Músico da Grande São Paulo transforma van em oficina móvel

 

Por Eduarda Hutter, g1 Mogi das Cruzes e Suzano

Homem transforma van em oficina móvel de instrumentos musicais — Foto: Ricardo Coutinho/Arquivo pessoal
Homem transforma van em oficina móvel de instrumentos musicais — Foto: Ricardo Coutinho/Arquivo pessoal


Visão, criatividade, determinação e amor: esses foram os principais pilares para que um apaixonado por música conseguisse transformar uma van em uma oficina móvel de instrumentos. 

O luthier Ricardo Coutinho mora em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, e conta que sua relação com a música começou ainda na infância e que hoje, após muito estudo, a oficina é um grande sonho realizado.

O profissional, de 47 anos, lembra que teve o primeiro contato com a música na época das “radiolas”. Já que o pai era um grande apaixonado por música, todas as atividades de casa eram feitas com a companhia de alguma melodia dos discos de vinil. Entretanto, o momento que Coutinho considera crucial na sua relação com a música foi aos 12 anos, quando teve contato com um músico profissional da época.

"Ele já fazia gravações para grandes artistas, entre eles Chitãozinho & Xororó, Fafá de Belém e outros. Então, quando eu o vi com um caderno na mão escrevendo uma partitura, olhei para aqueles sinais das notas musicais e fiquei apaixonado. Perguntei para ele o que era aquilo e disse que queria aprender, ele me indicou um conservatório mas, naquela época, era algo muito distante para mim. Ou eu estudava em uma escola cara, ou eu comia".

Tempo depois, o luthier aprendeu a tocar violão com a ajuda de um amigo e, nos anos 90, já se apresentava nos lugares de forma amadora. Em 2002, o profissional, que já tinha aprendido até a tocar guitarra, decidiu que precisava aprimorar mais os conhecimentos técnicos sobre a música. 

Com isso, se matriculou em uma escola de música em Ferraz de Vasconcelos, na Grande SP, e começou a estudar guitarra jazz.

Dois anos depois, o músico percebeu que o instrumento que tinha já não comportava mais o que estava aprendendo, então decidiu comprar uma nova guitarra. 

"Eu comprei um modelo que era fabricado no Brasil, mas como o instrumento era muito complexo, fiquei preocupado pensando no que faria quando precisasse consertar, trocar as cordas e outros problemas que poderiam acontecer".

"Com cerca de 15 dias que estava com a guitarra, entrei em contato com o fabricante e falei que precisava trocar as cordas, mas não sabia como. Perguntei se eles poderiam trocar para mim e lembro que o próprio dono da marca falou 'pode vir, mas vem com tempo para conhecer a fábrica'. Quando eu visitei a empresa, vi todo o processo de fabricação, montagem e pintura e fiquei encantado".


Após a visita, o luthier decidiu que iria se matricular em uma escola na capital paulista para aprender a regular e construir instrumentos musicais. Nesta época, Coutinho começou a consertar instrumentos de amigos, somente por hobby. "Como eu era servidor público, fazia alguns consertos só porque eu gostava e queria mexer com isso. Esse foi o meu primeiro passo em direção à minha carreira profissional".

Em 2012, Ricardo se matriculou na faculdade de música e, depois, fez pós-graduação em musicoterapia. Foi quando os primeiros trabalhos remunerados na área começaram a aparecer.

Construção de um sonho

A ideia de montar uma oficina móvel surgiu em 2019. Coutinho explica que o segmento de luteria já é extenso, muitos profissionais já atuam na área, então queria fazer algo diferente. O investimento inicial foi de R$ 60 mil e o processo de montagem foi todo artesanal. Construção de bancada, painel de ferramentas, painel solar para distribuição de energia, pintura e adesivagem: tudo feito por Ricardo Coutinho, com a ajuda do pai.

"A ideia de montar uma oficina móvel veio da vontade de não me limitar a um público em específico. Queria ter a liberdade de atender clientes de todos os lugares", relata.

A van recebeu o nome de "Luteria Ritornello". Segundo o profissional, "ritornello" é uma palavra italiana que significa "retorno". Na música, o sinal é usado para indicar que o trecho deve ser tocado mais uma vez. Então, o objetivo do nome é fazer com que as pessoas sempre retornem, pela satisfação com o trabalho, e tenham sempre o prazer de indicar novos clientes.

"Sempre trabalhei sozinho e tenho pensado em, no futuro, trazer pessoas para trabalhar comigo, para que possamos atender todas as demandas. Hoje, eu trabalho com uma fila de espera de atendimento, tem serviço que conseguimos concluir em menos de um dia, outros já requerem um prazo maior, tem serviço que demanda mês ou vários meses para conclusão", conta.

O luthier já atendeu músicos de outras cidades do Alto Tietê, além de municípios da capital paulista, como a região do ABC Paulista, GuarulhosBragança PaulistaSão José dos Campos e até em Bertioga.

"Tenho para mim que o mundo é pequeno para quem sonha grande. Então bora sonhar, bora viver, bora colocar a mão na massa e, assim, os resultados vêm". 

https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2023/07/30/musico-da-grande-sao-paulo-transforma-van-em-oficina-movel.ghtml 

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