Jucá aposta em nome técnico e "previsibilidade" de preços na Petrobras - Senadores do MDB pedem sensibilidade política na estatal
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR) disse à Agência Brasil
nesta sexta-feira (1º) que a saída de Pedro Parente da presidência da
Petrobras não significará uma mudança radical na política de preços da
estatal.
“Não haverá mudança radical. O que a gente tem defendido é a
construção de um sistema de política de preço que dê previsibilidade. Eu
acho que a falta dessa previsibilidade foi a grande falha desse
sistema, que funcionaria em situações normais, em que o aumento no preço
do barril do petróleo fosse eventual. Com essa vulnerabilidade do
barril do petróleo, com essa crise internacional com Oriente Médio, todo
dia é uma gangorra. Isso cria uma distorção da política que eles
fizeram que é de ação e reação”, avaliou.
Jucá aposta que Parente será substituído por um nome técnico. “A
linha traçada para a Petrobras pelo governo, de recuperação da estatal,
vai continuar. O governo vai ter responsabilidade com a Petrobras. Temos
que ajustar a conjuntura sem perder a política de recuperação da
empresa. O governo não vai tirar um técnico e colocar um politico, não
vai manipular o preço do combustível”, afirmou.
Como solução para alta do preço dos combustíveis, Romero Jucá
defendeu a criação de uma Câmara de Compensação, que defina valores
máximos e mínimos, além da busca da redução tributária. “Eu acho que
mais de 50% do preço do combustível ser imposto é muito pesado . O
governo está reduzindo PIS e Cofins, defendo redução de ICMS, mas tudo
isso vai ser discutido com calma; não pode ser de forma açodada”,
ponderou.
Para o líder do governo, Parente fez um grande trabalho e agiu com
grandeza pensando na Petrobras e no país. “É um excelente quadro, alguém
diferenciado que teve reciprocidade com a Petrobras e com o país."
Sensibilidade política
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) também teceu elogios a Pedro
Parente, mas disse que a falta de "sensibilidade política” do
ex-presidente da Petrobras fez com que ele perdesse o cargo. “O que
sobrou nele de gestão, competência e credibilidade faltou em
sensibilidade política. Num momento de crise, em que precisávamos do
entendimento de que a Petrobras é do povo brasileiro, Parente não soube
conduzir o processo, tornando sua permanência insustentável.”
A senadora acrescentou que a estatal é autônoma e “deve continuar
tendo liberdade na política de preços”, mas, ao criticar os reajustes
diários, defendeu que “a empresa precisa estar em sintonia com o momento
econômico de recessão do país”.
Na contramão de Jucá, a sendora defendeu um nome político para
comandar a empresa.
“Sobre o futuro da Petrobras, entendo que o sucessor
precisa ser um gestor político. Que seja competente e experiente, mas,
acima de tudo, político – para entender que a Petrobras, embora tenha
autonomia administrativa, é uma estatal que pertence ao povo
brasileiro”, afirmou.
Por
Karine Melo - Repórter da Agência Brasil
Edição: Juliana Andrade