Queda nos preços da energia e alimentação levou à deflação em agosto


Queda nos preços da energia e alimentação levou à deflação em agosto

Flávia Said 

Mariana Andrade

10/09/2024 10:08, atualizado 10/09/2024 11:31

Getty Images
Vários alimentos sendo cortados na bancada

A redução nos preços da energia residencial e alimentação influenciou na deflação de 0,02% registrada em agosto de 2024. Os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, foram divulgados nesta terça-feira (10/9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A queda dos preços no mês passado foi puxada pela baixa no setor de habitação (-0,51%), após redução nos preços da energia elétrica residencial (-2,77%) e no setor de alimentação e bebidas (-0,44%), com a segunda queda consecutiva da alimentação no domicílio (-0,73%).

Para o gerente da pesquisa, André Almeida, a mudança de bandeira tarifária da energia foi o fator preponderante para explicar o resultado do recuo do grupo habitação.

“A principal influência veio de energia elétrica residencial, com o retorno à bandeira tarifária verde em agosto, onde não há cobrança adicional nas contas de luz, após a mudança para a bandeira amarela em julho”, explica.

Já neste mês de setembro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu que será fixada a bandeira vermelha patamar 1, que resulta em um acréscimo de R$ 4,463 a cada 100 quilowatt-hora consumidos. Com isso, o preço deve voltar a subir.

No grupo de alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio (-0,73%) apresentou o segundo recuo consecutivo e agosto, após queda de 1,51% em julho. Além disso, foram observadas quedas nos preços da batata inglesa (-19,04%), do tomate (-16,89%) e da cebola (-16,85%).

“O principal fator que contribuiu para a queda nos preços foi uma maior oferta desses produtos no mercado por conta de um clima mais ameno no meio do ano, que favorece a produção desses alimentos, com maior ritmo de colheita e intensificação de safra”, destaca Almeida.

Comparativos

Este é o primeiro resultado negativo desde junho de 2023, quando o índice registrou queda de 0,08%.

O número de agosto ficou 0,40 ponto percentual abaixo da taxa do mês anterior, julho (0,38%). Já em agosto de 2023, a variação havia sido de 0,23%.

Com o resultado, o Brasil tem uma inflação acumulada de 4,24% nos últimos 12 meses. No acumulado do ano, a alta é de 2,85%. A meta de inflação estabelecida para 2024 é de 3%, com variação de 1,5 ponto percentual (para cima ou para baixo, ou seja, podendo oscilar entre 4,5% e 1,5%).

O que é o IPCA?

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.

O próximo resultado da inflação, referente a setembro, será divulgado em 9 de outubro.

https://www.metropoles.com/brasil/queda-nos-precos-da-energia-e-alimentacao-levou-a-deflacao-em-agosto

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