Tornado inelegível pelo TSE, Bolsonaro poderá colecionar ainda mais derrotas na esfera criminal

Bolsonaro é investigado em várias outras frentes, as principais relacionadas ao 8 de janeiro. Ele é visto como autor intelectual dos ataques

Jair Bolsonaro e presídio federal de segurança máxima
Jair Bolsonaro e presídio federal de segurança máxima (Foto: Reuters | Agência Brasil )

247 - Jair Bolsonaro (PL) ainda terá que enfrentar os prováveis desdobramentos de investigações na esfera criminal após sofrer um revés no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), diz a Folha de S. Paulo. Na última sexta-feira (30), o TSE condenou Bolsonaro por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, tornando-o inelegível por oito anos.

Para além desta derrota mais recente, Bolsonaro é investigado em várias outras frentes, as principais relacionadas ao 8 de janeiro e outras reunidas no inquérito das milícias digitais.

"Os votos de alguns ministros no TSE, entre eles o do relator, Benedito Gonçalves, e o de Alexandre de Moraes, relator das investigações criminais, indicam que Bolsonaro é visto como um integrante da milícia digital", aponta a reportagem.

Gonçalves sinalizou em seu voto que o entendimento é de que há uma relação direta entre o discurso de Bolsonaro contra as urnas antes da eleição e os ataques posteriores. 

A minuta do golpe encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres, que previa estabelecer um estado de defesa do TSE, é o roteiro do golpe bolsonarista, segundo Gonçalves. "É evidente que a minuta materializou em texto formalmente técnico uma saída para o caso de surgirem indícios de fraude eleitoral em 2022. Isso em contexto no qual a hipótese de fraude era tratada como equivalente à derrota do candidato à reeleição presidencial", disse o ministro.

Já Moraes mencionou os 'milicianos digitais' ao dizer que deste grupo fazem parte todos aqueles que têm produzido e divulgado desinformação. O magistrado destacou a necessidade de punir todos. "Desinformação produzida e divulgada por verdadeiros milicianos digitais em todo o mundo. Se esse viés autoritário e extremismo é o que queremos para a nossa democracia, vamos reafirmar a fé na nossa democracia e no Estado de Direito. Não vamos admitir que milícias digitais tentem novamente desestabilizar as eleições e as instituições democráticas".

Em voto para aceitar as denúncias contra terroristas bolsonaristas do 8 de janeiro, Moraes já havia apontado para a relação entre este caso e as apurações em andamento contra Bolsonaro, indicando ver o ex-mandatário como autor intelectual do ataque do início do ano.

O delegado responsável pelo caso envolvendo o celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, também já expressou entendimento semelhante em relação ao roteiro do golpe. Os diálogos encontrados no aparelho "revelaram o processo de materialização no mundo real dos objetivos da associação ora investigada, transbordando sua atuação para além da esfera virtual. A milícia digital reverberou e amplificou por multicanais a ideia de que as eleições presidenciais foram fraudadas", segundo ele.  

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