Urgente: CPI da Covid aprova convite para ouvir deputado que alertou Bolsonaro sobre Covaxin

 



Como revelou mais cedo O Antagonista, Luís Miranda alertou o presidente em janeiro sobre irregularidades na negociação da vacina indiana. 

A CPI da Covid aprovou hoje requerimento de Renan Calheiros (MDB-AL) para convidar o deputado Luís Miranda (DEM-DF) e seu irmão Luís Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde que relatou ao Ministério Público uma pressão atípica para importação da Covaxin.

Mais cedo, O Antagonista revelou que o deputado também alertou Jair Bolsonaro, no fim de janeiro, sobre indícios de irregularidades na contratação da vacina indiana. 

O depoimentos dos irmãos Miranda foi marcado para as 14h da próxima sexta (25).


Em fevereiro, a Saúde encomendou 20 milhões de doses junto à Precisa Medicamentos, representante no Brasil do laboratório indiano Bharat Biotech. O contrato prevê pagamento de R$ 1,6 bilhão, com cada dose a US$ 15, a mais cara das compradas pelo Brasi


As doses deveriam ter sido entregues em maio, mas até agora não chegaram. A Anvisa também restringiu a importação e o uso dos imunizantes, por falta de documentos que atestem segurança e eficácia contra a Covid. 

O convite foi aprovado em bloco junto com outras dezenas de requerimentos. 

Por Redação O Antagonista

23.06.21 10:18

https://www.oantagonista.com/brasil/cpi-da-covid-aprova-convite-para-ouvir-deputado-que-alertou-bolsonaro-sobre-covaxin/ . 


Por Diego Amorim


23.06.22 


Em entrevista exclusiva a O Antagonista, o deputado federal Luís Miranda, do DEM do Distrito Federal, acaba de confirmar que alertou Jair Bolsonaro das possíveis irregularidades envolvendo o contrato do Ministério da Saúde para a aquisição da vacina Covaxin.

O deputado revelou que apresentou documentos ao presidente da República e levou o próprio irmão, servidor do Ministério da Saúde, ao Palácio do Planalto para detalhar o esquema. 

Segundo Miranda, o irmão, que chegou a ser exonerado, está sofrendo muita pressão da “alta cúpula do governo”.

O deputado acrescentou que confiava e ainda confia no empenho de Bolsonaro no combate à corrupção e que, por isso, levou o caso a ele.

Miranda, inicialmente, disse que não alertou Bolsonaro antes da assinatura do contrato, mas, em seguida, confirma que os alertas sobre “algo estranho” começaram sim, antes mesmo da assinatura. 


https://www.oantagonista.com/brasil/exclusivo-luis-miranda-confirma-alertas-a-bolsonaro-sobre-irregularidades-na-compra-da-covaxin/ 


Miranda diz que entregou documentos a Bolsonaro sobre irregularidades na compra da Covaxin

Por Diego Amorim

23.06.21 10:37 / Atualizado: 23.06.21 10:56

Como noticiamos, em entrevista exclusiva a O Antagonista, o deputado federal Luís Miranda, do DEM do Distrito Federal, confirmou que alertou Jair Bolsonaro das possíveis irregularidades envolvendo o contrato do Ministério da Saúde para a aquisição da vacina Covaxin. 

Leia os principais trechos da entrevista (ainda em atualização):


O senhor alertou o presidente?


Em janeiro, eu previ para o presidente (sic) que algumas coisas ocorriam no Ministério da Saúde e que a gente tinha que conversar. Quando aconteceu o fato, eu comuniquei para ele no dia 20 de março, junto com o meu irmão no Palácio do Planalto, com toda a documentação em mãos. 

E o que o presidente falou?


O próprio presidente, quando bateu o olho, falou assim: ‘Quem empresa é essa?’. Eu digo para ele: ‘Presidente, essa é a mesma empresa do caso da Global’. O presidente tinha que se sentir privilegiado, na verdade. Eu confio tanto nele no combate à corrupção que eu levei o caso para ele.


Entendi.


A bandeira do presidente, a plataforma do presidente é o quê? O combate à corrupção. Quando eu vi a corrupção ali, clara, visível, pelo menos os indícios eram de algo errado ali, eu levei para o presidente da República, hoje o maior defensor no combate à corrupção. Eu levei para ele. Quando eu entrego para ele, eu comento: ‘É o mesmo grupo econômico que recebeu por medicamentos do Ministério da Saúde e não entregou’. Só por isso aí, ele não já deveria fazer negócio com eles.


Meu irmão está recebendo uma puta pressão de coronéis, de gente da cúpula do governo, para fazer um pagamento e importar uma vacina que não tem Anvisa, para fazer um pagamento que estava em descompasso com o contrato e pior: o nome da empresa que vai receber o dinheiro não é a que fez o contrato com o Ministério da Saúde, nem a intermediária. É uma loucura. Fora as quantidades: o contrato previa 4 milhões na primeira entrega e só tem 300 mil.


Então, o senhor só levou para o presidente o caso depois do contrato assinado?


É, depois do contrato assinado, em março. Dava tempo de o presidente ter revogado o contrato.


E o que ele disse?


Eu levo para o presidente baseado no contrato e no pedido de pagamento. Antes foi: ‘Estão acontecendo algumas coisas no Ministério da Saúde e o senhor vai precisar agir’. 

Mas não tinha palpável. Quando acontece o contrato ali e a gente vê as coisas acontecendo e pedem para o meu irmão assinar o que era ‘inassinável’, uma importação impossível, que nenhuma empresa faria, você não faria, Diego. Você faz o contrato com a empresa ‘x’, aí a empresa ‘y’ se compromete a fazer toda a regularização no Brasil, aí reserva o invoice, que é a nota fiscal para o pagamento, da empresa ‘a’? Não sei nem quem é a empresa ‘a’,  você é louco que eu vou depositar dinheiro na conta da empresa ‘a’. Outra coisa: o compromisso comigo são 4 milhões e quando eu receber que eu pago. Vocês estão mandando 300 mil e querem que eu pague adiantado. E é um coronel que está dando essa pressão? É o Elcio [Franco] e um outro lá de cima.


Deputado, o que o presidente disse para o senhor quando o senhor fez todos esses alertas aí? 

Ele disse para mim com todas as letras: ‘Deputado, é grave’. Ele falou até para o meu irmão: ‘Obrigado por trazer isso para mim, porque isso aqui é grave, gravíssimo’. Vou entrar em contato agora com o DG [diretor-geral] da Polícia Federal, encaminhar a denúncia para ele.


Entendi. O senhor ficou convencido de que o presidente tinha entendido a dimensão da história e que agiria de maneira a coibir isso?


Ele comunicaria a Polícia Federal imediatamente, porque era caso de polícia, não era nem caso de investigação, de mandar para Ministério da Justiça nem PGR. Falou claramente que ia mandar para a Polícia Federal.

Ele falou isso com todas as letras do alfabeto. 


E aí meu irmão está sendo achacado por ter sido honesto. Que país maluco é esse? 


Por ter salvo o país de entrar em um esquema onde mais dinheiro da saúde iria para o ralo. 

Aí eu entrei no jogo: 

Pera lá, ele não prevaricou não, ele entregou todas as informações para o presidente da República’. 

E eu entreguei para o presidente da República, porque ele tem a mesma plataforma que a minha, que é o combate à corrupção.

 Confiei nele, ele é o chefe do Executivo. 

Cabe agora verificar se o presidente tocou para frente a denúncia que foi feita, porque convencido de que tinha algo errado, ele estava. 

https://www.oantagonista.com/brasil/audio-urgente-miranda-diz-que-entregou-documentos-a-bolsonaro-sobre-irregularidades-na-compra-da-covaxin/ 


O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) revelou, em entrevista exclusiva a O Antagonista, que o irmão dele Luis Ricardo Fernandes Miranda, que é servidor do Ministério da Saúde, está sendo pressionado por membros do governo para viabilizar a compra e importação da Covaxin, mesmo com os indícios de irregularidades no acordo. 

“Meu irmão está recebendo uma puta pressão de coronéis, de gente da cúpula do governo, para fazer um pagamento e importar uma vacina que não tem Anvisa, para fazer um pagamento que estava em descompasso com o contrato e pior: o nome da empresa que vai receber o dinheiro não é a que fez o contrato com o Ministério da Saúde, nem a intermediária. É uma loucura. Fora as quantidades: o contrato previa 4 milhões na primeira entrega e só tem 300 mil.” 

Como destacamos, o deputado alertou o presidente sobre os problemas. 

https://www.oantagonista.com/brasil/meu-irmao-esta-recebendo-uma-puta-pressao-do-governo-diz-luis-miranda-sobre-covaxin/

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