PF descobre que 2º pacote de joias está no acervo privado de Bolsonaro |
Maria Eduarda Portela
07/03/2023 20:33
Metrópoles
A Polícia Federal (PF) descobriu, após investigações, que o segundo pacote de joias vindo Arábia Saudita e entrado ilegalmente no Brasil foi listado no acervo privado do então presidente Jair Bolsonaro (PL). O kit é composto de relógio com pulseira de couro, par de abotoaduras, caneta rosa gold, anel e um masbaha rose gold, todos da marca suíça Chopard. O estojo estava até então com paradeiro desconhecido. As informações foram divulgadas pelo g1.
Os agentes federais tiveram acesso a um documento no qual aponta que os itens de luxo foram registrados como bens pessoais do ex-chefe do Executivo federal. Entretanto, a lei brasileira pontua que peças entregues como presentes ao presidente do Brasil devem fazer parte do patrimônio da União.
A Polícia Federal irá adicionar o documento ao inquérito e ouvir funcionários que realizaram o transporte do material listado como bem particular de Bolsonaro. Os agentes também irão investigar se o ex-presidente levou as joias para os Estados Unidos após deixar o cargo.
Para os investigadores, há suspeita de que Bolsonaro tenha cometido crime de descaminho, uma vez que os itens entraram no país sem o devido pagamento de impostos, e não poderiam fazer parte do acervo particular do ex-presidente.
O estojo com os itens de luxo e as joias avaliadas em R$ 16,5 milhões foram entregues pelo governo da Arábia Saudita após viagem da comitiva brasileira ao país.
O recibo das joias entregues no Palácio da Alvorada foi assinado por Rodrigo Carlos do Santos, funcionário do Gabinete de Documentação Histórica da Presidência.
O documento contraria a versão de Bolsonaro. “Estou sendo crucificado no Brasil por um presente que não pedi e nem recebi. Vi em alguns jornais dizendo, de forma maldosa, que eu tentei trazer joias ilegais para o Brasil. Não existe isso”, disse o ex-presidente em evento realizado nos EUA, onde está desde o fim do ano passado.
PF não confirma
Ao Metrópoles a assessoria de imprensa da PF não confirmou a informação de que as joias estariam com Bolsonaro. Mas também não desmentiu. A corporação limitou-se a afirmar que “nada foi divulgado pela PF nesse sentido”.
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