Eduardo Boigues - Um delegado que já sabia que seria policial civil na infância - Ele garantiu que é pré-candidato a prefeito de Itaquaquecetuba e tem como prioridade as áreas de Segurança, Saúde e Educação.

Terceiro de quatro irmãos, o menino do interior chegou na zona leste da capital paulista aos 24 anos para iniciar a carreira como delegado de polícia. 
Lilian Pereira - PortalNews
Nunca tinha pisado em uma delegacia, mas a vontade de atuar nas áreas periféricas e levar à sociedade a dignidade que eles precisam falavam mais forte no coração de Eduardo Boigues, hoje, aos 43 anos, delegado do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra) do Alto Tietê. 
Casado há 12 anos com Mila, com quem tem dois filhos, o Arthur, de 12 anos e Isabela, de 8, é o único da família que seguiu a carreira na Polícia Civil do Estado de São Paulo.
O irmão mais velho se tornou médico. 
A irmã mais velha, psicóloga. 
O irmão mais novo, que é irmão de coração, atualmente mora nos Estados Unidos. 
Na infância, mal poderia imaginar que se tornaria delegado de polícia, mesmo quando brincava de "polícia e bandido" com os amigos. 
"Na vida, Deus tem um propósito para cada um de nós, tudo está escrito e aqui (mostrando uma foto de quando era criança e estava vestido de policial) fica bem demonstrado. Eu devia ter uns quatro ou cinco anos, e estava vestido como exatamente quem eu seria no futuro. Nem imaginava, brincava de polícia e bandido e eu sempre era o policial. É o que eu sempre digo, basta crer", contou.
Com o passar dos anos, o interesse de Boigues pelos estudos se deu pela fato de querer ingressar ou no Ministério Público ou na carreira de delegado de polícia. 
Aos 21 anos, se formou em Direito pela Universidade do Oeste Paulista, em Presidente Prudente, interior do Estado, e foi para a capital em busca do sonho. 
Morou por quase três anos na rua Tamandaré, em São Paulo, onde fazia um curso preparatório para iniciar a carreira. Após, cursou um mestrado em Direito Público Constitucional com Ênfase nos Direitos Humanos e hoje, além de comandar o Garra na região, é professor na Universidade Univeritas, em Itaquaquecetuba. 
"Com 21 anos e com a carteira da OAB no bolso, decidi vir para São Paulo para trabalhar e estudar, morei em um pensionato por quase três anos. Até chegar em Mogi eu passei pela zona leste, na Vila Carrão, Jardim Robru, Lajeado, Cohab II de Itaquera, Santo André, Suzano e Itaquá. Sempre trabalhei nessas áreas, porque a região periférica e marginalizada tem necessidades principalmente pela carência policial", lembrou.
Em março do ano que vem, Boigues completará 19 anos como delegado de polícia. Após 12 anos à frente da Delegacia de Homicídios de Itaquá, assumiu o comando do Garra a convite do delegado seccional de Mogi das Cruzes, Jair Barbosa Ortiz. 
Nas eleições gerais de 2018, tentou uma cadeira da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), conquistando 48.456 votos pelo PP, se tornando o primeiro suplente do partido.
A partir do momento em que ingressou no Garra, o principal foco do delegado foi diminuir os casos de assaltos de tráfico de drogas, que "é onde se origina o maior problema da criminalidade". Só neste ano, de janeiro a outubro, o grupo prendeu 310 pessoas. 

Refém de criminosos durante abordagem

O cotidiano do delegado não é fácil, principalmente para a família dele. De 2011 para 2012, Boigues estava em seu carro, retornando de um almoço com os amigos, quando foi abordado por três criminosos na estrada de Bonsucesso, embaixo na rodovia Ayrton Senna (SP-70)

O cotidiano do delegado não é fácil, principalmente para a família dele. De 2011 para 2012, Boigues estava em seu carro, retornando de um almoço com os amigos, quando foi abordado por três criminosos na estrada de Bonsucesso, embaixo na rodovia Ayrton Senna (SP-70). Naquele dia, segundo ele, fazia calor e resolveu baixar os vidros do carro. Enquanto dirigia, conversava pelo celular com a esposa.
Na mesma semana do fato, ele elaborou um boletim de ocorrência de uma vítima que conseguiu escapar de um sequestro relâmpago. Para ele, foi Deus que o iluminou para que fizesse o registro e lembrasse do caso quando estava em posse dos criminosos. 
"Três pessoas sacaram uma arma quando o trânsito diminuiu e me abordaram. Minha arma estava na lateral da porta e eu tive que passar para o lado do passageiro enquanto os bandidos dirigiam. Naquela semana, só me passava uma cena na cabeça, que era de pular do carro quando eles diminuíssem a velocidade, mesma coisa que fez uma vítima que tinha me contado naquela mesma semana durante o registro de uma ocorrência", lembrou.
Quando os criminosos passaram por uma curva, diminuíram a velocidade do carro e o delegado pulou. Durante o trajeto ele ainda conversava com a esposa, mas quando saiu do veículo, deixou o celular para trás e foi aí que a preocupação surgiu. 
"Minha família sofre com isso, mas é uma coisa que tem que lidar, porque temos o compromisso de proteger a sociedade, assim como minha família também é protegida pelos policiais", afirmou.
Questionado sobre a possibilidade de um dia os filhos seguirem a carreira na Polícia Civil, Boigues revelou que prefere que ambos sejam médicos. 
"Prefiro que eles sejam médicos, salvando vidas de outra maneira e correndo menos risco, mas se quiserem ser policiais vão ter meu apoio", finalizou. (L.P.)

À frente da Homicídios, casos são lembrados por Boigues

Nas quase duas décadas atuando diretamente em casos complexos, há dois deles que aconteceram em Itaquaquecetuba que mais marcaram a vida do delegado Eduardo Boigues

Nas quase duas décadas atuando diretamente em casos complexos, há dois deles que aconteceram em Itaquaquecetuba que mais marcaram a vida do delegado Eduardo Boigues. 
Quando esteve à frente do Setor de Homicídios de Itaquá, por exemplo, destacou que em 2001, quando a Secretaria de Estado da Segurança (SSP) começou a computar as estatísticas criminais mensalmente, foram registrados 209 assassinatos no município naquele ano. Já em dezembro de 2016, houve uma redução de casos, fechando o ano com cerca de 40 homicídios.
"Era uma atuação muito pesada e mostrando o trabalho para uma população que pouco se confia na polícia. Dessa forma, as pessoas passam a confirmar e testemunhar contra casos que aconteceram próximo à elas", disse.
O primeiro caso que marcou a carreira do delegado foi o conhecido como "serial killer de Itaquaquecetuba". 
Um homem, conhecido como Ronis, matou oito pessoas e tentou matar outras duas em um período de apenas dois meses. 
"Ele era um psicopata, sempre estava com a mesma roupa e com uma bicicleta azul, conseguimos efetuar a prisão e ele foi condenado em vários processos. Depois de ser declarado como psicopata, ficou internado no manicômio judiciário e hoje ele está morto porque cometeu suicídio", contou Boigues.
Já o segundo caso, é o conhecido como "Buffet do Max", no qual, um homem conhecido como Max forjou a própria morte para conseguir resgatar um seguro de vida no valor de R$ 400 mil. 
"Quando começamos a investigação, o Max não sabia que não há crime perfeito. Quando levamos a família para identificar o corpo eles reconheceram os tênis como sendo do Max, mas o corpo tinha uma tatuagem e os irmãos falaram que o Max não tinha tatuagem", lembrou. 
A partir daí, foi iniciada uma investigação e os agentes chegaram à conclusão de que Max matou uma pessoa, colocou fogo no buffet e fugiu para o Nordeste com os R$ 400 mil de indenização do seguro. 
"Foi uma investigação muito pesada, depois de dois anos de meio conseguimos prender ele assim que pisou em São Paulo", concluiu o delegado. (L.P.)

Sonho em ser prefeito de Itaquá na eleição de 2020

Outro sonho do delegado Eduardo Boigues é ser prefeito de Itaquaquecetuba. Ele garantiu que é pré-candidato ao cargo pelo PP para 2020 e tem como prioridade as áreas de Segurança, Saúde e Educação

Outro sonho do delegado Eduardo Boigues é ser prefeito de Itaquaquecetuba. Ele garantiu que é pré-candidato ao cargo pelo PP para 2020 e tem como prioridade as áreas de Segurança, Saúde e Educação. Esta será a segunda vez que ele tentará ser o chefe do Executivo do município, a primeira foi em 2016.
Em todos os bairros que passa, o delegado garante que já viu pessoas que não têm um chão para pisar e crianças que se quer ganharam um brinquedo na vida. 
"A prefeitura tem que dar exemplo de honestidade e dignidade. Muitos lugares que visito a população não tem um chão para pisar, moram em terra socada, tendo que colocar cobertor para andar dentro de casa, não tem o que comer, crianças que nunca receberam um brinquedo. Isso é fruto de corrupção e minha maior necessidade de ser pré-candidato é dar oportunidade para essas pessoas", afirmou. (L.P.)

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