Esvaziar a possibilidade de auto golpe do bolsonarismo é a mais urgente tarefa do campo progressista -


"De diferentes formas, narrativas golpistas elaboradas com base em factoides fazem parte da tradição política do Brasil", escreve Cesar Calejon

Por Cesar Calejon



O edifício bolsonarista vem desabando de forma incontornável. 

A 61 dias do primeiro turno das eleições, não é necessário ser um observador ou analista político atento para perceber que a derrota de Jair Bolsonaro é iminente.

Somente durante a última semana, por exemplo, uma carta em defesa da democracia ganhou mais de meio milhão de assinaturas, entidades como a FIESP lançaram manifestos pró democracia, banqueiros se posicionaram contra o bolsonarismo, candidatos à Presidência da República desistiram das suas candidaturas para apoiar Lula e a mais recente pesquisa Datafolha indicou, novamente, a chance real de vitória do petista ainda no primeiro turno

Além disso, aliados de outrora anunciaram posições críticas e abertamente contrárias ao bolsonarismo. 

De fato, ao que tudo indica, estamos presenciando o começo do fim do governo Bolsonaro

Contudo, para muito além de agudizar o desembarque das principais forças sociopolíticas do país, a debacle bolsonarista tem outro efeito muito mais perigoso para as eleições e, consequentemente, para toda a democracia brasileira: a crescente possibilidade de um ato desesperado por parte do bolsonarismo, que pode se materializar por meio de um auto atentado a ser perpetrado durante as próximas semanas, mas, principalmente, no dia 7 de setembro, o que traria uma carga simbólica enorme e teria o potencial de sensibilizar parte expressiva da nação com o intuito de criminalizar o PT e os partidos à esquerda no espectro político e ideológico.  

Hoje, o jornalista Matheus Leitão, em texto publicado no portal Veja, abordou essa questão.

 Segundo o jornalista, “(...) órgãos de inteligência estão investigando uma suspeita de ataques ao 7 de setembro com viés golpista – e o intuito de criar um factoide político para mudar o curso da eleição de 2022 – envolvendo grupo radicais de direita. (...) O ato criminoso seria realizado para ferir os próprios bolsonaristas, gerar pânico na sociedade e, em seguida, colocar a culpa na esquerda. A suspeita foi confirmada por dois oficiais desses órgãos de inteligência à coluna, com longo serviço prestado ao país, mas sem nenhum viés ideológico”. 

De diferentes formas, narrativas golpistas elaboradas com base em factoides fazem parte da tradição política do Brasil.

 Aconteceu em 1937 (Plano Cohen), em 1964 (Golpe Militar), em 1989 (caso do sequestro Abílio Diniz), em 2016 (Lava Jato) e em muitas outras ocasiões. 

Neste contexto, esvaziar a possibilidade de um auto golpe do bolsonarismo é a mais urgente e importante tarefa do campo progressista ao longo das próximas semanas.

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