Guerra chega ao 3º dia e já matou mais de mil; Israel põe 100 mil soldados na fronteira
3º dia: Com mais de mil mortos, Israel põe 100 mil soldados perto de Gaza

O conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas entrou no terceiro dia nesta segunda-feira (9), com Israel reunindo mais de 100 mil soldados de reserva perto da Faixa de Gaza, território palestino de onde partiu o ataque de sábado (7). Até o momento, o ataque do Hamas e a reação israelense deixaram mais de mil mortos, segundo autoridades.
O que aconteceu
O último balanço divulgado por Israel é de mais de 700 mortos no país. A informação é do jornal israelense The Times of Israel e da Reuters. Na Faixa de Gaza, autoridades locais falam em ao menos 413 civis mortos, incluindo 20 crianças. Segundo os porta-vozes dos dois lados, esses números ainda devem subir.
Um porta-voz dos militares israelenses, Jonathan Conricus, disse que o país reuniu 100 mil soldados da reserva perto de Gaza para o conflito. Atualmente, os soldados estão no sul de Israel. "O nosso trabalho é garantir que, no final desta guerra, o Hamas não terá mais qualquer capacidade militar para ameaçar os civis israelitas", disse ele, segundo a rede de televisão Al Jazeera.
De acordo com o porta-voz, as tropas de Israel buscam os últimos combatentes do Hamas que se infiltraram no sul de Israel. Na noite de sábado, o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel destruiu a "maior parte" dos "inimigos" que invadiu Israel. Porém, no domingo (8), um porta-voz do Hamas afirmou que o grupo extremista ainda atua em várias partes de Israel.
Enquanto isso, um alto funcionário do Hamas disse que o grupo mantém mais de cem pessoas em cativeiro —ainda não se sabe o número exato de pessoas sequestradas pelos extremistas durante o ataque. Segundo Mousa Abu Marzouk, oficiais israelenses do alto escalão estão entre os sequestrados (que também incluem idosos, crianças e mulheres). O número se soma a mais de 30 pessoas supostamente detidas pelo grupo Jihad Islâmica Palestina.
"Todo cidadão israelense conhece alguém que foi morto, sequestrado ou está desaparecido", disse a socióloga pernambucana Janine Ayala Melo à GloboNews. Ela atua no Batalhão de Infantaria de Reservistas do Exército de Israel. "A mãe de um amigo meu foi assassinada ontem [sábado] na casa dela. Os avós de um amigo meu estão desaparecidos, um deles com Alzheimer. Uma conhecida minha, que estudou comigo, está desaparecida."
Conflito começou com ofensiva surpresa
O Hamas lançou uma ofensiva surpresa contra Israel no início da manhã de sábado, que incluiu o lançamento de foguetes e a infiltração de terroristas armados em território israelense. Segundo o grupo, 5.000 foguetes foram disparados. Israel alegou que foram 2.000 disparos.
Entenda alcance da ação do Hamas a partir das dimensões de São Paulo
Supondo que os foguetes tivessem partido do centro de Sâo Paulo, o raio de alcance chegaria a Bertioga, no litoral paulista, e a Extrema, em Minas Gerais
O ataque surpresa lançado pelo grupo extremista islâmico Hamas contra Israel neste fim de semana deixou centenas de mortos dentro de uma área relativamente pequena. Com 365 km², a Faixa de Gaza tem área equivalente a um quarto da cidade de São Paulo e concentra 2 milhões de palestinos.
Cerca de mil terroristas saíram da Faixa de Gaza no sábado (7) e invadiram Israel, onde realizaram massacres e fizeram reféns. A cerca que fica na fronteira foi violada, e também houve infiltração usando parapentes e barcos. A ação foi acompanhada pelo disparo de milhares de foguetes contra Israel, que respondeu com bombardeios.
Caso Gaza ficasse localizada no centro da capital paulista, os terroristas teriam conseguido infiltrar o centro expandido e partes da região metropolitana. Dentre os alvos, estariam bairros como Cidade Dutra, na zona sul, e cidades como Mauá e Guarulhos.
Já os foguetes disparados de Gaza chegaram até as redondezas de Tel Aviv e Jerusalém, as duas maiores cidades de Israel. Se tivessem partido de São Paulo, os projéteis teriam um raio de alcance capaz de atingir áreas próximas a Bertioga, no litoral paulista, São José dos Campos, no interior, e Extrema, no extremo sul de Minas Gerais.
Em resposta à ação do Hamas, Israel iniciou uma campanha de ataques com mísseis lançados por caças F-16 contra a Faixa de Gaza. Foram registrados bombardeios em toda a extensão do enclave.

Se os bombardeios israelenses tivessem São Paulo como alvo, a faixa de destruição se estenderia desde bairros da zona sul como Campo Limpo, passaria pela região central e chegaria até Guarulhos.
A Faixa de Gaza já havia sido alvo de bombardeios de Israel em diversas ocasiões nos últimos anos. Conflitos recorrentes em 2008, 2012, 2014, 2018 e 2021 destruíram a infraestrutura do enclave e deixaram milhares de mortos.
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2023/10/entenda-alcance-da-acao-do-hamas-a-partir-das-dimensoes-de-sao-paulo.shtml