Todas as mentiras de Osmar Terra na CPI

 

O "ministro paralelo" da Saúde tentou convencer, sem sucesso, que não é negacionista e foi flagrado mentindo pelos senadores diversas vezes. 

O “ministro paralelo” da Saúde, Osmar Terra, prestou depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira (22).

Ele foi questionado pelos senadores sobre o aconselhamento que prestou a Jair Bolsonaro durante a pandemia, sobre sua defesa da “imunidade de rebanho natural” e sobre suas previsões absurdas. 

Saiba tudo o que disse Osmar Terra na CPI:


Negacionismo

Osmar Terra começou negando ser negacionista, mas logo reiterou seus posicionamentos contrários à ciência.

O deputado criticou o lockdown e culpou os governadores pelas mais de 500 mil mortes registradas desde o início da pandemia. Sem provas, ele disse que o contágio acontece com mais intensidade dentro das casas das famílias.

O “ministro paralelo” afirmou que nunca defendeu a imunidade de rebanho natural, o que obviamente é mentira. Eduardo Pazuello disse, em depoimento, que conversou sobre a tese com Terra e há diversos vídeos em que o “ministro paralelo” defende a ideia.

O deputado disse que partiu de Jair Bolsonaro a defesa do suposto “isolamento vertical” (somente para idosos).

Vacinação

Osmar Terra também mentiu para descredibilizar os imunizantes contra a Covid. Ele afirmou , novamente sem provas, que “o vírus vivo provoca mais anticorpos do que o vírus morto“. A declaração sugere que seria melhor que as pessoas fossem infectadas do que vacinadas e flerta com a tese da imunidade de rebanho.

O senador Alessandro Vieira confrontou o “ministro paralelo” com o óbvio: o vírus vivo mata.

Lockdown

Osmar Terra, seguindo o padrão bolsonarista, citou Chapecó (SC) como exemplo de cidade que supostamente usou o “tratamento precoce” para combater à Covid.

O “ministro paralelo” tentou fazer um contraponto entre a cidade e Araraquara (SP), que entrou em novo lockdown. Segundo ele, a medida não teve efeito da primeira vez que foi adotada pelo município. A declaração é mentirosa. Entre, fevereiro e março, Araraquara reduziu os números de novos casos e de óbitos, restringindo o funcionamento do comércio.

Chapecó, com menos habitantes, tem, na verdade, mais infecções e mortes por Covid do que Araraquara.

Previsões

Osmar Terra afirmou que suas previsões sobre o coronavírus foram baseadas em números iniciais do surgimento da Covid na China. O deputado estimava, por exemplo, que a doença mataria menos de 800 pessoas e que a pandemia duraria apenas 12 semanas. Ele afirmou que “ninguém acertou” que o Brasil teria mais de 500 mil mortes, o que também é mentira. A declaração ainda ignorou o fato de a China ter implementado um lockdown severo e o rastreamento de infectados.

Mais uma vez, o “ministro paralelo” disse que a tendência agora é de que os números de infectados e óbitos diminuam.

Ele tentou convencer os senadores, sem sucesso, de que os números de novos casos e mortes tinham se estabilizado no segundo semestre do ano passado e que o país foi surpreendido por uma nova cepa. Na verdade, a Covid nunca chegou a se estabilizar por completo no Brasil.

Terra citou a Suécia como um exemplo de país que não seguiu as recomendações de isolamento social e obteve sucesso no combate à Covid. Os senadores rebateram a mentira, afirmando que o número de casos no país europeu disparou sem as medidas sanitárias. Ontem, o premiê sueco, Stefan Lofven, foi afastado por ter apostado na imunidade de rebanho.

“Ministério da Saúde paralelo” 

Osmar Terra negou a existência de um “Ministério da Saúde paralelo“. Ele disse que não tem influência sobre Jair Bolsonaro.

O deputado alegou que participou de reuniões esporádicas com Jair Bolsonaro. De acordo com as agendas, ele teve ao menos 20 encontros com o presidente. Um vídeo de um encontro realizado em setembro de 2020 no Palácio do Planalto mostra Terra, ao lado de Bolsonaro, coordenando um grupo de médicos negacionistas.

O parlamentar admitiu que esteve em churrascos com a presença de Arthur Weintraub e que já participou de encontros com Nise Yamaguchi e Luciano Azevedo.

O “ministro paralelo” negou que tenha articulado a saída de Luiz Henrique Mandetta do governo. Na verdade, em uma conversa telefônica em abril do ano passado, Osmar afirmou a Onyx Lorenzoni que o presidente deveria “cortar a cabeça” do ministro.

Terra disse que Carluxo participava de reuniões com ministros.

O deputado foi questionado sobre o que faria se estivesse no lugar de Bolsonaro durante a pandemia. Ele gaguejou, não soube responder e tentou colocar a culpa nos governadores mais uma vez. 

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