Ministra da Saúde revogará portarias da gestão Bolsonaro: “Ofendem a ciência”


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Nisia Trindade toma posse como ministra da Saúde em cerimônia no ministério. Ela usa máscara e aplaude - Metrópoles
Rafaela Felicciano/Metrópoles

 

Victor Fuzeira

02/01/2023 

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou em seu discurso de posse que a gestão da pasta será “pautada pela ciência e pelo diálogo com a comunidade científica”. Em referência ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), a socióloga defendeu que o Brasil “deixou para trás um período de obscurantismo e desvalorização da ciência”.

Segundo a ex-presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), um dos primeiros atos do novo comando do ministério será a “revogação de portarias e notas técnicas que ofendem a ciência, os direitos humanos, os direitos sexuais reprodutivos”.

“Transformaram várias posições do Ministério da Saúde em uma agenda conservadora e negacionista da ciência”, criticou.

A cerimônia de empossamento ocorreu nesta segunda-feira (2/1), na sede do ministério. Nísia será a primeira mulher a chefiar a pasta. Ela iniciou o discurso de posse lembrando aos brasileiros da importância em completar o esquema vacinal contra a Covid-19.

Em seguida, defendeu que a eleição de Lula “renova as esperanças do povo brasileiro” e destacou o fato de ser empossada no Dia do Sanitarista, comemorado em 2 de janeiro. “Democracia é saúde e esse tema tem nos orientado, tem orientado a todos que lutamos pela construção do Sistema Único de Saúde”, enfatizou Nísia, que, posteriormente, agradeceu a Lula pela nomeação como ministra da Saúde.

Nisia Trindade toma posse como ministra da Saúde em cerimônia no ministério. Ela usa máscara e segura a mão do cacique indígena Raoni - Metrópoles

Nisia Trindade ao lado do cacique RaoniRafaela Felicciano/Metrópoles

Nisia Trindade toma posse como ministra da Saúde em cerimônia no ministério. Ela sorri e ergue as mãos ao lado de homem indígena e homem de terno, ambos sorrindo - Metrópoles

Nisia Trindade toma posse como ministra da SaúdeRafaela Felicciano/Metrópoles

Nisia Trindade toma posse como ministra da Saúde em cerimônia no ministério. Ela usa máscara e olha para baixo - Metrópoles

Nisia era presidente da FiocruzRafaela Felicciano/Metrópoles

Nisia Trindade toma posse como ministra da Saúde em cerimônia no ministério. Ela usa máscara e aplaude - Metrópoles

Seis ministros prestigiaram a posse de Nisia Trindade no Ministério da SaúdeRafaela Felicciano/Metrópoles

Nisia Trindade toma posse como ministra da Saúde em cerimônia no ministério. Ela usa máscara e segura a mão do cacique indígena Raoni - Metrópoles

Nisia Trindade ao lado do cacique RaoniRafaela Felicciano/Metrópoles

Nisia Trindade toma posse como ministra da Saúde em cerimônia no ministério. Ela sorri e ergue as mãos ao lado de homem indígena e homem de terno, ambos sorrindo - Metrópoles

Nisia Trindade toma posse como ministra da SaúdeRafaela 

“Agradeço por esse grande desafio e esse convite para que eu dirija essa pasta da Saúde. Ao me convidar, suas palavras muito me comoveram. O presidente Lula queria uma mulher no comando do ministério, mas queria alguém comprometido com o SUS e mais, queria alguém com sensibilidade para o sofrimento de nosso povo, com disposição para cuidar desse povo, sobretudo, da população mais pobre”, prosseguiu.

A pesquisadora diz assumir a pasta com o sentimento de “urgência” e defendeu uma gestão conjunta da Saúde com os demais ministérios. “Esta gestão não pode ser exercida de forma isolada, a Saúde precisa estar em todas as políticas. Reforço a necessidade de ações intersetoriais e trabalho colaborativo de toda a equipe nomeada pelo presidente Lula”, disse.

Fundamental no enfrentamento da pandemia, a ex-presidente da Fiocruz, autora da primeira vacina contra a doença 100% nacional, sustentou que o país precisa investir na produção local de imunizantes.

Nísia também terá como pautas prioritárias contornar o represamento de exames e cirurgias eletivas. “Essa tem que ser uma agenda do Estado, da sociedade e da academia”, enfatizou, alertando que “faltam recursos para o SUS cumprir o seu papel”. 

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