Delegado da PF relata "recado de intimidação" após indiciar Bolsonaro
Delegado da PF relata "recado de intimidação" após indiciar Bolsonaro
atualizado
Delegado da Polícia Federal (PF) que imputou múltiplos crimes a Bolsonaro, Fábio Alvarez Shor (foto de destaque) apontou suposta tentativa de intimidação por conta de sua atuação nos processos relatados pelo ministro Alexandre de Moraes no STF. A PF abriu inquérito para apurar a denúncia.
Em depoimento sigiloso obtido pela coluna, Shor disse que passou a usar carro blindado por se sentir ameaçado após indiciar o ex-presidente no caso das joias sauditas. No relato feito à própria Polícia Federal, o delegado narrou que, em 13 de julho deste ano, “pessoas ainda não identificadas colocaram um boneco, em forma de macaco, na parte traseira” do veículo dele. O automóvel estava estacionado na área externa da residência de Shor, em Brasília.
Na interpretação do delegado, o tal boneco teria sido um “recado de intimidação”, no sentido de demonstrar que sabiam onde ele mora. Fábio Shor reportou o episódio à Diretoria de Inteligência da Polícia Federal.
O delegado teve seu retrato exposto por parlamentares da oposição e por militantes virtuais que condenam a forma como ele atua nos inquéritos junto a Moraes. Uma das críticas se deve ao fato de policiais federais mulheres terem revistado a filha do blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, de 16 anos, com toques por cima da calça.
Shor afirma que, após a exposição, passou a ser alvo de “uma onda de ataques em massa” nas redes sociais.
E que as ameaças na web se estenderiam ainda a familiares dele.
O depoimento foi há exatos dois meses.
Ao ser indiciado pela PF por suposta tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro afirmou, na semana passada, que o ministro Alexandre de Moraes “tem uma assessoria bastante criativa“.
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