Alto Tietê registra o cancelamento de 734 Microempreendedores Individuais - Com o aumento do desemprego, gerado diante de um cenário enigmático, muitas pessoas desistiram de procurar uma recolocação no mercado, e estão buscando novas alternativas para sustentar as suas famílias e recomeçar as suas vidas
Nos quatro primeiros meses deste ano, o Alto Tietê registrou 229,82 mil Microempreendedores Individuais (MEIs); enquanto que, no ano passado, foram 230,554 mil MEIs
Nos quatro primeiros meses deste ano, o Alto Tietê
registrou 229,82 mil Microempreendedores Individuais (MEIs); enquanto
que, no ano passado, foram 230,554 mil MEIs.
Esta alteração apresenta o
cancelamento de 734 microempreendedores na região, o que representa uma
queda de 0,31% durante os dois anos.
A mudança é resultado do
cancelamento de 1,37 milhão de microempreendedores no Brasil, registrado
em fevereiro deste ano pela Receita Federal.
Conforme informou o
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), no
começo deste ano, diversos MEIs tiveram o Cadastro Nacional de Pessoa
Jurídica (CNPJ) cancelado por falta de regularização.
O total de
cancelamentos representa cerca de 17% dos MEIs cadastrados no país.
Em
algumas cidades da região é possível observar que a medida da RF também
atingiu os MEIs do Alto Tietê.
Em Arujá, Biritiba Mirim, Guararema, Mogi
das Cruzes e Santa Isabel, a alteração não foi muito grande e permitiu o
crescimento da quantidade de microempreendedores durante o mesmo
período.
Em contrapartida, as demais cidades tiveram uma queda no número
de MEIs.
Ferraz de Vasconcelos é o município com a maior alteração,
apresentando -6% de diferença em relação aos quatros primeiros meses de
2017 e 2018.
Segundo o gerente do Escritório do Sebrae São Paulo no Alto
Tietê, Sergio Ricardo Gromik, o grande número de pessoas desempregadas
faz com que o empreendedorismo seja uma alternativa.
"Quando o
desemprego aumenta, é possível notar um maior número de pessoas buscando
alternativas para gerar renda. E empreender é uma opção para aqueles
que não conseguiram se recolocar no mercado de trabalho", contou.
Segundo
a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada na semana
passada, o desalento e a substituição da força de trabalho bateram
recorde no primeiro trimestre deste ano.
A taxa de pessoas que
desistiram de procurar emprego, os que gostariam de trabalhar e os
desempregados subiu para 27,7 milhões no Brasil.
Deste total,
aproximadamente 13,7 milhões estão desempregadas, procuram um cargo, mas
não encontram. No último trimestre de 2017, a taxa de desemprego
calculada pela PNAD estava em desaceleração.
Agências de emprego
As
agências de emprego da região informaram que sentiram uma diferença na
quantidade de pessoas que procuram emprego.
Segundo Ivone
Mello, consultora de recursos humanos da NIC Empregos, de Mogi das
Cruzes, houve um aumento de aproximadamente 50% na busca de uma
oportunidade no mercado.
Já a selecionadora e psicóloga Marli Gonçalves,
da APPA empregos, de Suzano, comentou que, em sua unidade aumentou
cerca de 30%.
Em comparação ao ano passado, ambas alegam que, em 2018,
encontrar uma recolocação no mercado se tornou uma das principais
tarefas dos brasileiros.
Quadro
Cidades Quadrimestre 2017 Quadrimestre 2018 %
Arujá 10.696 10.880 2%
Biritiba Mirim 5.163 5.279 2%
Ferraz de Vasconcelos 25.059 23.668 -6%
Guararema 3.832 4.041 5%
Itaquaquecetuba 43.016 40.807 -5%
Mogi das Cruzes 63.506 67.364 6%
Poá 19.962 19.123 -4%
Salesópolis 2.905 2.869 -1%
Santa Isabel 7.004 7.760 10%
Suzano 49.411 48.029 -2%
Total 230.554 229.820 0,31%
Arujá 10.696 10.880 2%
Biritiba Mirim 5.163 5.279 2%
Ferraz de Vasconcelos 25.059 23.668 -6%
Guararema 3.832 4.041 5%
Itaquaquecetuba 43.016 40.807 -5%
Mogi das Cruzes 63.506 67.364 6%
Poá 19.962 19.123 -4%
Salesópolis 2.905 2.869 -1%
Santa Isabel 7.004 7.760 10%
Suzano 49.411 48.029 -2%
Total 230.554 229.820 0,31%
Fonte: Portal do Empreendedor-MEI
Sociólogo explica fenômeno de desemprego
Com o aumento do desemprego, gerado diante de um cenário enigmático, muitas pessoas desistiram de procurar uma recolocação no mercado, e estão buscando novas alternativas para sustentar as suas famílias e recomeçar as suas vidas
Com o aumento do desemprego, gerado diante de um cenário
enigmático, muitas pessoas desistiram de procurar uma recolocação no
mercado, e estão buscando novas alternativas para sustentar as suas
famílias e recomeçar as suas vidas.
Segundo o sociólogo Afonso Pola, um
dos impactos que atingiram a nossa economia foi gerados
pelas transformações tecnológicas, que influenciaram no desaparecimento
de algumas profissões.
Por conta disso, muitas pessoas estão
desempregadas. No início do século XXI, tivemos um salto na economia,
mas, com o tempo, ela vem sendo abalada.
"Entre 2005 e 2007, tivemos
picos de um grande desenvolvimento econômico, mas, na segunda década do
século, entramos em uma profunda crise por conta de fatores internos e
externos", contou o especialista.Conforme o sociólogo ressaltou, a
grande indústria está empregando pouco e algumas funções desapareceram.
"Muitas pessoas perderam as suas profissões devido à transição da
tecnologia. Isso também ocorreu na Revolução Industrial, no século
passado. A falta de interesse público para incluir essas pessoas
novamente no mercado também influencia na taxa de desemprego", disse
Pola, que acredita que uma das alternativas para os desempregados é
montar um negócio próprio.
"As pessoas que possuem um suporte financeiro
e o apoio da família, por exemplo, têm a oportunidade de ser um
microempreendedor, ampliando as oportunidades. Agora, as que não possuem
esse auxílio precisam buscar novos caminhos", concluiu o sociólogo.
Desemprego e apoio à família impulsionam o empreendedorismo
O desemprego e a necessidade de ajudar os familiares são
dois dos principais motivos que levaram alguns moradores da região a
montarem os seus próprios negócios.
Com isso, diversas pessoas buscam os
cursos de capacitação oferecidos pelas Prefeituras para se tornarem
empreendedoras.
Em Mogi das Cruzes, vários cursos são oferecidos pelo
Centro Municipal de Apoio à Educação de Jovens e Adultos (Crescer), da
Secretaria de Educação.
Em Suzano, as oficinas são elaboradas pelo
Serviço de Ação Social e Projetos Especiais (Saspe).
Já em
Itaquaquecetuba são de responsabilidade do Fundo Social.
A confeiteira e
moradora do bairro Mogi Moderno, Keila Aparecida da Silva, 34, fez os
cursos de Doces Finos e Chocolate Artesanal no Crescer.
"Comecei com as
aulas desde o final do ano passado. Hoje, eu vendo bolos, salgados,
doces em geral. Eu amo o que eu faço, e, agora, eu me identifico com a
minha profissão", contou. Ela ressaltou que anteriormente trabalhava
como ajudante de cozinha, e, quando soube do curso, se inscreveu. "Além
de ajudante de cozinha, eu trabalhei com telemarketing durante cinco
anos. Mas tive que sair, então, comecei a trabalhar com o que eu quis.
Eu me identifico com a confeitaria", concluiu.
Já o vendedor e
fotógrafo Luiz Junior de Oliveira, 33, que mora no bairro Casa Branca,
em Suzano, fez o curso de Fotografia no Saspe. "Eu sempre gostei de
fotografar, o meu sonho é trabalhar com algo que eu gosto. Atualmente, a
minha renda é do meu trabalho de vendedor, mas o meu objetivo é viver
só com a fotografia. Creio que em três anos já estarei nessa situação",
comenta.
Ele, inclusive, adianta que novos projetos, em especial, nessa
nova área, não lhe faltam. "Um deles está sendo estudado. Eu desejo
levar o curso de Fotografia do Saspe para a Paróquia São José Operário,
na Casa Branca. Já falei com a presidente do Fundo Social de
Solidariedade e primeira-dama, Larissa Ashiuchi. Ela disse que estudaria
o meu pedido. Agora, eu estou aguardando a resposta", finalizou.
Já a
confeiteira Luzenilde Freire, 36, que mora no bairro Terra Prometida, em
Itaquá, realizou há dois meses o curso de Padaria Artesanal no Fundo
Social.
"Eu tenho um filho especial e precisava trabalhar em casa para
cuidar dele. Hoje, eu vendo pães para diversas pessoas. Consegui uma
renda boa e ajudo a minha família". (R.J.)
Rinaldo Junior* - http://www.portalnews.com.br/_conteudo/2018/05/cidades/79679-regiao-tem-734-meis-canceladas.html