliana-dal-piva/2023/03/11/caso-das-joias-responsabilidade-envolve-outros-assessores-de-bolsonaro.htm
Além de peça-chave para a tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro, o acampamento de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, trouxe prejuízos financeiros aos cofres da União. O Comando Militar do Planalto precisou colocar 200 homens a mais em prontidão e realizar patrulhamentos na área do QG para controlar o ato, o que gerou um custo adicional de quase R$ 400 mil.
Os manifestantes começaram a ocupar a área do Setor Militar Urbano em 31 de outubro, um dia após Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter sido escolhido presidente da República pela maior parte da população. A partir daquela data, os radicais foram ampliando o acampamento com ajuda de financiadores e apoiados por discursos de políticos aliados ao candidato derrotado nas urnas. Foram 70 dias de ato, com custos acima de R$ 5 mil por dia ao Exército.
Os valores são referentes às ações operacionais e logísticas para a segurança da área do SMU, da Praça dos Cristais e do perímetro do QG. Durante os mais de dois meses de manifestações pró-golpe, a Força precisou manter a tropa diariamente aquartelada, em condições de ser acionada em caso de necessidade. O custo exato foi de R$ 376.043,64.
Mesmo com a grande mobilização de segurança, o ato bolsonarista foi marcado por um clima hostil e criminoso. No relatório elaborado pelo interventor federal na Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, após a tentativa de golpe, há, em média, registros de uma ocorrência criminal por dia na área.
Desocupação só ocorreu em 9 de janeiro
Fake news, financiamentos e discursos políticos motivavam manifestantesVinícius Schmidt/Metrópoles
Apoiadora do Bolsonaro tira foto ao lado de réplica de papelão do ex-presidente Hugo Barreto/Metrópoles
Com bandeiras do Brasil, bolsonaristas protestavam contra a democraciaVinícius Schmidt/Metrópoles
Wellington Macedo de Souza, 47 anos, de Fortaleza (CE), se identifica como jornalista conservador e Preso do Xandão. Usa tornozeleira eletrônica
Manifestantes criticaram o ministro do STF Alexandre de MoraesHugo Barreto/Metrópoles
Acampamento montado no QGVinícius Schmidt/Metrópoles
Bolsonarista em protesto no QG do ExércitoHugo Barreto/Metrópoles
Movimento começou após derrota de BolsonaroVinícius Schmidt/Metrópoles
Fileira de caminhõesLuis Nova/Especial Metrópoles
Bolsonaristas marchando em atoEduardo Barretto/Metrópoles
Manifestantes pediram golpe por 70 diasVinícius Schmidt/Metrópoles
Exército desmobilizando acampamentoHugo Barreto/Metrópoles
Desocupação só ocorreu em 9 de janeiro
Fake news, financiamentos e discursos políticos motivavam manifestantesVinícius Schmidt/Metrópoles
Foram 73 ocorrências criminais durante manifestação no Setor Militar. O QG foi palco de crimes contra a honra, de furtos e de agressões, principalmente. Nas datas mais próximas à posse de Lula, bolsonaristas passaram a caçar infiltrados no acampamento e agredi-los.
Além desses casos diários, o ato final da manifestação — a tentativa de golpe — fez com que a Polícia Federal prendesse em flagrante 2.151 pessoas. Ainda permanecem encarceradas 522. Desse total, 440 são homens; e 82, mulheres.
Em 29 de dezembro, uma operação de desmobilização do comércio ilegal do acampamento acabou sendo cancelada por conta da agressividade dos bolsonaristas. O próprio Exército admitiu que precisou interromper o trabalho de fiscalização porque “os manifestantes passaram a hostilizar os agentes do DF legal”.
“A decisão de cancelar a operação levou em consideração a avaliação de risco com a quantidade de idosos e mulheres, podendo gerar consequências graves para a integridade das pessoas que haviam na praça. Avaliou-se que um movimento violento naquele dia não seria adequado”, respondeu o Comando Militar do Planalto, em documento.
Outra denúncia grave vinda do QG ocorreu logo após a invasão às sedes dos Três Poderes. O ministro Alexandre de Moraes havia determinado a desmobilização do ato já na noite do dia 8, mas blindados do Exército impediram a entrada de policiais na área militar, como o Metrópoles flagrou.
O Comando Militar do Planalto afirma que “em nenhum momento houve obstrução ao cumprimento da ordem judicial”. Segundo o CMP, o que houve foi um acordo entre o Comandante do Exército, o Ministro-Chefe da Casa Civil, o Ministro da Defesa, o Ministro da Justiça e Segurança Pública e o Comandante Militar do Planalto, para que a desmobilização ocorresse apenas na manhã de 9 de janeiro, quando os “órgãos de Segurança e Ordem Pública teriam melhores condições”.
Em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do DF que investiga os atos antidemocráticos em Brasília, Fernando de Sousa Oliveira, ex-secretário-executivo da Segurança Pública da capital, afirmou que não foi permitida a prisão dos criminosos que estavam no QG. “No momento, já estava em intervenção [da segurança pública], mas havia uma linha de blindados, dezenas de militares. A PM ficou de fora”, declarou.
https://www.metropoles.com/distrito-federal/exercito-gastou-quase-r-400-mil-durante-atos-golpistas-no-qg-de-brasilia