Ações da Petrobrás chegam a subir mais de 5% após Jean Paul Prates descartar intervenção direta em combustíveis

 

Indicado pelo governo para a estatal, o parlamentar também destacou a importância de aumentar a capacidade de refino da empresa

www.brasil247.com - Senador Jean Paul Prates (PT-RN)
Senador Jean Paul Prates (PT-RN) (Foto: ABR)

Por InfoMoney - As ações da Petrobras (PETR3;PETR4) saíram de uma sessão de queda para ganhos no início da tarde desta quarta-feira (4) após indicações do indicado a CEO da estatal pelo novo governo, além de uma melhora geral do mercado.

Por volta das 13h15 (horário de Brasília), as ações PETR3 subiram 4,26% (R$ 26,90) e as PETR4 chegaram a saltar 5,64%, a R$ 23,60; às 14h, os ganhos eram mais modestos - de 2,25% (R$ 26,39) e 3,45% (R$ 23,11) respectivamente -, mas ainda significativos. Contudo, no acumulado dos três primeiros pregões do ano, ainda caem cerca de 6%. A sessão é de forte queda para o petróleo, com o brent caindo mais de 4% e operando abaixo de US$ 80 o barril.

Em entrevista a jornalistas, o senador Jean Paul Prates (PT-RN), indicado pelo governo para a estatal, afirmou que não haverá intervenção direta nos preços de combustíveis, sendo a ideia desvincular da paridade de importação. “Hoje você simula um diesel feito em Roterdã, mais um frete, mais outras despesas e aplica no preço. Isso não premia quem produz aqui”, destacou.

Além disso, apontou que elevar a capacidade de refino da Petrobras é diferente de construir novas refinarias.

Prates afirmou ser possível aumentar a capacidade de refino usando as mesmas instalações da refinarias já existentes com pedaços novos para determinados tipos de combustível”.

O indicado a CEO afirmou que tudo será feito sem tabelamento e sem intervenção direta no mercado.

Os investidores ainda viram uma melhora generalizada dos ativos após o ministro da Casa Civil, Rui Costa, dizer nesta quarta-feira  a jornalistas que o governo não está avaliando neste momento revisão de reformas anteriores, incluindo a da Previdência.

O comentário, feito após a cerimônia de posse do vice-presidente Geraldo Alckmin no comando do Ministério do Desenvolvimento, veio um dia depois de o novo ministro da Previdência, Carlos Lupi, ter criticado em seu discurso de posse o que chamou de “antirreforma” da Previdência do governo Jair Bolsonaro, sinalizando que pode discutir mudanças.

Mudanças no radar

Cabe destacar que nesta quarta-feira o Conselho de Administração aprovou o encerramento antecipado do mandato de Caio Mário Paes de Andrade como presidente da Petrobras, com efeitos a partir de hoje, e nomeou como presidente interino da companhia o diretor executivo de Desenvolvimento da Produção, João Henrique Rittershaussen, até a eleição e posse de novo presidente (sendo o indicado do governo Jean Paul Prates).

A Levante Ideias de Investimento ressalta que, confirmada a renúncia do executivo, os atuais conselheiros da companhia devem aceitar o nome de Prates como seu substituto, em reunião extraordinária (AGE), após a manifestação do Comitê de Pessoas (Cope) da Petrobras, o que deve levar em torno de 30 dias. Já no caso do atual conselho não aceitar a indicação, uma nova AGE deve ser realizada para destituir o conselho e eleger novos nomes, desta vez indicados pelo novo governo.

“A troca no comando da estatal com a saída de Caio e a entrada de Jean Paul já era esperada pelo mercado, com a principal questão atual sendo qual o tempo necessário para que a mudança seja efetivada. Mesmo que o nome do senador não cumpra todos os requisitos dos comitês internos de governança da estatal, acreditamos que o político deve assumir o comando da companhia sem maiores problemas ainda neste trimestre”, afirma.

A Levante ressalta que, a partir de agora, o mercado deve ficar atento às falas e propostas de Jean, que já se mostrou contrário à política de preços praticada atualmente (PPI), ao plano estratégico aprovado recentemente, ao plano de desinvestimentos e à política de dividendos. “Uma mudança radical no plano estratégico deve levar um tempo maior para acontecer, mas a distribuição de gordos dividendos deve chegar ao fim assim que Jean assumir”, avalia, o que tem pressionado os ativos da estatal. Assim, qualquer indicação de menor intervenção também acaba tendo impacto positivo, ainda que as ações venham de forte queda.

*Com Reuters 

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