O Lobo na Pele De “Jairzinho” - Carlos José Marques
A nova fábula inventada pelo governo é a de que ele agora roga pela pacificação. Quer a paz, o armistício, o entendimento. Com o Congresso, o Supremo, os indigenistas, médicos, professores, quem aparecer pela frente. Deixou de lado o tom beligerante, a arrogância voluptuosa do “eu que mando”. A versão mal acochambrada do “Jairzinho paz e amor” — tal qual a embalagem marqueteira do demiurgo do agreste “lulinha…”, deixa prá lá, criminoso já encarcerado no passado — tem intento e razões de ser. O mandatário de quatro costados, seguro de si por se julgar sustentado pela caserna e pelas ruas, perdeu o chão. Não se vê mais como aquela cocada toda. Dos militares ouviu que seria bom (impositivo até) baixar o tom. Da plateia de eleitores soube, espantado, não existir qualquer apoio a aventuras ditatoriais nessas paragens. Em pesquisa que calou seus arroubos, 75% dos entrevistados disseram-se a favor da democracia, 52% não gostam nada da presença fardada no poder po...