Guilherme Amado ataca ação judicial que pode salvar a engenharia brasileira

 Jornalista questionou ação proposta pelo advogado Walfrido Warde e por vários partidos políticos para rever as multas bilionárias impostas às construtoras nacionais

17 de abril de 2023, 21:15 h

www.brasil247.com - Guilherme Amado e Walfrido Warde
Guilherme Amado e Walfrido Warde (Foto: Divulgação)

247 – O setor de engenharia e construção pesada no Brasil, que foi destruído pela Operação Lava Jato, terá que superar um grande obstáculo para conseguir voltar à tona: os setores da imprensa brasileira que atuam para que as construtoras brasileiras continuem alijadas do mercado nacional. Nesta segunda-feira, por exemplo, o jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, publicou uma nota em que afirmou que as "empreiteiras querem distância de ação contra acordos de leniência". Embora o título tenha sido colocado no plural, sua nota tem apenas uma fonte, que fala em off, ou seja, de forma anônima, colocando-se contra tal ação, proposta pelo advogado Walfrido Warde, em nome dos partidos Psol, PCdoB e Solidariedade.

Pouco depois de publicar a nota, Amado foi procurado pelo advogado Walfrido Warde, que, embora tenha sido o autor da ação, não foi ouvido pelo jornalista. Confira a troca de mensagens:

Na noite desta segunda-feira, Amado foi também procurado pelo jornalista Leonardo Attuch, editor do 247, que o questionou sobre por que ele estaria se posicionando contra a possibilidade de recuperação das empresas brasileiras de engenharia, que estão sendo deslocadas no mercado brasileiro por firmas espanholas (também acusadas de corrupção) e chinesas. Eis a resposta de Amado:

"Não considero que houve polêmica entre mim e o advogado. Houve uma discordância. Nenhuma posição contrária às construtoras, apenas, ao procurar os jurídicos das empreiteiras, ouvi deles que a ação é ruim, inoportuna, e que não houve ambiente de coação. Apenas escrevi o que apurei. Também procurei integrantes dos diretórios nacionais dos partidos, que não quiseram defender publicamente a ação. Ser contra as construtoras brasileiras, e o país, eu creio, é defender que elas não paguem pelos acordos que fizeram de maneira a reparar os danos que confessadamente causaram", escreveu Amado.

No entanto, ao contrário da posição apontada pelo jornalista, o sindicato das empresas de construção, o Sinicon, defende que sejam criados mecanismos para reabilitar as empresas brasileiras de engenharia. Em entrevista recente ao 247, o presidente do Sinicon, Claudio Medeiros, defendeu que o governo crie um mecanismo econômico para reabilitar as empresas nacionais. "É preciso pensar na criação de um Fundo Garantidor, possibilitando que nossa engenharia nacional tenha acesso a linhas de crédito competitivas, tanto para investimento fixo quanto para capital de giro", afirmou.

Além disso, ao contrário da nota de Amado, o presidente do Psol, Juliano Medeiros, também se posicionou sobre a ação que tenta salvar a engenharia brasileira:

De acordo com um estudo do Dieese, a Operação Lava Jato destruiu 4,4 milhões de empregos e inviabilizou praticamente todas as empresas brasileiras de engenharia, que já foram reputadas como as melhores do mundo. 

Hoje, as obras públicas no Brasil que não foram interrompidas estão sendo executadas por firmas internacionais, que não são melhores do que as brasileiras nem tecnicamente nem do ponto de vista ético. 

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