Economistas aguardam ata do BC com sinais mais claros sobre corte de juros


Banco Central divulga na manhã desta terça-feira relatório que detalha a análise feita ao decidir manter a taxa Selic em 13,75% na semana passada, depois de um comunicado evasivo e ainda conservador

Ata é o relatório que o Copom divulga sempre na semana seguinte à decisão da Selic e em que detalha o cenário econômico e as razões consideradas
Ata é o relatório que o Copom divulga sempre na semana seguinte à decisão da Selic e em que detalha o cenário econômico e as razões consideradas Foto: Beto Nociti/BCB

Juliana Elias da CNN

Em São Paulo


O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulga na manhã desta terça-feira (26) a ata de sua reunião na semana passada, na qual decidiu, por mais uma vez, manter a taxa Selic em 13,75%.

Há a expectativa entre os economistas de que o documento reconheça com maior ênfase o processo recente de enfraquecimento da inflação e traga sinais um pouco mais claros sobre quando os cortes de juros poderão começar, depois de um comunicado na semana passada que, se não ainda muito duro, foi considerado, no mínimo, vago com relação ao futuro da Selic.

A ata é o relatório que o Copom divulga sempre na semana seguinte à decisão da Selic e em que detalha o cenário econômico e as razões consideradas.

Ela complementa o comunicado que o colegiado já publica logo após anunciar os novos juros, no mesmo dia da reunião.

“O mercado está esperando nessa pelo menos alguma sinalização de quando e se vai começar a ter corte de juros”, diz Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

“Isso já era esperado em um comunicado mais brando, mas ele veio bem duro, sem enfatizar tanto os dados de inflação mais baixos. Era esperado que tivesse havido pelo menos alguma sinalização de melhora na perspectiva do Banco Central em relação à inflação e ao início de corte de juros; então essa expectativa foi totalmente transferida para a ata”.

Depois de uma sucessão de meses em que o Banco Central seguiu divulgando comunicados bastante rígidos e sem sinal nenhum de corte de juros em um futuro próximo, o documento da semana passada trouxe as primeiras grandes mudanças em relação ao padrão do que vinha sido dito.

O texto deixou, por exemplo, de mencionar que ainda poderia haver novas altas de juros caso o cenário de preços não melhorasse.

Mesmo com os ajustes finos, porém, os economistas ainda consideraram o tom mais conservador do que já era possível e passaram a reavaliar a expectativa anterior, de que a Selic já poderia cair na próxima reunião do Copom, no início de agosto.

Muitos acham mais provável, agora, que a redução fique adiada para setembro.

“O Banco Central precisa passar por um processo para mudar seu discurso antes de partir para um afrouxamento monetário”, diz o analista da Empiricus Research João Piccioni.

“O comunicado, se prestarmos atenção, já teve uma diferença grande em relação ao anterior, e a mesma coisa deve acontecer agora na ata. Devemos ver o BC deixando mais claro, na ata, que há um processo de desinflação e preparando o terreno para esse afrouxamento, que pode ser ainda em agosto”.

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