Hiperdesinformação das redes revitaliza imprensa
Josias de Souza Em qualquer rodinha é muito fácil reconhecer um jornalista: é o que está falando mal do jornalismo. Nem sempre foi assim. Machado de Assis escreveu em 23 de outubro de 1859 uma crônica laudatória sobre a imprensa. Chama-se "A Reforma pelo Jornal''. Começa assim: "Houve uma coisa que fez tremer as aristocracias, mais do que os movimentos populares; foi o jornal''. A crônica de Machado, à época um jornalista com tenros 20 anos, festejava a ampliação dos domínios da palavra: "A imprensa, que encarnava a ideia no livro, (...) sentia-se ainda assim presa por um obstáculo qualquer; (...) abriu pois uma represa que a impedia, e lançou-se (...) ao novo leito aberto: o pergaminho será a Atlântida submergida''. Decorridos quase 164 anos, a palavra desbravou fronteiras que não cabiam nem mesmo na imaginação de um escritor como Machado de Assis. O texto rompeu a relação de dependência que mantinha com o papel de livros e jornais. Não bastas...