PF celebra Cid não ter desativado backup de celular entre 1ª e 2ª apreensão |

 Guilherme Amado

15/05/2023 

 Metrópoles

Guilherme Amado

O tenente-coronel Mauro César Cid continuou fazendo o backup de seu celular entre a primeira e a segunda busca e apreensão de seu aparelho, o que tem sido celebrado na Polícia Federal (PF). A suposição dos investigadores era que Cid teria desativado a função de salvar os dados na nuvem, após o Supremo Tribunal Federal já ter quebrado seu sigilo telemático.

A primeira apreensão e a primeira quebra de sigilo de dados de Cid foi no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos, e aquele material já havia servido aos investigadores na apuração da participação de empresários bolsonaristas na discussão de um golpe de Estado, caso Lula vencesse, como mostrou a coluna, no ano passado.

Agora, aos poucos, a PF descobre que, além de ter mantido o hábito de salvar os arquivos na nuvem, Cid também seguiu com conversas comprometedoras por meio do WhatsApp.

https://www.metropoles.com/colunas/guilherme-amado/pf-celebra-cid-nao-ter-desativado-backup-entre-1a-e-2a-apreensao 

Metrópoles é finalista de um dos mais importantes prêmios de jornalismo investigativo do mundo | Metrópoles

Metrópoles

Metrópoles é finalista do Global Shining Light Awards (GSLA), um dos mais importantes prêmios de jornalismo investigativo do mundo, com a matéria sobre o escândalo de assédio sexual e moral no coração do governo Jair Bolsonaro, publicada na coluna de Rodrigo Rangel. A reportagem resultou na saída do então ex-presidente da Caixa, Pedro Duarte Guimarães.

O Global Shining Light Awards é patrocinado pela Global Investigative Journalism Network – uma associação composta por 244 organizações, em 90 países diferentes, e que promove o jornalismo investigativo ao redor do mundo. O prêmio reconhece as melhores reportagens produzidas por redações de países em desenvolvimento. O trabalho concorre na categoria Large Outlets (veículos grandes) com outras cinco reportagens publicadas por grupos de comunicação da Indonésia, África do Sul, Venezuela, Espanha e Ucrânia.

Neste ano, o prêmio recebeu o recorde de inscrições: 419 trabalhos de 84 países diferentes; o número é 43% maior que a última edição. Os vencedores serão conhecidos durante a Conferência Global de Jornalismo Investigativo (GIJC23), que acontece entre 19 e 23 de setembro, em Gothenburg, na Suécia.

Escrita por Rodrigo Rangel, Fábio Leite e Jeniffer Gularte, a reportagem “Exclusivo: funcionárias denunciam presidente da Caixa por assédio sexual” mostra relatos do sofrimento enfrentado por vítimas de Pedro Guimarães, 51 anos, durante a gestão dele. Um dia após a denúncia veiculada no MetrópolesPedro entregou ao então presidente Jair Bolsonaro (PL) a carta de renúncia.

Os jurados do GSLA elogiaram o processo de apuração da equipe de jornalistas e os desdobramentos políticos após a publicação da reportagem. Confira o texto divulgado pela organização:

“Nesta investigação impactante, a redação do Metrópoles expôs um dos maiores escândalos de assédio do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante seis meses, os jornalistas identificaram inúmeras vítimas de assédio sexual no maior banco público do Brasil. A equipe tomou o cuidado para não expor as identidades das denunciantes que desejavam se manter anônimas”, destacou o texto.

A organização ressaltou ainda que, apesar de os repórteres terem sofrido intimidações, “eles revelaram o esforço sistemático da cúpula do banco para perseguir funcionárias mulheres, as tentativas de encobrir os abusos e o papel central de aliados de Bolsonaro no escândalo”.

“O presidente do banco foi demitido no dia seguinte à publicação da matéria. A partir da reportagem, uma série de investigações internas e federais foram instaladas. ‘Eles convenceram as mulheres a falarem, e isso teve um impacto, levando à demissão de uma figura política importante que agora está sendo processada’, diz o texto de um dos jurados.

Jornalismo de investigação

Durante semanas, a reportagem ouviu relatos sobre assédios cometidos por Guimarães. Nada, porém, havia avançado para providências capazes de colocar em xeque a permanência do presidente da instituição no cargo, até a publicação da matéria.

No fim do ano passado, um grupo de funcionárias decidiu romper o silêncio e denunciar as situações pelas quais passaram. A coluna colheu os relatos de algumas dessas mulheres. Todas elas trabalham ou trabalharam em equipes que servem diretamente ao gabinete da presidência da Caixa.

Cinco concordaram em dar entrevistas, desde que as identidades fossem preservadas. Elas diziam se sentir abusadas por Pedro Guimarães em diferentes ocasiões, sempre durante compromissos de trabalho.

Os depoimentos são fortes. As mulheres relataram toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites heterodoxos, incompatíveis com o que deveria ser o normal na relação entre o presidente do maior banco público brasileiro e funcionárias sob seu comando.

Sobre a reportagem

O trabalho já havia vencido outros prestigiados prêmios de jornalismo. Em novembro de 2022, o trabalho ganhou o Prêmio Latino-Americano de Jornalismo de Investigação, da Colpin, considerado o mais importante da América Latina. A matéria especial levou ainda o Prêmio IREE de Jornalismo 2022 na categoria Política.

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