Alto Tietê - Contratações para este fim de ano devem cair pela metade
Luiz Kurpel*
A reclassificação para fase 3 amarela do Plano São Paulo em razão da pandemia de coronavírus (Covid-19) deverá cortar pela metade a quantidade de contratações temporárias estimadas para as vendas de fim de ano. O Sindicato do Comércio Varejista de Mogi das Cruzes e Região (Sincomércio) avalia que a medida do governo do Estado deverá ser responsável por uma redução de 50% nas contratações de funcionários temporários, tradicionalmente empregados nesse período.
Dos mil empregados que deveriam ser contratados temporariamente para trabalhar neste Natal e Ano Novo no comércio varejista da região, apenas 500 deverão conseguir uma oportunidade de virar o ano empregados. Isso porque, com a reclassificação da região, em conjunto com todo o Estado de São Paulo, para a fase amarela, o comércio, que aguardava ansiosamente pelas vendas de final de ano para se recuperar, terá de fechar as portas mais cedo e limitar o público dentro dentro dos estabelecimentos em até 40%.
"Ainda é difícil fazer um balanço preciso, mas diante da mudança para a fase amarela que reduz o horário dos estabelecimentos e restringe ainda mais a capacidade é possível dizer que teremos uma queda de 50% nas contratações temporárias para vendas de final de ano no setor varejista", lamentou Valterli Martinez, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Mogi das Cruzes e Região (Sincomércio).
O dirigente do Sincomércio lembrou que a limitação de público de 40% também é válida para os lojistas e seus funcionários, portanto, "o comércio que poderia trabalhar com dez vendedores, por exemplo, vai cortar esse quadro pela metade para dar mais espaço para a clientela", explicou Martinez.
Para além da questão espacial há também o fator financeiro. De acordo com o Sincomércio, a redução das contratações temporárias é reflexo direto dos meses de baixos índices de venda e, por isso, em um momento de recuperação econômica fica ainda mais difícil contratar novos funcionários, ainda que sejam apenas temporários.
O sindicato estima que o comércio varejista encerre o ano com um saldo negativo de cerca de 2.500 vagas de emprego que foram fechadas definitivamente em decorrência dos impactos da pandemia.
Horário
Para tentar minimizar a crise, Martinez, que também é membro Conselho do Comércio Varejista (CCV), informou que a entidade tem se reunido com o governo do Estado para tentar reverter a decisão de limitar o horário de funcionamento.
"Partindo do entendimento de que a redução no horário será responsável por ainda mais aglomerações, propomos que cada cidade tenha o direito de estabelecer o limite de funcionamento de seus estabelecimentos comerciais. Em Mogi das Cruzes o ideal seria algo em torno de 14 e 16 horas, em cidades menos populosas esse limite poderia ser menor", disse.
A reivindicação vem de encontro com o que o comércio já costuma realizar nesta época de vendas de fim de ano para evitar grandes aglomerações, mesmo antes da pandemia isso já era usual e é nessa ampliação decorrente de uma maior demanda que entram as contratações temporárias.
*Texto supervisionado pelo editor
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