Por Giuliana Miranda, da Folhapress Ao ver as primeiras imagens das enchentes no Rio Grande do Sul, no começo do mês, a bióloga Erika Berenguer, pesquisadora da Universidade de Oxford e referência nos estudos sobre impactos do fogo nas florestas tropicais, voltou a ter problemas digestivos. Em regressão até aquele momento, o quadro de gastroparesia -mais conhecido como síndrome de atraso no esvaziamento gástrico- piorou. Ela passou a ter dores, inchaço no corpo e dificuldades para se alimentar. É a realidade de muitos cientistas. Sem ter nenhum dos principais fatores de risco para a doença, o distúrbio foi atribuído pela equipe médica à exposição elevada ao estresse. Erika conta que, desde 2015, ano em que o El Niño contribuiu para incêndios devastadores na amazônia, vem enfrentando episódios de ansiedade e outras manifestações físicas relacionadas à situação da floresta e às mudanças climáticas. “Ainda é bem difícil de falar sobre isso”, afirma. A destruição da floresta trouxe ainda o...