Ministério lança projeto piloto em Suzano para prevenir suicídio e automutilação


Por Natan Lira e Fernanda Lourenço, G1 Mogi das Cruzes e Suzano


Ministra Damares Alves lança projeto para evitar automutilação e suicídio em Suzano (2) — Foto: Natan Lira/G1

Dois meses após o massacre que deixou dez mortos em Suzano, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, esteve na cidade nesta segunda-feira (13) para anunciar que o município receberá um projeto piloto de prevenção a suicídios e automutilação. 

A campanha foi batizada como “Acolha a Vida”.




“O projeto vai trabalhar a saúde mental, por isso cabe com o que aconteceu em Suzano”, disse. 


Até semana passada, eram notificadas apenas as tentativas de suicídio. Agora, de acordo com a ministra, vai ser obrigatória a notificação da tentativa de suicídio e a automutilação. Segundo a ministra, a escola terá de comunicar a automutilação. 


Damares disse que a Organização das Nações Unidas (ONU) pretende levar o trabalho para outros países. Ao todo, serão quatro, sendo o Brasil o primeiro. 


“Vai fazer um trabalho sério e científico na cidade contra as doenças mentais. O suicídio é a segunda causa morte no Brasil. Tem ocorrência no SUS de crianças que se suicidaram. Em torno de 12 mil suicídios por ano. Brasil é o oitavo no mundo”, disse a ministra. 


Ainda de acordo com Damares, 20% dos jovens brasileiros estão se mutilando, o que representa 14 milhões. “Ninguém se corta porque quer se aparecer, se corta porque está em profundo sofrimento”, disse. “Eles estão cortando o corpo para curar a alma. Não adianta fazer as maiores obras no Brasil se as nossas crianças e jovens estão se matando”, continuou. 

Segundo a ministra, vão ser quatro ministérios envolvidos. “Educação, Saúde, Direitos Humanos e vamos ter uma ou outra iniciativa também em parceria como Ministério da Cidadania, porque é lá que está o esporte, a cultura, o Bolsa Família, o programa Infância Feliz”, disse. 

A expectativa é que já haja uma redução nos números em um ano. “Todo mundo pergunta: 'Por que o Ministério da Mulher, da Família, está no protagonismo?' Porque é um clamor das famílias. É a família brasileira que está pedindo socorro. Pais e, muitos pais, estão pedindo socorro porque não sabem o que fazer. Esse ministério vem dando o ponta-pé inicial. Mas entendam que nós estamos falando de doença mental e o Ministério da Saúde é o principal protagonista de todo esse processo”, afirmou. 

A ministra disse que professores e conselheiros tutelares estão entre os profissionais que serão treinados. 

“A cidade entra com a escola, os educadores, os seus profissionais para serem treinados e para serem capacitados para lidar com o tema. Nós vamos fazer um trabalho de prevenção ao suicídio e mutilação. Nós vamos trabalhar primeiro treinando os professores, os educadores, conselheiros tutelares e profissionais que lidam diretamente com vidas, com pessoas.” 

Quando questionada por que uma ação preventiva em Suzano, já que a cidade já foi palco de uma tragédia e precisa de outro tipo de trabalho, a ministra afirmou que as necessidades estão sendo levantadas. 

“Nós estamos conversando com o prefeito quais são as reais necessidades das famílias hoje, das vítimas e o que eles estão precisando. O governo federal está aberto, desde o primeiro momento, a dar as respostas que as famílias estão precisando hoje. Estamos conversando com o prefeito e a gente vai estar junto com as famílias.” 

O cronograma de trabalho em Suzano será definido na próxima semana. De acordo com a ministra, todas as escolas da cidade vão integrar o projeto e o objetivo é ampliar para os outro municípios. 

“Eu acredito que até o final do ano a gente alcance metade dos municípios do Brasil. Nós vamos começar no Brasil inteiro treinando os conselheiros tutelares, que é o que está mais ligado ao nosso ministério. A partir do próximo ano a gente quer alcançar metade dos municípios também na área da saúde, na educação”, explicou Damares. 

A ministra afirmou que há registros com crianças a partir de 6 anos que se mutilam, mas que a situação é mais grave entre 12 e 18 anos. 

“Os motivos são os mais variados. Eles alegam dor, dor na alma, eles alegam o bullying, nós temos a questão do abuso sexual, nós temos a questão do envolvimento com as drogas. As crianças hoje, os nossos adolescentes hoje, não estão sabendo lidar com os seus conflitos e nós precisamos entender que isso não é um fenômeno só no Brasil. É um fenômeno mundial, mas nós precisamos dar uma resposta. Precisamos acolher esses adolescentes”, avaliou. 

Liberação para menores atirarem 

Quando questionada se a facilitação para que pais levem os filhos menores para atirar, conforme decreto do presidente Jair Bolsonaro, pode aumentar os índices de suicídio, a ministra disse que o massacre de Suzano foi “uma situação muito isolada”. 

“A pesquisa não indica que crianças que fazem tiros, que os pais estão levando, dessas crianças saírem matando. O filho é do pai e da mãe. O pai e a mãe têm que ser muito responsáveis para saber se o filho está fazendo essa aula. Eu não sei o caso de Suzano, mas o decreto fala que o pai e a mãe terão que estar com o filho na aula de tiro. E quem decide é o pai, é a mãe, é a família”, disse a ministra. 



Ministra Damares Alves em Suzano — Foto: Natan Lira/G1

https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2019/05/13/ministerio-lanca-projeto-piloto-em-suzano-para-prevenir-suicidio-e-automutilacao.ghtml

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