Após diplomado, Lula bate forte em Bolsonaro e no bolsonarismo no TSE

 

Leonardo Sakamoto - 

O presidente eleito e, agora, diplomado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acusou, em seu discurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente Jair Bolsonaro (PL) de implementar um governo autoritário, comprando votos e atacando a democracia. E fez isso sem citar diretamente o nome dele, os de seus filhos e aliados.

"Este diploma que recebo não é um diploma do Lula presidente, mas de uma parcela significativa do povo que reconquistou o direito de viver em uma democracia neste país", afirmou Lula.

O discurso foi contundente, ao contrário daquele proferido logo após o resultado do segundo turno, no dia 30 de outubro, que teve um tom mais propositivo e conciliador. Diplomado, Lula estava mais solto para acusar os crimes do atual presidente e demarcar a sua "herança maldita".

Na tarde desta segunda (12), Lula citou a compra de votos com dinheiro do orçamento público. Isso foi realizado pelo governo Jair Bolsonaro através de programas sociais manipulados de forma eleitoreira, como o Auxílio Brasil, além dos vouchers pagos para caminhoneiros e taxistas e o crédito consignado para quem recebe benefícios sociais.

Criticou os ataques às urnas eletrônicas, que foram puxados por Jair Bolsonaro: "Os inimigos da democracia lançaram dúvidas sobre as urnas eletrônicas, cuja confiabilidade é reconhecida há muito tempo em todo o mundo".

Falou sobre a criação de dificuldades para eleitores chegarem a locais de votação no segundo turno através dos bloqueios impostos pela Polícia Rodoviária Federal. E da pressão de empregadores bolsonaristas para mudar o voto de seus funcionários a favor do atual presidente.

E abordou as mentiras produzidas no submundo das redes e aplicativos de mensagens, controladas pelo vereador Carlos Bolsonaro, e a violência política que o campo democrático sofreu durante as eleições - em referência as agressões e assassinatos de petistas por bolsonaristas.

Lula chorou durante o discurso, tal como ocorreu em sua diplomação de 2002 ao falar de sua origem. "Quero agradecer ao povo brasileiro pela honra de presidir pela terceira vez o Brasil. Em minha primeira diplomação, em 2002, lembrei ousadia do povo brasileiro em conceder para alguém tantas vezes questionado por não ter diploma universitário", afirmou.

A diplomação marca o fim do período eleitoral, reconhece que a eleição foi legítima e que tanto Lula quanto o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, são aptos a tomar posse no dia 1º de janeiro de 2023.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL .

https://noticias.uol.com.br/colunas/leonardo-sakamoto/2022/12/12/apos-diplomado-lula-bate-forte-em-bolsonaro-e-no-bolsonarismo-no-tse.htm

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