Bolsonaro é aconselhado a devolver presente de príncipe saudita
Ex-presidente, no entanto, ainda não teria tomado uma decisão; sugestão é de aliados do ex-presidente, que entendem que entrega do presente para o acervo público arrefeceria a polêmica
Segundo relato feito à CNN, a orientação teria sido dada por um grupo de aliados, para os quais a entrega dos objetos de luxo ao acervo da Presidência da República poderia arrefecer a polêmica sobre os presentes que não teriam sido registrados pela Receita Federal.
O ex-mandatário do Palácio do Planalto, que reconheceu à CNN que incorporou o estojo ao seu acervo pessoal, ainda não tomou uma decisão. Bolsonaro disse que não considera ter havido ilegalidade no episódio.
O estojo foi transportado na mudança do ex-presidente do Palácio do Alvorada. O decreto 4.344/2002, que trata sobre preservação, organização e proteção dos acervos documentais privados dos presidentes estabelece que todos os presentes dados em viagens devem ser encaminhados ao Departamento de Documentação Histórica do Gabinete Pessoal do Presidente da República.
No dia 28 de outubro de 2021, o gabinete do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque informou ao Departamento Histórico da Presidência da República que estava com os presentes entregues pelo governo da Arábia Saudita. Porém, omitiu-se que outros itens do primeiro estojo foram apreendidos pela Receita Federal.
Após um ano, em 29 de novembro de 2022, os itens do segundo estojo foram entregues ao Gabinete Histórico da Presidência da República. No mesmo dia, eles foram incorporados ao acervo privado de Jair Bolsonaro.
Na avaliação de integrantes da equipe do ex-presidente ouvidos pela CNN, todo o mal-estar surgiu porque os assessores do Ministério de Minas e Energia deveriam ter informado previamente o embarque de cada item.
Além disso, responsabilizam a falta de organização do gabinete presidencial, que deveria ter atuado no período para catalogar o acervo pessoal do então presidente.
Agora, a Polícia Federal deve chamar para depoimento os ex-funcionários da Presidência da República que transportaram e registraram os presentes da Arábia Saudita.
Os agentes policiais também devem fazer uma análise das imagens das câmeras de segurança do aeroporto internacional de Guarulhos (SP) e tentar identificar digitais no primeiro pacote de joias apreendido pela Receita Federal.
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