STF e TSE irão incluir ataques mais recentes de Bolsonaro aos inquéritos em curso

 247 - Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiram que os últimos ataques de Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro e ao Poder Judiciário serão incorporados como provas aos inquéritos já instaurados em ambas as cortes. De acordo com interlocutores do Supremo, a ideia é que novos ataques, de agora em diante, não sejam mais respondidos por meio de notas institucionais, nem virem alvo de novos pedidos de apuração, mas deem mais subsídio às investigações abertas contra Bolsonaro nesta semana. A informação foi publicada pelo jornal O Globo

Responsável por acolher o pedido do TSE para incluir Bolsonaro no inquérito das fake news, o ministro Alexandre de Moraes disse na última quinta-feira (5) no Twitter que "ameaças vazias e agressões covardes não afastarão o Supremo de exercer, com respeito e serenidade, sua missão constitucional de defesa e manutenção da Democracia e do Estado de Direito".

A iniciativa do magistrado sobre o inquérito das fake news foi decorrente dos ataques sem provas de Bolsonaro à segurança das urnas eletrônicas em eleições, uma estratégia consequente das pesquisas eleitorais que vêm apontando liderança isolada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aumento da rejeição ao governo.  

O presidente do STF, Luiz Fux, criticou na quinta as ameaças de Bolsonaro e chancelou a reunião que havia naquele dia entre os chefes de Poderes. "Nos últimos dias, o presidente da República tem reiterado ofensas e ataques de inverdades a integrantes desta Corte, em especial os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Sendo certo que, quando se atinge um dos integrantes, se atinge a Corte por inteiro", disse o magistrado em pronunciamento.

Também na quinta, Bolsonaro ameaçou o ministro Alexandre de Moraes ao dizer que "a hora" do magistrado "vai chegar, porque ele está jogando fora das quatro linhas da Constituição há muito tempo". 

No dia seguinte, em Santa Catarina, Bolsonaro atacou o ministro do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, chamado de "filho da puta do Barroso".

Bolsonaro já foi alvo de mais de cem pedidos de impeachment devido a inúmeros crimes de responsabilidade durante o seu mandato. Um deles foi justamente o estímulo para as Forças Armadas fecharem o Congresso Nacional e o STF, ou seja, incitação a um golpe. Ele ataca o Judiciário, ao mesmo tempo em que a gestão continua sem proposta para a retomada do crescimento e dos direitos sociais.      

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