Bolsonarismo arquiteta plano golpista para tumultuar a eleição de 2022
247 - O bolsonarismo serviu um aperitivo do plano para tumultuar a eleição de 2022.
A tropa do governo tentou mudar a Constituição e torrar R$ 2 bilhões para ressuscitar o voto impresso.
Ao constatar que seria derrotada, rasgou o regimento da Câmara e melou a votação,
escreve no Globo o jornalista Bernardo Mello Franco.
A emenda do voto impresso é examinada por uma comissão especial.
O presidente e o relator da proposta são bolsonaristas de carteirinha.
Os dois se elegeram com apoio de movimentos de ultradireita do Paraná.
São investigados por ataques à democracia e disseminação de fake news.
Assustados com a escalada autoritária, dirigentes de 11 partidos montaram um cordão na comissão.
A emenda do voto impresso seria derrotada na sexta, mas os governistas viraram a mesa.
O presidente da comissão, Paulo Eduardo Martins, inventou um novo prazo para o relator alterar a proposta.
A oposição protestou, mas ele desligou os microfones do plenário e declarou que a sessão estava encerrada.
A transmissão da TV Câmara terminou com um grito de “picareta”. A manobra também foi chamada de “banditismo” e “molecagem”.
Antes do fim abrupto, o sinal da sessão foi interrompido ao menos três vezes.
Martins culpou uma invasão de hackers, mas não convenceu ninguém.
Com o adiamento, a votação ficou para agosto.
O governo tentará usar o tempo extra para pressionar deputados e estimular novas manifestações golpistas.
"A cruzada contra o sistema eleitoral não deve se esgotar com a provável rejeição da emenda. Bolsonaro continuará a repetir que só perde se as urnas forem fraudadas. O capitão sabe que não precisa de maioria para promover uma baderna em 2022. Basta contar com uma minoria radicalizada e armada. Se possível, com a cumplicidade de generais".
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