PF amplia investigação sobre tentativa de golpe
GOLPISTAS
EXCLUSIVO:
PF amplia investigação sobre
tentativa de golpe
Relatório sigiloso da PF detalha como agentes da SSP/DF
facilitaram atos golpistas, conectando os eventos de 12 de
dezembro e 8 de janeiro a um plano articulado
Já nos eventos de 8 de janeiro, o relatório detalha como agentes da SSP/DF retiveram informações críticas, dificultaram o acionamento das forças de segurança e criaram um cenário que favoreceu os invasores das sedes dos Três Poderes.
Os envolvidos e suas ações
A PF aponta como principais responsáveis pela facilitação dos atos golpistas:
- Anderson Torres (ex-secretário de Segurança Pública do DF): viajou para os EUA dias antes dos ataques, levantando suspeitas de conivência. Documentos apreendidos em sua residência indicam que ele tinha conhecimento prévio das ameaças e optou por não agir para evitá-las.
- Fernando Oliveira (ex-secretário-executivo da SSP/DF): negligenciou o repasse de informações estratégicas à PMDF, comprometendo a capacidade de resposta das forças de segurança.
- Marília Alencar (ex-chefe de inteligência da SSP/DF): reteve relatórios que alertavam para os riscos iminentes e manteve contato com grupos bolsonaristas suspeitos de participação nos atos.
- Cíntia Queiroz (ex-subsecretária da SSP/DF): além de fornecer informações incorretas em 12/12, omitiu dados críticos sobre a mobilização golpista à PMDF, agravando a vulnerabilidade da segurança pública no 8/1.
Omissões e facilitação dos atos golpistas
O relatório conclui que as falhas da SSP/DF não foram meramente operacionais, mas sim parte de uma estratégia coordenada para permitir que os ataques ocorressem com o mínimo de resistência policial. A ausência de uma resposta eficiente e a demora no acionamento da Força Nacional reforçam a hipótese de conivência de setores da SSP/DF com a intentona golpista.
Novas diligências e desdobramentos da investigação
Com a inclusão do relatório nas PETs em curso, a PF e a PGR agora buscam determinar o grau de envolvimento de cada um dos citados, aprofundar as conexões com setores das Forças Armadas e identificar eventuais articulações com o governo Bolsonaro. As novas diligências incluem:
- Depoimentos adicionais de agentes de segurança e políticos que possam ter conhecimento da articulação interna;
- Análise das comunicações internas da SSP/DF nos dias que antecederam os ataques;
- Verificação de eventuais conexões entre os envolvidos e financiadores dos atos golpistas.
A investigação reforça a tese de que os ataques de 8 de janeiro não foram espontâneos, mas sim parte de uma tentativa coordenada de ruptura democrática. A expectativa é que novos indiciamentos ocorram nos próximos meses, com acusações que podem incluir omissão dolosa, facilitação de crimes e participação ativa na tentativa de golpe de Estado