Carmen Lúcia é definida como relatora de denúncia contra Moro por calúnia a Gilmar Mendes

 Denúncia da PGR foi encaminhada ao gabinete de ministra nesta segunda; Gilmar está impedido de votar no julgamento por estar na condição de vítima

Ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF)
Ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jr./SCO/STF

Basília Rodrigues

17/04/2023 às 20:34 | Atualizado 17/04/2023 às 20:39

O processo foi distribuído para o gabinete da ministra na noite desta segunda-feira (17), horas após a chegada da denúncia ao STF. De acordo com o acompanhamento processual, Gilmar Mendes fica impedido de votar no julgamento porque está na condição de vítima, portanto, parte interessada na condenação de Moro.

Na sexta-feira passada (14), o próprio ministro representou contra Moro na PGR devido à repercussão de um vídeo em que o senador, ex-juiz da Lava Jato, aparece dizendo a seguinte frase: “não, isso é fiança, instituto, para comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes”.

Na representação, o ministro afirma que tomou conhecimento do vídeo que foi amplamente veiculado pela imprensa nacional e pede para que Moro seja processado criminalmente.

Nesta segunda-feira (17), três dias após a divulgação do vídeo, a PGR formalizou uma denúncia contra Moro, em que diz: “Em data, hora e local incertos, o denunciado Sergio Fernando Moro, com livre vontade e consciência, caluniou o Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Ferreira Mendes, imputando-lhe falsamente o crime de corrupção passiva, previsto no artigo 317 do Código Penal, ao afirmar que a vítima solicita ou recebe, em razão de função pública, vantagem indevida para conceder habeas corpus, ou aceita promessa de tal vantagem.”

Para a PGR, Moro “agiu com a nítida intenção de macular a imagem e a honra” de Gilmar Mendes. A procuradoria pede a perda do mandato de senador do político.

Moro alega que o vídeo foi descontextualizado e que não há nenhuma acusação contra o ministro Gilmar Mendes no vídeo em que ele aparece falando em “comprar habeas corpus” do magistrado.

“Claramente, naqueles fragmentos que foram editados e manipulados, não há nenhuma acusação contra o ministro Gilmar Mendes. Não há nenhuma ofensa ao ministro Gilmar Mendes intencional. O que existe são falas que foram descontextualizadas e divulgadas em fragmentos para falsamente me colocar como alguém contrário ao Supremo Tribunal Federal e ao próprio ministro, o que nunca fui”, disse Moro.

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