Ex-chanceler Celso Amorim encontrará Zelensky nesta quarta (10) para discutir paz

 Assessor especial da Presidência da República para assuntos Internacionais deve discutir a criação de um "grupo da paz" para formular uma resolução para o conflito

Na Ucrânia, Celso Amorim vai discutir com Zelensky criação de
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Da CNN

10/05/2023 às 04:00

O assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais e ex-chanceler, Celso Amorim, está na Ucrânia, onde encontrará com o presidente Volodymyr Zelensky nesta quarta-feira (10).

A reunião acontecerá em Kiev, e na pauta está a proposta brasileira de criar “um grupo de paz” para resolução da guerra. Amorim já esteve na Rússia e quer alçar o Brasil a mediador do conflito armado.

Conforme noticiou Priscila Yazbek, interlocutores do ex-chanceler pontuam que a ideia do “clube da paz” é reunir países que não estão diretamente envolvidos no conflito, mas que são grandes potências e têm visões consideradas relevantes nas discussões em âmbito global.

A viagem é também uma tentativa do governo de tentar ajustar a posição após as falas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acusando os Estados Unidos e a União Europeia de prolongaram a batalha.

Outros acontecimentos que geraram ruído com o Ocidente foram a visita do chanceler russo, Sergei Lavrov, ao Brasil e a ida do próprio Amorim à Rússia.

Mesmo com a intenção de desenvolver o grupo de países para a promoção da paz, o ex-ministro brasileiro reconhece que nenhuma das duas nações em guerra estão preparados para sentar à mesa e negociar neste momento.

Nesta terça-feira (9), o presidente Lula comentou sobre a ida de Amorim à Ucrânia. “Eu espero que o Celso me traga não a solução, [mas] que ele me traga indícios de soluções para que a gente possa começar a conversar sobre paz“, apontou.

“Ele já sabe o que o Putin quer, ele agora vai saber o que quer o Zelensky, e aí nós vamos ter instrumentos para conversar com outros países e construir, quem sabe, a possibilidade de pararmos essa guerra”, complementou.

Lula também avaliou que cada país tem “sua razão”, mas que a Ucrânia não pode aceitar a ocupação do território e tem que resistir. Ainda salientou que entende que o acordo de paz é possível.

Troca de acusações

Nesta terça-feira (9), Zelensky se reuniu com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e disse que os russos são sanguinários.

“Na minha opinião (sobre Bakhmut), a Federação Russa, seus líderes militares e políticos precisam ‘vender’ algo para a sociedade porque não há vitórias. A sociedade deles é sanguinária e vemos o apoio a certas ações radicais”, pontuou Zelensky.

Em Moscou, por outro lado, Vladimir Putin liderou o desfile militar anual do dia da vitória, que marca a derrota da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.

O chefe de Estado aproveitou o evento para, mais uma vez, criticar o governo ucraniano e dizer que as tropas russas, na verdade, estão lutando contra um regime que defende o nazifascismo.

Em seu discurso, Putin afirmou que o Ocidente desencadeou uma “guerra real” contra a Rússia. A fala ignorou o fato, entretanto, que a Ucrânia foi invadida sem provocação militar.

*publicado por Tiago Tortella, da CNN

*com informações de Américo Martins, da CNN

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