Aluguel acumula alta de 15% em um ano.
O desequilíbrio entre demanda e oferta de imóveis para alugar fez com que os valores dos contratos fechados em abril batessem recorde de alta.
No acumulado dos últimos 12 meses, o aumento médio foi de 15,82%.
É o maior índice registrado no acumulado de um ano desde 2005, quando o Sindicato da Habitação (Secovi-SP) começou a divulgar sua pesquisa mensal sobre o mercado imobiliário. Só em abril, a alta foi de 2,2% em comparação com o mês anterior.
O número de interessados na locação residencial é alto porque a massa salarial aumentou, o que contribui para pessoas que moravam juntas, como sogro e genro ou pais e filho, procurassem suas próprias moradias.
“O cenário atual é bem diferente de dois anos atrás, quando o mercado estava parado.
Era comum um inquilino ficar sabendo de um aluguel mais barato no mesmo prédio e negociar com a imobiliária para baratear a sua mensalidade”, lembra Crestana.
Em abril, os apartamentos disponíveis para alugar ficaram de 18 a 37 dias desocupados, segundo aponta o Índice de Velocidade de Locação (IVL) do Secovi (Foto: Marcio Fernandes/AE)
Hoje, quem pretende trocar de imóvel deve encontrar preços mais elevados do que o atual aluguel.
Isso porque a variação de 15,82% apontada pelo Secovi se refere ao comportamento dos preços praticados no fechamento de contrato de locação e não de reajuste do contrato vigente.
Para o reajuste, entre 80% e 90% dos contratos têm como base o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que nos 12 meses encerrados em abril registrou alta de 10,6%.
Sobrados e casas térreas foram os imóveis alugados mais rapidamente no mês passado. O Índice de Velocidade de Locação (IVL) indicou um período de 12 a 30 dias. Já os apartamentos demoraram em média de 18 a 37 dias para serem locados.
Na classificação por dormitórios, as unidades com três quartos sofreram os maiores aumentos dos valores do aluguel: 2,5%. Já as locações dos imóveis de um e dois dormitórios subiram 2% e 2,2%, respectivamente.
No orçamento
Quem mora de aluguel tem como prioridade procurar imóveis próximos das escolas dos filhos, faculdade ou do trabalho. As despesas com transporte seriam um gasto a mais dentro de um orçamento que já está, em parte, comprometido com o valor do aluguel.
“O valor do aluguel varia muito e inclui fatores como localização, vaga na garagem e estado de conservação do imóvel. Quem pretende alugar um imóvel precisa pesquisar bastante”, diz Crestana.
A dica do presidente do Instituto Dsop de Educação Financeira, Reinaldo Domingos, é avaliar o valor da locação em relação ao preço de mercado do imóvel.
Se ele paga menos de 0,5% de aluguel em relação ao valor da moradia ainda está na vantagem.
Caso esse índice ultrapasse 0,7% é hora de analisar a situação e tentar buscar um local mais barato.
Outro alerta para o inquilino é se planejar financeiramente para fazer uma reserva mensal com o objetivo de comprar a casa própria no médio prazo. Segundo Domingos, quem poupar agora poderá encontrar preços mais atrativos daqui cinco anos.