Bolsonarismo virou palavrão
– O Bastidor
A barbárie perpetrada pelos bolsonaristas em Brasília terá consequências imediatas.
O movimento que era cortejado e cobiçado por partidos políticos se tornou tóxico, perigoso.
Com pouquíssimas exceções, os políticos devem ser afastar do pessoal de camisa do Brasil no peito e uma ideia de quebra-quebra na cabeça.
As consequências são simples.
Jair Bolsonaro e os parlamentares bolsonaristas saem perdendo.
A oposição bolsonarista, que ameaçava atrapalhar o governo Lula, fica mais fraca: ninguém no Congresso vai querer ficar ao lado dos partidários da depredação.
Parlamentares bolsonaristas se tornaram tóxicos; e não poderão criticar os vândalos golpistas, sob pena de perderem seu público.
O governo Lula será imediatamente beneficiado por isso.
Terá no Congresso um alívio que não esperava.
Até o mercado financeiro, que reclamava, deve perceber que um golpe de Estado afasta mais investidores do que uma política econômica com a qual não se concorda.
Com menos de um mês fora do poder, Jair Bolsonaro deixa de ser um líder de peso.
Recai sobre seus ombros a culpa pelo que seus seguidores fizeram.
Quem estiver com Bolsonaro, estará com a turba que quebrou Brasília. Todo mundo sabe disso agora.
O bolsonarismo causou inveja e cobiça dos partidos políticos nos últimos anos por ser um movimento popular, orgânico e organizado.
Essa turma foi abastecida com fake news, teorias da conspiração e incentivos à violência – até que a coisa saiu de controle.
O bolsonarismo deixa de ser um ator político para se tornar um elemento tóxico na política.