O Brasil "andou de ré" com Bolsonaro no governo, diz Alckmin em encontro com empresários
Alckmin, candidato a vice na chapa de Lula, também destacou que "a democracia brasileira corre risco" pelo fato do atual governo trabalhar "permanentemente" contra as instituições
247 - O ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que o Brasil “andou de ré” durante o governo de Jair Bolsonaro e que “a democracia brasileira corre risco” pelo fato do atual governo trabalhar “permanentemente” contra as instituições.
“A democracia brasileira corre risco, essa é a grande realidade, um governo que permanentemente trabalha contra as instituições, é confusão todo dia”, disse Alckmin durante encontro com micro e pequenos empresários realizado nesta quarta-feira (17).
Ainda segundo ele, está em curso “um desmonte do Estado brasileiro em todas as áreas. A cultura trabalha contra o artista, o Ibama é manipulado pelo governo contra o meio ambiente. É impressionante a situação que estamos vivendo. Na economia, de marcha ré, o nível de endividamento, não só de empresários, mas da população de modo geral, até para poder se alimentar, se manter. A inflação não é 10%. A inflação de alimentos é de 70%. A educação deu marcha ré”.
“Na Saúde, três coisas mudaram o mundo: água de qualidade, vacina e antibiótico. Você negar vacina, impedir o governo de ter acesso à vacina, promover negacionismo… O resultado: o Brasil, que tem 3% da população do mundo, teve 10,5% das mortes do mundo [na pandemia], além dos impactos sociais e econômicos. Na área ambiental, um retrocesso, desmatamento recorde. Um hectare desmatado e queimado emite 150 toneladas de carbono”, completou.
“Não há merecimento para um novo mandato [de Bolsonaro]. E o presidente Lula é hoje quem tem a liderança, liderança, e a experiência para poder a gente reconstruir boas bases para o país poder crescer. Já provou isso. No período do presidente Lula, a economia cresceu mais de 4% ao ano. No último ano, em 2010, cresceu 7,5%, sem inflação. O que mostra que o Estado tem o papel indutor do crescimento, estimulador e consolidador de boas políticas públicas. É nosso dever. Temos que nos unir”, afirmou o ex-governador.
“Paulo Freire dizia: ‘é preciso unir os divergentes para enfrentar os antagônicos’. Precisamos estar unidos nesses 45 dias, com diálogo, com paz, com amor. Não vamos responder o ódio com ódio, mas com diálogo e que a gente seja, presidente Lula, se Deus quiser, um instrumento do povo para a grande vitória no dia 2 de outubro, que é a vitória das melhores esperanças do povo brasileiro”, disse o socialista.
No encontro, Alckmin também destacou a capacidade de diálogo do ex-presidente Lula com os mais diversos segmentos da população brasileira. “É um belo exemplo esse nosso encontro, presidente Lula. Um programa de governo democrático não se faz fazendo motociata. Se faz ouvindo as pessoas, ouvindo quem cria riqueza, trabalha, empreende, constrói a grandeza deste país. Quanto mais a gente ouve, menos vamos errar. Essa é uma característica do presidente Lula, é um homem do diálogo”.