Torres diz ao STF que suspeitas contra operações policiais foram recebidas com perplexidade

Gabriela Coelhoda CNN

Brasília

Ministro Gilmar Mendes intimou ministro da Justiça a prestar esclarecimentos sobre a realização de operações policiais durante o segundo turno das eleições

Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Justiça, Anderson Torres, enviou manifestação ao Supremo Tribunal Federal após o ministro Gilmar Mendes intimar o chefe da pasta a prestar esclarecimentos sobre a realização de operações policiais durante o segundo turno das eleições que, supostamente, beneficiariam a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição.

Mendes deu prazo de três horas para que Torres prestasse os esclarecimentos. A decisão atende a uma ação apresentada pelo PSB, que integra a coligação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e alega que “na última semana que antecede o segundo turno o uso da máquina estatal foi claramente intensificado com o objetivo de causar prejuízo ao processo eleitoral”.

“É com perplexidade que se recebe declarações no sentido de que estaria sendo realizado o uso da máquina estatal para causar prejuízos ao processo eleitoral, uma vez que a Operação Eleições 2022, como ocorreu nas eleições anteriores, trata-se de uma operação conjunta dos órgãos de segurança pública dos Estados, além da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, para garantir a paz nas eleições e que todos terão acesso às urnas e terão acesso aos locais de votação”, disse o ministro da Justiça na manifestação encaminhada ao STF.

Segundo Torres, compete ao Ministério da Justiça e Segurança Pública a defesa da ordem jurídica, dos direitos políticos e das garantias constitucionais. “As polícias do Brasil estão preparadas para dar essa segurança, nós vamos fazer o controle de tudo isso através do Centro Integrado de Comando e Controle, aqui de Brasília. É o recado que a gente passa. É tranquilidade. Todos terão acesso às urnas e terão acesso aos locais de votação”.

Na denúncia, o PSB cita uma publicação feita por Torres em suas redes sociais neste sábado na qual o ministro diz que uma operação integra “10 mil policiais federais” e “cerca de 500 mil agentes das forças de segurança estaduais, em prol de eleições limpas e seguras”.

A Polícia Federal também respondeu ao Supremo e afirmou que considera descabida a alegação.“A Polícia Federal formalizou a apreensão de valores equivalentes a mais de R$ 8 milhões em 2022. Observe-se que os dados são atualizados de 15 em 15 minutos e visualizados por todos os representantes de instituições, inclusive o Tribunal Superior Eleitoral”, disse.

A corporação afirmou ainda que é um órgão de Estado e que cumpre suas atribuições constitucionais com empenho e dedicação de todos os seus integrantes, “nos limites da Constituição e das leis, e sempre buscando atender da melhor forma a sociedade”.

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