PGR: Lula planeja adiar escolha por tempo indeterminado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está planejando adiar indefinidamente a indicação do próximo procurador-geral da República. Diante da falta de entusiasmo com os nomes em consideração, o petista provavelmente manterá a subprocuradora Elizeta Ramos interinamente no cargo por um período prolongado.
De acordo com ministros do núcleo central do governo, essa interinidade e a esperança de manter a posição podem incentivar Elizeta Ramos a adotar uma atuação mais moderada, apesar de seu perfil ser considerado conservador.
A nomeação de um novo procurador-geral da República, com um mandato de dois anos, representaria um risco maior se não estiver alinhado com o governo, na visão do governo. As informações foram divulgadas pela colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.
O entendimento no governo é que o cargo de PGR é até mais crucial do que o de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), uma vez que o chefe do Ministério Público Federal é responsável por apresentar denúncias criminais contra o presidente da República.
Lula estaria mais tranquilo se tivesse um aliado como presidente da Câmara dos Deputados, já que cabe a ele autorizar ou não o prosseguimento de denúncias da PGR. No entanto, com Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara, essa não é a situação.
Por exemplo, no caso de um crime comum, a PGR deve encaminhar a denúncia ao STF, que, por sua vez, deve submetê-la à Câmara. Sem a autorização da Câmara, o processo não avança. Se o crime for de responsabilidade, o processo segue para o Senado.
Lula recebeu os nomes dos subprocuradores Paulo Gonet, Antônio Carlos Bigonha, Aurélio Virgílio Veiga Rios, Carlos Frederico Santos e Luiz Augusto Lima. Diferentemente da disputa pelo STF, em que os candidatos são figuras conhecidas, no caso da PGR, nenhum deles conquistou a confiança do presidente Lula.
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