Crise aumenta venda de cachorro-quente
As
barracas de cachorro-quente não sentem os efeitos da crise econômica
que aflige os demais comércios de rua.
A renda dos vendedores se mantém
em relação aos outros anos. Elevação dos preços em lanchonetes e
restaurantes faz com que a população opte pelos lanches de rua.
Já os
pipoqueiros e vendedores de milho, percebem o faturamento decair nos
últimos meses.
O vendedor de hot dogs, Raimundo da Silva, se dedica aos lanches há 30 anos em Suzano. Em 2016, a renda mensal da barraca subiu 40%.
“A crise não passou por aqui. Conquisto a clientela
pelos produtos de boa qualidade que uso nos meus lanches. São
ingredientes de marcas mais caras, mas vale à pena, faz toda diferença
para alavancar as vendas.
E o preço alto nos bares e restaurantes
influencia as pessoas. Um lanche na lanchonete é R$ 15 e aqui meus
preços variam de R$ 3 a R$ 8”.
Elisabete da Silva também vende cachorro-quente na área central. “Consigo até R$ 7mil por mês.
Nos últimos meses, investi em uma
maquininha de cartões de crédito. Faço promoções e também variei mais o
cardápio, meus preços variam de R$ 4 a R$ 10. São formas de manter a
clientela.”
O produtor gráfico Valdemir Vieira do Carmo, trabalha próximo à barraca de Elisabeth. “Costumo comer outras coisas na rua, mas o hot dog está mais próximo.
De vez em quando substituo uma refeição pelo lanche, nunca
passei mal. Acho que comer em um estabelecimento fechado é mais seguro,
na questão de violência, mas segurança alimentar e higiênica é o mesmo
risco em ambos”.
A estudante Ana Paula da Silva frequenta bastante estes locais. “Gasto R$ 25 por mês comendo na rua. É mais barato e rápido”.

Com exceção do hot-dog, o movimento nas outras barracas caiu. A vendedora Daniela Bispo de Vasconcelos relata as dificuldades.
“Há anos
vendemos aqui em Suzano, e agora o movimento caiu muito. Nossa renda
hoje gira em torno de R$ 2,5mil por mês.
Em 2014, conseguíamos esse
valor em uma semana.
Nosso preço mínimo antes era R$ 4, agora vendemos
por R$ 3. Além de diminuir um real, colocamos algodão doce e balões à
venda para chamar atenção dos clientes”.
Maria José de Lima tem uma barraca de pipocas tradicional na cidade, e também reclama. “Estou há 20 anos na mesma rua.
As vendas caíram nos
últimos quatro anos e em 2016 está pior.
Perdi 70% da renda. Pela
tradição da barraca, tenho clientes assíduos que dão base ao negócio.
Mantenho o preço, a qualidade dos produtos e atendimento”.
O comerciante Antônio Souza Pereira trabalha com milho verde há 10 anos.
“De uns dois anos pra cá caiu o movimento.
Eu conseguia R$ 2mil por
mês, agora são R$ 1mil no máximo. Perdi 50% da renda.