Greve Uber e 99: o que os motoristas de aplicativo estão reivindicando com a paralisação?


Umas das reivindicações da categoria é que o valor mínimo da corrida vá de R$ 5,62 para R$ 10

Por Emily Nery e André Schaun

Motoristas de Uber 99 estão em greve parcial desde às 8h desta segunda-feira (15) em todo o Brasil. A categoria reivindica melhores condições de trabalho, maior valor por quilômetro rodado e que a tarifa mínima da corrida seja mais alta.

Leandro da Cruz Medeiros, presidente do Sindicato dos trabalhadores com aplicativo do estado de São Paulo (Stattesp), disse à Autoesporte que os principais pontos para a adesão da greve são:

  • R$ 2 por quilômetro;
  • Valor mínimo da corrida passar de R$ 5,62 para R$ 10;
  • Colocar câmeras em todos os veículos;
  • Maior rigidez no cadastro

"A paralisação foi para que todos os motoristas do país não trabalhassem, mas nós entendemos quem foi trabalhar porque muita gente está com carro alugado e um dia sem trabalhar pode prejudicar muito, além, claro, de outros motivos financeiros de trabalhadores endividados. Mas a nível nacional está muito boa para mostrar a insatisfação dos trabalhadores", explica Medeiros.

Autoesporte procurou Uber e 99, que ainda não retornaram. A reportagem será atualizada assim que as empresas enviarem os posicionamentos.

A paralisação começou às 8h e está prevista para ir até às 16h, "dependendo de como o fluxo vai estar", de acordo com Medeiros.

"Com as plataformas, as conversas estão avançando cada vez mais sobre essas reivindicações para regulamentar tudo o que o trabalhador precisa. O Governo de São Paulo já abriu uma negociação com as empresas e estamos bem otimistas. Acreditamos que entre essa semana e na outra já inicie o trabalho dessas regulamentações", conclui.


Sobre o uso de câmeras, o sindicato defende que a própria plataforma instale nos carros. Já sobre a maior rigidez no cadastro do usuário é porque só exigem nome completo e CPF para ter conta nos aplicativos, o que diminui a segurança dos motoristas, segundo o sindicato.

A paralisação é de iniciativa da Federação dos Motoristas Por Aplicativos do Brasil (Fembrapp) e da Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp). As entidades calculam que 70% dos profissionais da categoria em todo o país devem aderir à greve no dia de hoje, portanto, ainda têm motoristas disponíveis para corrida, mas o tempo de espera do usuário está maior.


Em nota, Eduardo Lima de Souza, presidente da Amasp e diretor da Fembrapp, afirma que "as reivindicações são inúmeras, desde reajustes e repasses melhores nas tarifas, quanto à segurança, banimentos injustos, melhoria da plataforma no quesito ferramentas, mais dignidade, melhores condições de trabalho, dentre outros pontos".

Ainda de acordo com Souza, as empresas de transporte chegam a ficar com quase 60% do valor da corrida, fato que dificulta que os motoristas tenham lucro no final do dia. O executivo diz que desde 2016 não há um reajuste no valor repassado ao motorista. Em 2019, houve um aumento de centavos na corrida que, na prática, não afetou os rendimentos dos colaboradores.

Autoesporte vai atualizar a situação da greve no decorrer do dia.

https://autoesporte.globo.com/google/amp/mobilidade/noticia/2023/05/greve-uber-e-99-o-que-os-motoristas-de-aplicativo-estao-reivindicando-com-a-paralisacao.ghtml 



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