'Mundo torce por resposta dura aos golpistas para evitar contágio global', diz analista
Brasil é visto como "laboratório de movimentos extremistas" e pode antecipar problemas que outras democracias poderão ter no futuro, afirma Oliver Stuenkel

247 - Governos de todo o mundo observam o torcem por respostas duras do governo Lula (PT) aos bolsonaristas golpistas que tentaram um golpe de Estado no Brasil no último dia 8.
O temor é de que movimentos semelhantes se espalhem por outros países, em "uma onda global de vandalismo contra parlamentos mundo afora", diz o analista político e professor de Relações Internacionais da FGV-SP Oliver Stuenkel em artigo no Estado de S. Paulo.
Casos parecidos, de violência e terrorismo político, foram vistos recentemente nos Estados Unidos e Alemanha. "Em várias outras democracias do mundo, há também preocupação com grupos radicalizados em universos paralelos das redes sociais e dispostas a usar violência para obter seus objetivos políticos. Uma vez que o Brasil tem sido visto, no exterior, como uma espécie de laboratório de movimentos extremistas, tende a aumentar a apreensão de que o país apresente o tipo de problema que outras democracias poderão enfrentar daqui a alguns anos"
Daí a torcida por uma resposta inequívoca aos golpistas, incluindo os mentores do golpe - como Jair Bolsonaro (PL) - e as autoridades de segurança que falharam na proteção das sedes dos Três Poderes em Brasília. "Na leitura internacional, quanto mais rigorosa a resposta da Justiça brasileira, menos risco há de que os ataques de 8 de janeiro venham a inspirar movimentos semelhantes em outros países. No entendimento de integrantes de vários governos, Bolsonaro só se desviou do playbook trumpista quando começou a temer a punição do TSE e, em seguida, viajou aos EUA".
Segundo Stuenkel, Lula tem "o apoio praticamente unânime da comunidade internacional".
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