Globo deve receber R$ 600 milhões de bets em 2024
'EPIDEMIA'
Globo deve receber R$ 600 milhões de bets em 2024
Investimentos de casas de apostas online em publicidade na emissora pode chegar a R$ 1 bilhão no ano que vem
A Globo deve receber até o fim de 2024 aproximadamente R$ 600 milhões vindo dos sites de apostas esportivas, as bets, em publicidade. E a projeção é que, em 2025, receba algo em torno de R$ 1 bilhão.
As informações são da coluna Notícias da TV, do jornalista Daniel Castro. A presença das plataformas de apostas online fica evidente para quem acompanha a programação da emissora. O pacote Futebol 2024, por exemplo, tem patrocínio da Betnacional, que pagou R$ 260 milhões pela cota (na tabela), segundo Castro, que destaca ainda a Estrela Bet, responsável por uma cota de R$ 49,5 milhões para ser incluída no reality show Estrela da Casa.
No BBB 2024, a Esportes da Sorte, junto com as marcas Amstel, Chevrolet, Downy e Rexona, participou da Cota Camarote do programa, apresentada ao mercado pelo valor de R$ 87,423 milhões. Na mesma edição, a plataforma promoveu uma festa patrocinada para os participantes, que contou com apresentação da formação original do grupo É o Tchan.
A Esportes da Sorte é um dos alvos da Operação Integration, deflagrada na semana pela Polícia Civil de Pernambuco, que levou à prisão a influenciadora Deolane Bezerra, beneficiada por um habeas corpus nesta segunda-feira (9). A Polícia e o Ministério Público investigam possíveis crimes de lavagem de dinheiro e exploração de jogos ilegais. A empresa nega as irregularidades.
Segundo Daniel Castro, o valor total da publicidade das plataformas de apostas representam pelo menos 5% do faturamento publicitário da Globo, estimado em R$ 11 bilhões em 2023, um valor maior do que é arrecadado com governos e estatais federais, estaduais e municipais, responsável por 4%.
'Epidemia' de bets
Empresários do varejo têm demonstrado preocupação em relação às bets e entidades do setor já fazem lobby no Congresso Nacional e também buscam apoio do governo federal para a promoção de medidas que dificultem o acesso às apostas esportivas.
O vice-presidente institucional Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Marcio Milan, contou que a entidade se uniu a empresas como a Unilever para apoiar a elaboração de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que restrinja a propaganda de casas de apostas.
Os bancos também começam a se movimentar. "Estamos diante de um cenário potencialmente crítico. Pelo tamanho desse mundo de apostas online, temos um quadro de proporções alarmantes", afirmou Brazil Journal o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney.
Segundo ele, a entidade está pressionando para que o uso do cartão de crédito nas bets não seja permitido. “O governo já proibiu, mas infelizmente essa proibição ainda não está efetiva,” disse o presidente da Febrabran. “Pode elevar a inadimplência, além de sobrar menos recursos para o consumo.”
https://revistaforum.com.br/midia/2024/9/9/globo-deve-receber-r-600-milhes-de-bets-em-2024-165270.html
