"Jamais se justificaria tamanha violência", diz delegada sobre caso João Alberto

 Da CNN, em São Paulo

22 de novembro de 2020

  A delegada Roberta Bertoldo, da 2ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Porto Alegre - responsável pelas investigações da morte de João Alberto Silveira Freitas ao ser espancado por seguranças do supermercado Carrefour - falou sobre o caso à CNN neste domingo (22).

Segundo Bertoldo, todas as pessoas que podem ter qualquer tipo de envolvimento -- visto ou ouvido alguma coisa -- estão sendo interrogadas. A delegada afirma que havia ocorrido um primeiro desentendimento entre João Alberto e uma funcionária do caixa, também negra, que não entendia o que ele dizia, sentiu-se ameaçada e chamou os seguranças.

Imagens do início da confusão, que aconteceu na quinta-feira (19), véspera do Dia da Consciência Negra, mostram que João deu um soco em um dos seguranças, que passaram a agredi-lo até a morte. "Jamais se justificaria tamanha violência. Chamou muito a atenção tamanha brutalidade num caso como esse. Não dá para dizer que não houve racismo, mas isso será investigado até o final da apuração da polícia ", ressalta a delegada.

"Todas essas circunstâncias estão sendo apuradas com rigor e cautela. Precisamos ter prova de todos os atos criminais, daquilo que efetivamente foi praticado. Temos atos discriminatórios previstos em lei, isso será averiguado assim como outros crimes, como falso testemunho e omissão de socorro de pessoas que estavam lá e nada fizeram para ajudar a dissipar a confusão", continua Roberto. 

Protestos pelo país foram registrados na sexta-feira (20) e a Avenida Paulista amanheceu com a frase "Vidas Pretas Importam" pintada no asfalto. O corpo de João foi enterrado no sábado (21) no cemitério municipal São João, no bairro Higienópolis, na zona norte da capital gaúcha. 

O Grupo Vector, empresa terceirizada do hipermercado Carrefour, anunciou que rescindiu por justa causa os contratos de trabalho dos dois vigilantes envolvidos no espancamento.

https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/2020/11/22/jamais-se-justificaria-tamanha-violencia-diz-delegada-sobre-caso-joao-alberto

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