PF aponta que assessora de Carlos pedia dados sobre ações contra Bolsonaros

Paulo Roberto Netto

Do UOL, em Brasília

29/01/2024 15h56

Atualizada em

29/01/2024 16h37 

A Polícia Federal identificou uma conversa em que uma assessora do vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pede "ajuda" da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). O diálogo foi mencionado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, ao autorizar a operação de hoje. 

O que aconteceu

A Polícia Federal aponta um diálogo entre Luciana Almeida, assessora de Carlos, e uma assessora de Alexandre Ramagem, então diretor-geral da Abin. A conversa demonstraria que o vereador integraria o chamado "núcleo político" da "Abin paralela".

Na mensagem enviada por WhatsApp, Luciana Almeida pede uma "ajuda" e envia o nome da delegada Isabela Muniz Ferreira, do núcleo de inquéritos especiais. Este grupo da PF é o responsável por investigações consideradas sensíveis. 

A avaliação da PF é que Luciana operava como uma "intermediadora" das demandas do interesse de Carlos Bolsonaro a Ramagem.


A solicitação de realização de 'ajuda' relacionada ao Inquérito Policial Federal em andamento em unidades sensíveis da Polícia Federal indica que o NÚCLEO POLÍTICO possivelmente se valia do Del. ALEXANDRE RAMAGEM para obtenção de informações sigilosas e/ou ações ainda não totalmente esclarecidas, razão pela qual se faz mister as diligências abaixo representadas.

Polícia Federal, em representação enviada a Moraes. 





























Conversa de assessora compilada em inquérito da PF sobre Carlos Bolsonaro

Luciana ainda cita dois inquéritos, afirmando que envolvem "PR e 3 filhos", em possível menção a Bolsonaro e seus filhos.

No pedido a Moraes, a PF ressalta que a identificação de Carlos no núcleo político reforça a hipótese de que a Abin, sob gestão de Ramagem, monitorou inimigos políticos e buscou informações sobre inquéritos envolvendo Bolsonaro e filhos.

Como ressaltado pela autoridade policial, as 'demandas' eram tratadas por meio de assessoras, e não diretamente entre os investigados, 'corroborando ainda mais o zelo em relação aos vestígios das condutas delituosas'.

Alexandre de Moraes, ministro do STF.

Além dos endereços ligados a Carlos, a PF pediu buscas na casa de Luciana Almeida, de Priscilla Ferreira e Silva, assessora de Ramagem, e Giancarlo Gomes Rodrigues, militar cedido para a Abin na gestão Ramagem.

O UOL busca a defesa dos citados. O espaço segue aberto para manifestação. 

https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2024/01/29/pf-aponta-que-assessores-pediam-dados-sobre-acoes-contra-bolsonaros.htm

Postagens mais visitadas deste blog