Discurso x realidade:

Fabio Leite

28/08/2022 2:00,atualizado 27/08/2022 18:20

 bolsonaristas se esbaldam com dinheiro do fundão



Metrópoles

Não faz muito tempo que parlamentares bolsonaristas usavam suas redes com frequência para criticar o bilionário fundo eleitoral. “Excrescência”, “escárnio” e “inaceitável” foram algumas das palavras de efeito usadas para condenar a aprovação de R$ 5,7 bilhões de verba pública para financiar candidaturas políticas.

Na mesma tônica do presidente Jair Bolsonaro, todos destacaram que foram eleitos em 2018 sem precisar de tempo de TV e gastar rios de dinheiro. 

A campanha deste ano mal começou e esse discurso já caiu por terra.

A tropa que se elegeu há quatro anos pelo PSL e migrou junto com Bolsonaro para o PL já pegou mais de R$ 20 milhões do fundo eleitoral ou do fundo partidário para bancar suas campanhas à reeleição até o momento, segundo balanço parcial do Tribunal Superior Eleitoral.

O próprio Jair Bolsonaro puxa a fila, com R$ 10 milhões do fundo partidário do PL. 

O valor é mais que o dobro do que o presidente declarou ter utilizado na campanha de 2018 — na ocasião, ele informou ter gasto R$ 4,4 milhões, dos quais apenas R$ 20 mil tinham origem no fundo do PSL, o partido que integrava.

Em 2020, quando foi discutida a destinação de R$ 2 bilhões do fundo nas eleições municipais, Bolsonaro chegou a lançar a campanha “Não vote em parlamentar que usa dinheiro do fundão”. “Quem quer muito tempo e dinheiro quer esconder a verdade”, disse o presidente na ocasião.

Agora, além dele, os bolsonaristas mais próximos do presidente também estão turbinando suas campanhas com verba do fundo.

 A começar pelo deputado Eduardo Bolsonaro, que chamou o fundão de “excrescência” no ano passado. 

O filho 03 do presidente já recebeu R$ 500 mil do PL para tentar se reeleger por São Paulo, também mais do que o dobro do que ele disse ter gasto em 2018.

O mesmo valor foi repassado para o deputado Hélio Lopes, que tenta renovar seu mandato pelo Rio de Janeiro. Em 2019, Hélio Negão, como ele é conhecido, criticou políticos que usam dinheiro do fundão. “Gastei R$ 45 mil com a minha campanha. Acho que tem de reduzir o fundo, e já”, postou em suas redes.

Já as deputadas bolsonaristas Bia Kicis e Carla Zambelli receberam 

R$ 1 milhão cada uma até agora. 

No ano passado, quando o fundo de R$ 5,7 bilhões foi aprovado pelo Congresso, depois de ter sido vetado por Bolsonaro, Zambelli escreveu: “Sempre fui contra dinheiro público em campanha”.

Naquele mesmo período, o deputado Filipe Barros, ferrenho apoiador de Bolsonaro no Paraná, concedeu uma entrevista à imprensa local na qual disse: “Sou contra o fundo, nas minhas campanhas nunca usei fundo eleitoral”. Na última segunda-feira, a conta bancária da campanha dele recebeu uma transferência de R$ 1 milhão do PL.

Dois dias depois foi a vez do deputado Nelson Barbudo, do Mato Grosso, receber o mesmo valor do fundo eleitoral do partido. 

No ano passado, o parlamentar havia engrossado o coro contra o fundão, dizendo que o aumento era uma “cachorrada”. 

Tenho certeza que a sociedade mato-grossense sabe que eu sou contra. Fui eleito sem fundo partidário”, declarou Barbudo a um site local.

Os repasses de dinheiro público do PL para campanhas bolsonaristas também acontecem nas candidaturas a deputados estaduais que se elegeram há quatro anos pelo PSL em vários estados gastando muito pouco.

Na Assembleia Legislativa de São Paulo, por exemplo, cinco parlamentares bolsonaristas que gastaram, juntos, cerca de R$ 200 mil na campanha passada, já receberam R$ 2,5 milhões do fundão

O valor por candidato é cinco vezes maior do que o PT repassou do seu fundo eleitoral para os deputados da legenda que buscam a reeleição.





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