Lula anuncia novos ministros nesta semana em meio a disputa por pastas


Cultura, Direitos Humanos, Meio Ambiente e Educação estão no centro de embates entre aliados; time de novos ministros, dessa vez, deve contemplar também mulheres e negros

Presidente eleito Lula ao lado do futuro ministro da Casa Civil, Rui Costa
Presidente eleito Lula ao lado do futuro ministro da Casa Civil, Rui Costa 09/12/2022REUTERS/Adriano Machado

Basília Rodrigues

11/12/2022 às 11:39 | Atualizado 11/12/2022 às 12:53

O anúncio de novos ministros nesta semana para o governo eleito deve dar resposta à falta de diversidade na escalação do time de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e também definir disputas internas pelo comando das pastas.

A interlocutores e amigos, ouvidos pela CNN, a cantora Margareth Menezes contou que aceitou o convite para o Ministério da Cultura. A assessoria da artista nega o aceite, no entanto, ainda que confirme que houve o convite.

Ela seria a primeira mulher, e também a primeira negra, anunciada para compor a equipe de governo. Nos bastidores da transição, a pasta é alvo de pedidos de partidos de esquerda, como PV e PSOL, mas Lula quer nomear um artista.

Na semana passada, o presidente eleito agitou os bastidores da equipe de transição ao finalmente decidir anunciar nomes de cinco ministros.

Houve muita pressão para que Lula não deixasse as minorias de fora do anúncio, mas nem todos os nomes estavam fechados. Com isso, a maioria dos ministros anunciados até agora é formada por homens brancos – apenas o da Justiça, Flávio Dino (PSB), se declara pardo.

Aliados de Lula estão na expectativa do anúncio do nome do advogado e escritor Silvio Almeida, que é negro e atuante na pauta antirracial. Ele integra o grupo de trabalho de Direitos Humanos e viraria ministro da pasta de mesmo nome.

Almeida não agrada, porém, a militantes e políticos do PT, que também buscam indicação para esse ministério.

No Meio Ambiente, a disputa é entre as ex-ministras Marina Silva e Izabela Teixeira, que comandaram a pasta nos governos Lula e Dilma, respectivamente.

A área da Educação é outra que também divide opiniões na equipe de transição. Para uma ala do governo, o ideal seria a indicação de pessoas renomadas na área, como o ex-deputado federal e professor de Filosofia Gabriel Chalita ou Izolda Cela, governadora do Ceará, estado conhecido pelos indicadores acima da média nacional na Educação.

Mas outra ala da equipe de Lula quer o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), que é líder petista na Câmara dos Deputados. A militância petista chegou a escrever uma carta a Lula em que defende o nome de Lopes para o cargo.

O comprometimento dele no esforço de aprovar a PEC que irá viabilizar o Bolsa Família é considerado ponto de desempate a favor dele na disputa.

Como herança da PEC, o relator do texto no Senado, Alexandre Silveira (PSD-MG), é um dos principais cotados para o Ministério de Infraestrutura. O senador mineiro não se reelegeu e, de alguma forma, será incorporado ao novo governo, afirmam governistas.

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