"O Judiciário não faltará ao Brasil", diz Alexandre de Moraes


Ministro do Supremo disse que "desprezíveis ataques terroristas" contra as instituições serão responsabilizados, assim como seus financiadores e agentes públicos

www.brasil247.com - Alexandre de Moraes e terroristas bolsonaristas em Brasília - 08.01.2023
Alexandre de Moraes e terroristas bolsonaristas em Brasília - 08.01.2023 (Foto: Marcelo Camargo/ABr | Ruters)

247 com Reuters - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), se manifestou sobre os atos de terroristas de bolsonaristas, que neste domingo (8) invadiram e vandalizaram os prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do STF. 

O ministro Moraes, que lidera as investigações sobre os atos antidemocráticos de bolsonaristas no País, prometeu identificação e punição dos terroristas e financiadores.

 "Os desprezíveis ataques terroristas à Democracia e às Instituições Republicanas serão responsabilizados, assim como os financiadores, instigadores, anteriores e atuais agentes públicos que continuam na ilícita conduta dos atos antidemocráticos. O Judiciário não faltará ao Brasil!", afirmou o ministro do STF. 

Lula decreta intervenção federal no DF

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou neste domingo intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal até 31 de janeiro deste ano após a invasão e depredação por bolsonaristas extremistas das sedes dos Três Poderes da República, e culpou o ex-presidente Jair Bolsonaro por ter estimulado os atos de vandalismo.

O presidente Lula acusou Bolsonaro de ter estimulado esses atos. "Esse genocida não só provocou isso, não só estimulou isso, como, quem sabe, está estimulando ainda pelas redes sociais, lá de Miami onde ele foi descansar. Na verdade, ele fugiu para não me colocar a faixa", disse Lula, que está em Araraquara (SP) para avaliar danos causados pela chuva na cidade, em um rápido pronunciamento.

"Todo mundo sabe que tem vários discursos do ex-presidente da República estimulando isso", emendou, ao destacar que a ação dos extremistas também é responsabilidade dos partidos que sustentam Bolsonaro e prometendo que todos os envolvidos serão punidos.

Lula afirmou que os envolvidos serão identificados e punidos de forma exemplar. "Eles invadiram, quebraram muitas coisas e, lamentavelmente, quem tem que fazer a segurança do Distrito Federal é a Polícia Militar do DF, que não fez. Houve, eu diria, incompetência, má vontade ou má fé das pessoas que cuidam da segurança pública do Distrito Federal, não é a primeira vez", disse.

"Eu espero que a partir desse decreto a gente possa não só cuidar da segurança do Distrito Federal, mas garantir de uma vez por todas que isso não se repetirá no Brasil. É preciso que essa gente seja punida de forma exemplar, que essas pessoas sejam punidas de forma que ninguém nunca mais ouse, com a bandeira nacional nas costas, com a camiseta da seleção brasileira, para se fingirem de nacionalistas, se fingirem de brasileiros, façam o que eles fizeram hoje", reforçou.

Lula indicou o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Garcia Capelli, como o interventor federal da segurança pública do Distrito Federal, subordinado diretamente a ele e com amplos poderes sobre essa área da capital do país.

Leia também matéria do Agência Brasil sobre o assunto:

Manifestantes apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro inconformados com o resultado das eleições invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF). A invasão começou após a barreira formada por policiais militares na Esplanada dos Ministério, que estava fechada, ter sido rompida. O Congresso Nacional foi o primeiro a ser invadido, com os manifestantes ocupando a rampa e soltando foguetes. Depois eles quebraram vidro do Salão Negro do Congresso e danificaram o plenário da Casa. 

Após a depredação no Congresso, eles invadiram o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF). No STF, quebraram vidros e móveis.

As imagens mostram que o efetivo de policiais militares que estava nas proximidades do Congresso Nacional usou sprays de pimenta em uma tentativa sem sucesso de conter os manifestantes que entoavam palavras de ordem golpistas.

Via redes sociais, o ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que "essa absurda tentativa de impor a vontade pela força não vai prevalecer". Ele acrescentou ter ouvido do governo do Distrito Federal que o efetivo seria reforçado. "As forças de que dispomos estão agindo. Estou na sede do Ministério da Justiça", escreveu o ministro.

Ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro e atual secretário de Segurança Pública do Governo do Distrito Federal, Anderson Torres, que se encontra nos Estados Unidos, disse, via Twitter, ter determinado ao setor de operações "providências imediatas para o restabelecimento da ordem no centro de Brasília".

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, disse nas redes sociais, que tem certeza que a maioria dos brasileiros quer união e paz para que o Brasil siga em frente. “Essa manifestação é de uma minoria golpista que não aceita o resultado da eleição e que prega a violência. Uma minoria violenta, que vai  ser tratada com o rigor da lei”.

Presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco disse repudiar "veementemente esses atos antidemocráticos", que, segundo ele, deverão "sofrer o rigor da lei com urgência". A Polícia Legislativa também está no local, na tentativa de conter a invasão.

"Conversei há pouco, por telefone, com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, com quem venho mantendo contato permanente. O governador me informou que está concentrando os esforços de todo o aparato policial no sentido de controlar a situação", disse Pacheco.

O presidente da Câmara publicou nas redes sociais que o Congresso Social jamais negou "voz a quem queira se manifestar pacificamente". "Mas nunca dará espaço para a baderna, a destruição e vandalismo." Na postagem, Lira diz que os responsáveis que "romoveram e acorbetaram esse ataque à democracia brasileira e aos seus principais símbolos devem ser identificados e punidos na forma da lei".

"A democracia pressupõe alternância de poder, divergências de pontos de vista, mas não admite as cenas deprimentes que o Brasil é supreendido nesse momento. Agiremos com rigor para preservar a liberdade, a democracia e o respeito à Constituição", escreveu Lira. 

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