Mogi das Cruzes - Estudantes de Mogi são premiados em concurso da Nasa

NATAN LIRA
A Estação Espacial Mogi CI resulta das pesquisas de quatro alunos do 5º ano da Escola Municipal Antonio Pedro Ribeiro, na Moralogia, em Mogi das Cruzes, nas áreas de Biologia, Química, Física e Astronomia apresentadas em 3D. 

O projeto rendeu ao grupo de estudantes a menção honrosa no concurso Nasa Ames Space Settlement Contest, realizado pelo Centro Ames de Pesquisa, órgão da agência espacial americana. 

premiação é realizada desde 1994 e esta é a primeira vez que acadêmicos brasileiros se classificam no prêmio.
Kauan Araújo Barbosa, Luisa Stolemberg, Ana Beatriz Martins Costa e Ingrid Laise Magalhães de Oliveira, todos com 10 anos, aceitaram a proposta do professor de Informática, João Kleber Indena Martins, de 30 anos, para participar do concurso e desenvolveram, em um mês, a Mogi CI, com proposta sustentável, sistema de transporte, saneamento básico, energia solar, reserva natural, escolas, hospitais, comércio, indústria, administração e controle .
O edital do concurso solicitava a criação de uma estação que fosse autossuficiente, na qual o ser humano pudesse habitar. Para a categoria até 10 anos, a Nasa requeria apenas um desenho, mas com o engajamento do professor e a experiência dos alunos no desenvolvimento de jogos e estudos na matéria de astronomia, eles decidiram criar a estação em 3D. “Eles [os alunos] pesquisaram sobre o projeto, como funciona uma estação, fizeram os desenhos para terem como moldes e a partir daí começaram a modelar em 3D”, conta Indena, que acredita que a modelagem foi um dos diferenciais do projeto.
Segundo o professor, a escola é uma das seis da rede municipal que têm aula de Astronomia e por isso já participa de olimpíadas e concursos na área, mas o da Nasa teve um diferencial, por se tratar de um projeto multidisciplinar. “Mesmo que pareça algo que foge da nossa realidade ou que, para muitas pessoas, as crianças não sejam capazes de fazer, a gente se inscreve. No final, o que conta é incentivá-las a pesquisar, estudar, o resultado é o que menos interessa. Mas, quando vem a premiação, melhor ainda”, conta Indena.
Entre a decisão de fazer o projeto e a entrega do material, o prazo foi de um mês. Antes da prática, conta o professor, eles realizaram uma reunião entre os alunos a fim de dividir as etapas, e ficou decidido que a Ana e o Kauan seriam os responsáveis pela pesquisa e a Ingrid e a Luísa ficariam na parte de modelagem 3D. “Eu aprendi a fazer as contas difíceis, para calcular a comida, energia”, conta Ana. Já Kauan destacou a pesquisa dos hábitos dos seres humanos. “A gente precisava saber quanto de alimentação eles precisavam, além de entender a órbita. Enquanto isso, as outras duas alunas montavam a estrutura da Mogi CI. “Aprendi a construir os cenários em 3D”, conta Lígia. “Eu fiz a ilustração da estação, olhando de fora”, pontua Luisa.
Mesmo sendo o último ano dos alunos na unidade escolar, eles pretendem voltar ao local para, junto ao professor João, construírem a Mogi CII.
A estruturaA Estação Espacial Mogi CI foi pensada para orbitar no planeta ‘Gliese 667′, um sistema triplo de estrelas na constelação de escorpião. Os alunos montaram a planta em dois pavimentos, com um total de 10 cubos (veja foto nesta página). O professor explica que os espaços foram pensados como parte essencial para poder viver fora do espaço. O prédio residencial foi preparado para abrigar 1,5 mil pessoas em apartamentos, a fim de otimizar o espaço. Entre os habitantes estão os pesquisadores que irão preparar a estação para receber mais pessoas. No meio dos demais moradores estão também os profissionais de educação, saúde, segurança e demais áreas. O espaço conta ainda com área de esporte e lazer.

Projeto gráfico da Estação Mogi CI. (Foto: Divulgação)


O transporte é realizado por meio de trens, impulsionados pela força magnética, para percorrerem os túneis que ligam os cubos. A Polícia e os bombeiros têm cubos exclusivos para facilitar o atendimento das ocorrências.
O fornecimento de energia na Mogi CI ocorre por meio de placas solares, que ficam instaladas ao lado de fora da estação. Existe ainda o projeto de utilização da energia proveniente da queima dos resíduos. No cálculo dos alunos, cada moradia da estação precisa de 4.070 wm enquanto a área toda será de 6.000.000 w.
A fim de garantir a memória da vida na terra, um dos cubos foi separado para a manter um espaço de reserva natural da flora e fauna brasileira. Além disso, ele abriga um local separado para a agricultura e pecuária, que vão alimentar a população. A irrigação é realizada por meio de um rio artificial, que segue ao lado das plantações. Além dos serviços gerados neste espaço, a estação abriga um centro comercial e industrial, onde são realizadas a venda e produção dos produtos. O sistema pensado para a estação foi o capitalismo.
No meio da maquete está o Centro de Administração e Controle, instalado de forma que facilite o monitoramento da estação. Nele ficará um governante, as fontes de energia, entrada e saída das naves e o transporte. Neste ambiente também estarão o centro de estudo, que vai explorar os resultados da vivência e verificar as alternativas para levar mais habitantes à estação.
Na Mogi CII, que está sendo pensada para o próximo ano, a ideia é aprofundar as pesquisas e conferir alguns dados já apurados, que não foram integrados no primeiro projeto. “O concurso é dividido tem três categorias: a principal, literária e a de arte. Nós ficamos na principal, mas poderíamos aprofundar e detalhar muito mais. Agora, depois da premiação, mais alunos querem participar, então teremos mais tempo e oportunidade de concorrer nas outras categorias”, enfatizou Indena.
Outros projetosA construção da Mogi CI ocorreu durante as oficinas de informática, no projeto de Jornada Ampliada, em que os alunos ficam por duas horas a mais na escola, de segunda a quinta-feira. As aulas já se tornaram um diferencial e trouxeram a oportunidade para os estudantes desenvolverem diversos projetos. Além da estação espacial, outro projeto que ganhou destaque foi o ‘Fazenda Automatizada’, em que os estudantes construíram três robôs. O trator faz o buraco, deposita a semente e depois cobre com terra. O Cuidador da Plantação cuida da irrigação dos canteiros e controla a temperatura, por meio de termômetros e o Separador diferencia as frutas em verdes, maduras e estragadas. No momento, eles estão montando as peças novamente para a Prefeitura apresentar em evento rural que acontecerá na Cidade.
“A importância de um projeto deste tipo está em aguçar a curiosidade das crianças, porque as motiva a melhorar a leitura, a escrita, além de aprendem a pesquisar, conhecer coisas novas. Às vezes, uma coisa que é chata para elas aprenderem na aula normal, com o projeto fica uma forma mais criativa de adquirir conhecimento. A gente usa a aula de informática de forma que o aluno utilize o computador para agregar outros conhecimentos. Como exemplo, eles montaram uma apresentação com os projetos já realizados até hoje e levam às escolas do Município e até a workshop nas universidades”, explicou o professor de Informática, João Kleber Indena Martins, de 30 anos. (N.L.)

Fonte - http://odiariodemogi.com.br/

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