Quilombolas e índios separam Augusto Aras de Jair Bolsonaro

 Brenno Grillo

Publicada em 12/04/2022 
Augusto Aras age como um aliado fiel de Jair Bolsonaro, defendendo o presidente tanto quanto o AGU, Bruno Bianco, apesar de não ter essa função (é o fiscal da lei). 
Mas o PGR e o capitão reformado ficam em lados opostos quando o assunto é marco temporal para quilombolas ou indígenas.

Essa diferença pode parecer pequena, mas Aras já defendeu o arquivamento de investigações que prejudicariam Bolsonaro e seus filhos, tornou a PGR mais liberal na economia do que seus antecessores e até foi a favor de aglomerações religiosas durante a pandemia. 

E é justamente num tema que afeta um eleitorado fiel de Bolsonaro que o procurador-geral fincou a linha que não pode ser cruzada.

O marco temporal é um meio encontrado pelos ruralistas para formalizar o roubo de terras de povos que foram escorraçados e assassinados ao longo dos mais de cinco séculos que se seguiram desde a chegada dos portugueses. 
Ao se manifestar contra o pedido levado ao STF, em setembro do ano passado, Aras afirmou que “não se pode invisibilizar os nossos ancestrais, que nos legaram este país” porque o “Brasil não foi descoberto” e “não tem 521 anos”.

Agora, em ação de mesmo tema (mas voltada aos quilombolas), o PGR defende ser impossível alegar “que os integrantes da comunidade não estavam no território quando da promulgação da constituição e de que há títulos formais conferido a propriedade a particulares” para tentar “afastar a tradicionalidade da ocupação e os direitos dos remanescentes de quilombos sobre as terras objeto de demarcação”. 
https://obastidor.com.br/justica/quilombolas-e-indios-separam-augusto-aras-de-jair-bolsonaro-3180

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