Gilmar Mendes diz que houve crime na greve dos caminhoneiros
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse que
houve crime na paralisação de caminhoneiros nas rodovias do país, que
completou nove dias nesta terça-feira (29). Em conversa com jornalistas antes da sessão da Segunda Turma da Corte, Gilmar considerou justas as reivindicações da categoria, mas disse que não podem levar o país ao caos.
Ele criticou os juízes de primeira instância,que rejeitaram pedidos
de liminar para desbloqueio das rodovias no início da paralisação, além
da Procuradoria-Geral da República.
Para o ministro, as instituições do
país falharam ante a mobilização dos caminhoneiros.
“Agora, uma estranha ausência nesse cenário. Não vi uma manifestação
da Procuradoria-Geral do Trabalho. Nenhuma manifestação da
Procuradoria-Geral da República, que é muito ativa em outros temas.
Porque aí se cometeu crime. Já o crime nas rodovias federais, o crime de
desabastecimento. Então, muitas instituições falharam”, afirmou.
Mais cedo, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou
que a paralisação de caminhoneiros não tem somente como consequência uma
crise de abastecimento, mas “já atinge direitos fundamentais no país.
A procuradora comunicou aos conselheiros do Conselho Nacional do Ministério Público (CMNP) a criação de um comitê de acompanhamento das consequências da paralisação, instituído por ela em portaria publicada na última sexta-feira (25). Segundo Raquel Dodge, o MP “está atento” a abusos decorrentes da paralisação.
Por André Richter – Repórter da Agência Brasil
Edição: Nádia Franco