Ipec após 7/9 é desastre para Bolsonaro

 

Colaboração para o UOL, em Maceió 12/09/2022 21h57... - 

12/09/2022 21h57

nova pesquisa Ipec para presidente da República, divulgada hoje, é boa para o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas um "desastre" para Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição. A análise é do colunista do UOL José Roberto de Toledo.

Durante o "Análise de Pesquisas", Toledo apontou que, mesmo com as manifestações do 7 de setembro, Bolsonaro não conseguiu capitalizar novos eleitores e permanece estagnado com 31% das intenções de votos, conforme mostra o Ipec. Enquanto isso, Lula oscilou positivamente dentro da margem de erro, que é de dois pontos percentuais, e passou de 44% para 46%, ressuscitando as chances de uma vitória já no primeiro turno.

Conforme o colunista, essa oscilação positiva do Lula na semana posterior ao 7 de setembro era tudo que o Bolsonaro não queria, porque o presidente trabalha para aumentar a rejeição do petista, e evitar que ele ganhe no primeiro turno.

"Todo objetivo de Bolsonaro é levar a eleição para o segundo turno. Então, assim, o Lula oscilar dois pontos para cima é péssimo para o Bolsonaro, o Ciro oscilar para baixo também é ruim, porque mostra que aquele fogo de palha do Ciro foi para o Lula, não para o Bolsonaro. A Tebet não cresceu, nem caiu. Então, aquela hipótese sobre voto útil volta para o cenário", ponderou Toledo. "Essa pesquisa é uma desastre para a candidatura do Bolsonaro, apesar de tudo que fizeram no 7 de setembro, então daqui para frente só apelando", completou.

Bombig: Bolsonaro precisa tirar coelho da cartola para mudar cenário

Alberto Bombig também classificou como positiva para o Lula a nova pesquisa Ipec. Conforme o colunista do UOL, o 7 de setembro pode até não ter sido prejudicial para Jair Bolsonaro, mas comprovou que o presidente apenas falou para sua bolha e não conseguiu novos eleitores.

Por outro lado, o PT tem intensificado os ataques ao atual chefe do Executivo, sobretudo embasado em matérias do UOL sobre as dezenas de imóveis adquiridas pelo clã Bolsonaro em dinheiro vivo, o que deve ter "surtido efeito" entre os eleitores para aumentar a rejeição do candidato. Em meio a esse cenário, Bombig pondera que o presidente deverá tirar um coelho da cartola caso queira levar a disputa para o segundo turno.

"Falei [na semana passada] que o Lula precisaria tirar um coelho da cartola para ganhar no primeiro turno. Agora é o Bolsonaro que precisa tirar o coelho da cartola, que a gente não sabe qual é, para levar essa eleição para o segundo turno. Eu entendo que ele não tem mais nada de positivo para tentar dizer. Imagino que nessas últimas três semanas a gente vá ter uma campanha pesada, dura."

Toledo: Lula levaria no 1º turno se ganhasse metade dos eleitores de Ciro

Para José Roberto de Toledo, as chances de Lula vencer no primeiro turno são maiores caso ele consiga convencer metade dos eleitores que hoje votam em Ciro Gomes a aderirem sua campanha como um "voto útil" para liquidar as eleições já no primeiro turno, sem haver necessidade de uma nova votação para presidente.

Ao analisar o levantamento do Ipec, Toledo destacou que a maioria dos eleitores de Lula e de Bolsonaro tem certeza em seus votos, enquanto 52% dos que dizem votar em Ciro admitem a possibilidade de mudança de voto. Esse número é de 56% entre os que votam em Simone Tebet. Logo, acrescentou, se a metade desses eleitores migrarem para Lula, o petista vence no primeiro turno.

"Você tem a Soraya Thronicke e o Luiz Felipe D'Avila com 2% [dos votos cada], a Tebet com 4%, e o Ciro com 7%, dá 13%. Vamos supor que metade [desse total] troque o voto, ou seja, que metade vá para o Lula, e a outra metade para o Bolsonaro, o Lula se elege no primeiro turno", avaliou.

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